Curso: Secretariado Executivo
Disciplina: Técnicas Secretariais,
cerimonial e protocolo
Aula: 2 – 05/03/2015
Profª Talita Godoy
INTRODUÇÃO
Ao estudar um pouco de comunicação interpessoal, vimos que existem
várias formas de se expressar, mesmo sem usar a linguagem falada, que se trata
da linguagem não verbal. Por meio da vestimenta, do comportamento, das
expressões faciais e gestuais ou mesmo com o silêncio, passamos algum tipo de
mensagem. Será que nos damos conta disso a ponto de selecionar o que desejamos
transmitir de forma pensada? Ou queremos algo e não percebemos que passamos uma
outra mensagem, sem querer? Isso pode prejudicar ou comprometer o seu
desempenho até mesmo numa entrevista de emprego quando não se verifica ao certo
qual é o estilo da empresa e escolhemos um figurino inadequado com a cultura
organizacional. Pequenos detalhes como este podem ser decisivos. É bom lembrar
que apenas um currículo impecável não garante a vaga se, no processo seletivo,
você errar na composição da sua aparência. Ela vai confirmar o que está escrito
no papel, ou seja, vai atestar a sua competência por transparecer quem você é,
inclusive na postura e na vestimenta. Para um profissional do Secretariado
Executivo, esta é uma regra de conduta que deve ser observada e seguida.
ESTILO
Como se diz, cada um tem o seu, e não é preciso se descaracterizar.
Cada personalidade pede um tipo de comportamento e de estilo próprio, mas é bom
quando escolhemos uma profissão que seja adequada ao perfil. Veja o que diz a
consultora de moda Glória Kalil, no livro “Chic” (pág. 12,13)
“O estilo está acima da moda. Usa suas ideias e sugestões sem aceita-las
todas. Um homem ou mulher de estilo jamais modificam radicalmente seu jeito de
se vestir em função da moda” (Giorgio Armani, estilista Italiano)
A moda, hoje, é o que a indústria e os estilistas propõem para uma
estação ou um período de tempo. É um sistema de renovação permanente das
maneiras de se vestir e de se comportar. Esse é um fenômeno relativamente novo
na história da humanidade, se considerarmos a preocupação do homem com a roupa
desde as cavernas. Prova de que foi possível viver muito tempo sem ela.
Até o final da Idade Média, por exemplo, uma vestimenta durava
séculos. Com pequenas variações em função da posição social, de um enfeite ou
outro, os egípcios, gregos e romanos usaram o mesmo tipo de túnica ao longo da
antiguidade. Entre os medievais, a túnica com colante para os homens e o
camisolão para as mulheres sobreviveram por centenas de anos. Só no final do
século XIV, quando começa se reconhecer como indivíduo e não como um ser
coletivo, cujo destino estava colado ao da comunidade, é que o homem sentiu
maior necessidade de se diferenciar dos demais.
A partir daí a moda se tornou um sistema em que as mudanças passaram a
ser aceitas e criadas como uma necessidade contínua de novas expressões. Até
chegar ao exagero de hoje, quando ela muda suas propostas, no mínimo, duas
vezes ao ano.
TER ESTILO
Diante de tantas e tão variadas ofertas da moda, o estilo entra e se
impõe. Faz suas escolhas, elege alguns itens, dispensa outros. Seleciona,
separa, organiza, até ficar com o que combina com os seus traços – resgata apenas
aquilo que se parece com ele.
Mas ter estilo não se resume ao mero ato de escolha. Tem de ser uma
escolha proposital, informada, precisa. Senão, qualquer um teria estilo: “afinal,
todos escolhem – de uma forma ou de outra – o que vão vestir, como vão se
apresentar, sua maneira de viver...” – você poderá dizer. Ora, é justamente
neste de uma forma ou de outra que
está a diferença.
Quem tem estilo faz escolhas de uma forma consciente, coerente e
sistemática, com o objetivo de ser visto exatamente como planejou. Mais do que
o ato de escolher, quem tem estilo faz um depoimento de si mesmo, com toda
nitidez. De longe dá para saber a que tribo pertence. O estilo manifesta sua
identidade social e sinaliza para os outros de que modo você quer ser tratada.
SER CHIC
Quem está bem vestido, com gosto e originalidade, revela uma boa dose
de auto estima. Ou seja, se me trato bem, os outros tenderão a fazer o mesmo:
trate-se com elegância que o mundo responderá com elegância.
Quando você está confortável dentro de uma roupa, se ela demonstra com
sutileza sua personalidade, a originalidade da escolha – ou até mesmo uma certa
ousadia – você terá grandes chances de se sentir bem. E mais do que isto, você
com certeza será considerada uma pessoa Chic.
Mas atenção, vá até onde sua personalidade se mantiver intacta!
