sábado, 22 de fevereiro de 2014

Assistente Executiva: características da nova multiprofissional

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Turma: 5º Secretariado

Disciplina: Gestão Secretarial

Tema da aula: A secretária como assistente executiva: características da nova multiprofissional

Data: Fevereiro/2014

Profª Talita Godoy





A atividade do secretariado



Atualmente é comum vermos a mulher inserida no mercado de trabalho. Mesmo casada (ou descasada), com filhos ou estudando um período, ela divide as suas tarefas pessoais com a profissional. Talvez, para poucas, tenha sido por uma questão de escolha, mas certamente hoje a maioria precisa do trabalho para se desenvolver, contribuir com as despesas domésticas e quando não para o sustento de si mesma ou de uma família. Mas nem sempre o mercado de trabalho foi acolhedor, e nem agora o é – basta comparar o salário entre homens e mulheres e o número de cargos de chefia ocupados por eles e elas, uma realidade que tende a mudar.



No período de guerra, eles, os homens de valor, tiveram que se alistar e literalmente ir à luta. Mas quem ficaria no lugar deles dando continuidade aos processos produtivos, quem estaria nas fábricas e quem providenciaria o pão e leite das crianças em casa? Então as mulheres tiveram que assumir algumas atividades com jornadas de trabalho absolutamente impraticáveis nos dias de hoje, com um salário indigno a qualquer tempo, algo beirando o serviço escravo, contudo se submetendo a isso como única opção de sobrevivência.



Dessa forma ela foi se inserindo, aos poucos, nas atividades que “sobravam” para ela. Com o término da guerra muitos homens voltaram ao posto, reduzindo as oportunidades, porém, outras foram se abrindo com o crescimento das indústrias e com a revitalização dos países no período pós-guerra.



Os anos 1950 foram definitivos para a organização de empresas onde os chefes precisavam de uma moça para fazer o café e anotar recados. Surge a primeira missão das secretárias, já com um certo glamour para aquelas jovens que eram consideradas avançadas para o seu tempo. Com os avanços da tecnologia, logo faziam curso de datilografia, para dominar as máquinas de escrever, além de ter uma caligrafia rápida e impecável. Vestiam-se de forma discreta, elegante, assim como o seu refinamento para ser muito gentil e educada com todos, especialmente com o seu chefe.



Com a criação de outros departamentos na empresa, que também foi uma revolução organizacional, iam surgindo novos executivos e a necessidade de mais secretárias para atendê-los. Conforme a tecnologia ia se desenvolvendo, o trabalho da secretária passou por inovações que acompanharam as simplicidades que os novos equipamentos iam proporcionando, embora o seu papel principal tenha se mantido por muitos anos e décadas limitado ao cafezinho e anotações, além de favores pessoais que os chefes costumavam pedir.



Algumas empresas ainda resistem ao modelo antigo de administração, em que o chefe maior detém informação e poder, delegando muito pouco aos demais. Contudo ainda persistem em considerar a secretária como aquela profissional que apenas segue suas orientações e faz apenas o que lhe é pedido.



O que mudou



O perfil da secretária atual se relaciona muito mais com o de uma assistente capaz de executar, pesquisar, informar, contribuir na tomada de decisões da empresa sempre de forma específica.



Outro papel adotado nesta nova era das secretárias é ser mediadora, agir como uma espécie de filtro ao que chega às mãos, ou mesa, do chefe. Ela tem uma certa autonomia para resolver situações cotidianas, de modo a simplificar o trabalho dos seus superiores. Quando ela conquista a confiança do seu líder, aos poucos ele passa a delegar atribuições a ela que dependem de sigilo, responsabilidade, discrição, e quanto mais ela conhecer a empresa e o perfil do seu chefe, maior será o espaço conquistado por ela, mediante a confiança do chefe.



Para tanto, é necessário ter domínio técnico do que se tem a fazer no cotidiano e ir além. O comportamento dela é fundamental para a conquista do seu espaço. Ser gentil, prestativa, discreta, educada, proativa e mostrar interesses são apenas algumas das qualidades apreciadas pelos executivos. Seguem outras características:



COMUNICABILIDADE: capacidade de ouvir, entender e se expressar de forma eficaz. Não ter medo de perguntar, caso não tenha compreendido bem uma orientação pode salvar o seu dia. Na dúvida, pergunte. Falar e escrever corretamente é básico para qualquer secretária, especialmente uma de nível executivo. Uma secretária que não produz um bom relatório, envia e-mails com erros ortográficos ou fala ao telefone com erros de concordância, por exemplo, precisa urgentemente se qualificar para o cargo que ocupa – ou pretende ocupar.