A MELHOR IMAGEM
Depois de uma olhada séria no espelho, você já ganhou coragem
suficiente para investigar mais sobre sua imagem. Procure outros meios de
tornar mais nítida sua visão. Vasculhe as fotografias e acabará achando aquelas
que você colocaria sem problemas num porta-retratos. Saiba mais o porquê da
preferência, e faça o mesmo com aquelas do fundo da caixa, que você gostaria de
apagar para sempre. Tantos os vestígios indesejáveis...
E por último, se tiver oportunidade, procure saber como é a sua imagem
em vídeo. Será uma experiência tão surpreendente que só pode ser comparada à
primeira vez que ouvimos nossa voz na secretária eletrônica e reagimos, quase
indignados: “eu não tenho essa voz!”.
A imagem gravada é fatal. Está tudo lá: o jeito de andar, os vícios de
postura, os melhores e piores ângulos, para disfarçar o nariz pontudo, a
elegância de um gesto, o cabelo que ficou bem... Serão pistas valiosas para a
tarefa de construir o próprio estilo! Grave essas impressões. Guarde-as bem.
Olhe-se no espelho. Não há ninguém no mundo como você. Por ais que se
pareça com alguém, mesmo uma irmã gêmea, há traços de personalidade e até
pequenos detalhes físicos que fazem de você diferente. Única.
O JOGO DAS PROPORÇÕES
Corpo longo, perna curta, quadril pesado, muito busto, braço fino,
muita altura, pouca altura, tornozelo grosso, ombro caído... Não importa qual o
seu problema, aprenda a entrar no jogo das proporções e descobrir o caminho das
peças ideais para o seu tipo físico.
Aprenda a conjugar os verbos: alongar,
esticar, esconder, diminuir, aumentar. E assim, você poderá realçar, adaptar, melhorar, e vencer este jogo de armar um tipo para
você!
As regras básicas são bastante simples:
O curto deve alongar;
O longo deve esticar para os ados;
O estreito pede mais volume;
O avantajado precisa esconder-se.
Por mais que isso soe como óbvio, saiba que estão aí os erros mais
frequentes no modo das pessoas se vestirem – nas ruas, nas festas e na
televisão. É só olhar.
Depois de identificar seu tipo, você estará pronta para estabelecer as
primeiras linhas de ação: o que você precisa alongar, encurtar, esconder? Que
partes estão bem proporcionadas e devem ser realçadas? Afinal, qual é o meu
maior triunfo? Basta olhar-se para obter todas as respostas.
Uma mesma peça não pode estra no guarda-roupa de mulheres com tipos
diferentes. Se você é uma pessoa magra e tem um corpo bem proporcionado, pode
usar um Tailleur com ombreiras, saia
curta e paletó de abotoamento duplo. Agora, imagine que seu tipo seja “cadeiruda”.
Sua principal missão é alongar a silhueta. Então, seu Tailleur terá um paletó
que pare logo abaixo do quadril, escondendo o volume; ou alguns dedos acima do
ponto mais largo, chamando atenção para cima. O abotoamento do paletó será
simples, a gola em “V”, além de mangas secas e finas. Resultado: você parecerá
mais esguia e o volume do quadril não sobressairá na sua silhueta.
Outras táticas são fundamentais para espichar o curto, alargar o
comprido, e assim por diante. A principal é valer-se do uso adequado das cores
e dos tecidos. Saiba tirar proveito do claro/escuro, pois na presença de uma
cor vibrante, o escuro tende a desaparecer. Se você tem o quadril largo, disfarce-o
com uma calça escura. Em contrapartida,
valorize a parte de cima com uma blusa de cor vibrante, e bijuterias.
Da mesma maneira, realce ou disfarce fazendo o jogo dos tecidos: a lã tweed aumenta o volume, enquanto
molengo e de boa queda, como o jérsei,
tende a disfarça-lo. Se você é “peituda”, uma blusa de shantung ou um suéter de lã
angorá farão o seu peito parecer maior ainda.
Entre no jogo prestando atenção em duas situações fundamentais: os
quatro tipos de problemas básicos pedem para ser combinados com as outras
características do corpo. Por exemplo, um tronco longo tem sua jogada; exige
cuidados especiais. Mas se, para complicar, as pernas são muito grossas, então
passe para uma nova jogada e cheque as dicas específicas. O objetivo é buscar
uma combinação que se aproxime da soma; tronco longo + pernas grossas. Siga em
frente, e estará pronta para uma grande cartada em busca do seu estilo.
O livro de Glória Kalil prossegue com um guia para cada um dos tipos
citados, com dicas valiosas. Vale a pena consultar.
Além do vestuário, os acessórios, o cabelo e a maquiagem também vão
compor o visual, e até os calçados reforçam ou desmerecem o perfil. Nas
próximas aulas vamos continuar vendo qual a melhor imagem adequada ao seu
comportamento profissional e social que passem a imagem da pessoa que você é.
Por enquanto é só.
Bons estudos!!!
Profª Talita Godoy
Referência: “Chic – um guia básico de moda e estilo. Glória Kalil.
Editora Senac, 2005.