ORGANIZAÇÃO: ser organizada otimiza o tempo e evita erros. Muitos retrabalhos se dão por falta de organização ou de atenção. Um apoia o outro, e ser organizada é uma qualidade que logo se nota. O desperdício de tempo também pode ter sua origem nesta questão. Além de organizada a secretária precisa demonstrar interesse pelo que faz, sendo prestativa e manter aspecto de ordem. Um exemplo é não confiar apenas na memória, anote tudo em papel além de manter seus arquivos no computador. Ser organizada também lhe garante reservas diante de qualquer imprevisto. A organização não é apenas aparente, mas deve encontrar os melhores métodos, para cada situação em se manter o controle de tudo.



ÉTICA: o comportamento de uma secretária está muito ligado ao seu comportamento como mulher, como ser humano exigido em dobro na sociedade em que vivemos. Alguns exemplos simples estão em torno do assédio sexual, em que a mulher brasileira, com todo o seu charme e sensualidade que lhe é tão natural, pode acabar desencadeando nos homens com que ela trabalha.  Todo cuidado é pouco ao lidar com o público masculino, em especial saber cortar logo no início certos olhares ou brincadeiras que, a princípio podem ser inocentes, mas logo se transformam em problema para a profissional. Outro cuidado é em saber lidar com a família do chefe. Certas relações se tornam tão caseiras que podem se confundir. Se o chefe passa informações ou pede favores pessoais à sua secretária, ela não deve usar isso de forma indiscreta, por exemplo, ligando para a casa dele, especialmente em horários que não sejam de trabalho. Abrir com a esposa dele assuntos pertinentes ao trabalho também não é boa ideia, pois até para ela eles podem ser restritos. Ser discreta também é um comportamento ético, em todos os sentidos, tanto na vestimenta, como nas informações com as quais você lida.



PROATIVIDADE: além de ser ágil e prestativa, a proatividade se mostra em trazer informações úteis, não deixar escapar detalhes que para o chefe podem ser importantes, saber filtrar sem preconceitos, e não passar adiante das suas atribuições. Um exemplo é fazer três cotações que lhe foram pedidas, outra é apontar qual a melhor opção. A escolha é do seu superior, não sua! Outro exemplo é deixar adiantado um email de resposta e passar ao seu chefe para ele autorizar o envio, outra é responder por ele quando esta decisão não é sua. Esses limites são ampliados aos poucos, e vem do seu chefe autorização e liberdade para executar tarefas que vão um pouco além da sua rotina. Sugira, apresente, converse, mas tudo aos poucos, dentro do seu limite de convivência até que a confiança dele pelo seu trabalho apresentado lhe renda frutos. “Demonstra capacidade para assumir responsabilidades sem supervisão direta e tem iniciativa para tomar decisões segundo os objetivos assinalados pela autoridade” (MEDEIROS; HERNANDES, 2010, p. 316).



ATUALIZAÇÃO: é sempre útil estar atenta às novidades tecnológicas, fazer cursos, ler livros e artigos, participar de congressos e palestras, na medida do possível, tanto na área de negócio da empresa em que você trabalha, como na sua área de atuação profissional. Não deixe de se manter atualizada sobre a profissão da secretária executiva. Faça cursos de informática, não deixe a gramática de lado, tenha sempre um dicionário e outros guias às mãos para consultar quando achar necessário. Se for po

ssível, assine um jornal de classe ou qualquer outro periódico específico do secretariado. A troca de experiência e a aquisição de novos conhecimentos só enriquecerá seu lado profissional.



Como dito anteriormente, a parte técnica é de extrema importância no desenvolvimento da sua carreira, mas lembre-se de que ela deve ser apoiada pelas características de sua personalidade, seu comportamento, sua conduta e, em especial, pela habilidade em lidar com pessoas.



ATIVIDADE PROPOSTA:



O que você faria se... (acompanhe atividade presencial). 






PARTE II

SECRETARIA E ASSESSORA

Assessorar tem o significado de prestar apoio nas atividades do outro, deixando o trabalho dele mais simples, menos sobrecarregado e complementado pelas informações que o assessor possa fornecer, que possivelmente virão a contribuir na tomada de decisões. Conforme o dicionário, assistência significa ajudar, proteger, amparar. Pode-se definir o assistente como um auxiliar, um adjunto. Aquele que faz junto! Este último sentido colocado passa a ideia de que a secretária, quando atua como uma assistente, de fato acompanha o passo a passo do seu chefe e da organização. Sendo assim, quando mais ela tiver interesse em conhecê-lo bem, mais ela aumenta suas chances de poder contribuir no sentido de ser proativa e eficaz.

A confiança do chefe aumenta em sentido proporcional. Quanto mais ela se mostra interada nos assuntos, capaz de mudar alguns métodos para simplificar e oferecer algum ganho, seja de tempo ou na qualidade apresentada, mais ele vai se interessando em lhe dar desafios, grandes ou pequenos, para que ela dê conta do recado e faça cada vez mais. Claro que se ela for uma profissional em busca de um desenvolvimento de carreira será esta a sua meta, crescer. Este é um bom caminho a se seguir. Algumas delas acabam se interando tanto a ponto de conquistar mais do que a confiança do chefe, acabam conquistando também um novo cargo quando ela contribui, por exemplo, num projeto ou num setor específico. Sua meritocracia acaba lhe proporcionando outro tipo de crescimento na empresa.

A secretaria quanto atua como assistente, faz surgir uma parceria entre ela e o chefe. O seu comportamento é observado a cada dia, assim como seus atributos técnicos e sua competência em se envolver nos assuntos da empresa com visão específica.

Lembram-se do CHA?
COMPETÊNCIA: saber fazer algo (ter conhecimento técnico)
HABILIDADES: saber como fazer (fazer de forma adequada o que deve ser feito)
ATITUDES: além de fazer, fazer bem feito, ter iniciativa de fazer da melhor forma e querer que na próxima vez tudo saia ainda melhor!

A secretária que tem atitude de uma assistente, conhece bem os procedimentos da empresa onde trabalha, conhece as pessoas certas, sabe o momento certo de contatá-los, sabe quem são os fornecedores e os clientes, tanto externos como internos. E por falar nisso, ela considera o seu chefe o seu cliente mais importante.

Ter noções de administração é muito pouco para o cargo de uma assistente. Ela deve entender quais são os departamentos e sua área de atuação. Um conceito interessante é a visão holística do negócio, compreender a interdependência que uma área tem da outra, saber quais são as necessidades de cada uma e compreender as suas prioridades.


PARA REFLETIR:
“O bom êxito não consiste na observância de uma regra fixa, mas, antes, na adaptação contínua às situações; depende de sua capacidade reflexiva para resolver problemas”.
                                                                                                  (MEDEIROS; HERNANDES, 2010, p. 330)



ATIVIDADE PROPOSTA:

Você conhece quais áreas de uma empresa???


Como visto, o aprimoramento na área em que a profissional do secretariado atua é um fator que a torna mais preparada e demonstra interesse pela atividade que ela desempenha. Quanto mais ela conhece o meio em que convive, mais oportunidades de realizar outras tarefas ela conquista, o que é um mérito por significar o reconhecimento da sua competência.

Vejamos agora um quadro entre a secretária do passado e a assessora executiva, ou assistente administrativa:

ANTES
AGORA
O executivo ditava as cartas, ela datilografava
Ele mesmo digita e envia ou delega o texto a ela
Fazia recepção e envio de documentos, atendimento telefônico, de visitas, manutenção de agenda, arquivo, marcação  de reuniões, provisão de materiais de escritório.
Gerenciamento de e operação de sistemas de informação, como telefone, fax, copiadoras, microcomputadores, internet, redes sociais e de informações. Gerenciamento de serviços e de treinamentos, atendimento ao cliente.

Apoio logístico a reuniões com o agendamento, envio de pauta, preparação da sala, provisão de material necessário, inclusive audiovisual, verificando todos os detalhes, os menores aos mais importantes.

Todo atendimento prestado por ela, seja aos executivos, clientes internos ou externos, objetiva “oferecer maior qualidade dos produtos ou serviços da empresa para a qual trabalha (MEDEIROS; HERNANDES, 2010, p. 317).
O executivo pensava por ela, dava as orientações e ela apenas executava.
Por desenvolver atividades especializadas, ela deve ser capaz também de avaliar e julgar antes de executar. Deve estar preparada para decidir o que deve ser feito na maior parte do dia.



 
Com esta nova bagagem de atividades desempenhadas pela assistente executiva, ter certo refinamento social é uma vantagem considerável, pois considera-se “nada mais oportuno do que uma preparação educacional do que se oferece às secretárias. Entre regras de comportamento à mesa (boas maneiras) e conhecimentos administrativos, financeiros, contábeis, de negócios e outros, é possível que a secretária moderna dê prioridade a esses últimos tipos de conhecimentos” (MEDEIROS; HERNANDES, 2010, p. 317). Como dito antes, uma área complementa a outra. A assistente executiva estará mais bem preparada ao dar atenção para ambas.


ATIVIDADE PROPOSTA

Ela não vive num mundo perfeito. O que pode dar errado no dia a dia da secretária moderna?
O que você faria se acontecesse o descrito nos exemplos a abaixo?

- A impressora não imprime
- O computador emperra
- As linhas do telefone estão caindo o tempo todo
- O telefone não para de tocar o tempo todo

PARA REFLETIR: Em relação aos equipamentos técnicos, você saberia lidar bem com eles?

- Telefones de ramais
- Equipamento de fax
- Impressoras modernas
- Copiadoras / Xerox
- Microcomputadores
- Tablets
- Celulares modernos / aplicativos
- Calculadoras eletrônicas
- Arquivos em geral



FONTE:
STEFI MAERKER, 2007. Secretária – Uma parceira de sucesso.  
JOÃO BOSCO MEDEIROS; SONIA HERNANDES, 2010. Manual da Secretária – Técnicas de trabalho.







PARTE III
INIMIGOS DA PROFISSÃO

Podemos citar como um dos principais inimigos da profissão da assistente executiva alguns itens como:

- Falta de originalidade
- Falta de reflexão
- Preguiça
- Uso de frases feitas / lugares comuns / chavões e clichês
- Pressa para tudo
- Arquivos em lugares indevidos
- Erros de grafia
- Cálculos incorretos
- Desatenção / informações incorretas passadas adiante
O controle de qualidade deve partir da própria secretária sobre o seu trabalho. É essencial revisar tudo o que ela faz, especialmente por que, em geral, as informações com que ela lida são repassadas a outros. 

Também é desejável que a profissional tenha conhecimento sobre:

- Procedimentos de trabalho
- Regulamento e filosofia da empresa / cultura organizacional
- Objetivos / visão – missão – valores
- Organograma / pessoas e departamentos da empresa
- Política de negócios da organização


COMO CHEGAR LÁ

Seu Currículo está atualizado?

Seguem algumas recomendações, citadas por Medeiros e Hernandes (2010), lembrando que o currículo não é uma autobiografia!

- objetividade: um texto interessante em geral não é longo, mas enxuto.
- boa apresentação: deve ser digitado e impresso a laser.
- especificidade: não se deve enviar xerocópia de um currículo a uma empresa; ele deve parecer que foi escrito para uma empresa específica. Também não se admite um currículo escrito a mão.

Outras dicas:

- A carta de apresentação é bem-vinda. Cuidado para não exagerar nas afirmações pois tudo na carta deve ser de acordo com o conteúdo do currículo.
- O comportamento deve ser apontado por outros e ser demonstrado na entrevista. Segundo os autores Medeiros e Hernandes não é aconselhável incluir frases do tipo: “sou dedicada e dinâmica, sou comunicativa”.
- O selecionador geralmente é da área de Recursos Humanos, portanto não adianta usar e abusar dos termos técnicos da profissão pois eles não serão apreciados numa primeira triagem.   
- Em vez do termo “noções”, prefira “conhecimentos” em tal área, por exemplo. Não ressalte a falta de familiaridade com algo. Noções já indica um princípio de conhecimento e soa melhor. No caso dos idiomas, cite o exato grau de fluência.
- Mesmo quem tem vasta experiência de mercado deve citar apenas as duas ou três últimas, de preferência não ultrapassando citações com mais de 10 anos de mercado. Deve ser iniciada pela mais recente.
- Diga sempre a verdade.
- Informar cursos universitários, com ano de conclusão ou previsão de conclusão (escolaridade anterior não é necessária e pode poluir o currículo, assim como histórico escolar e outros).
- Na falta de experiência, seja simples, humilde, mas cite ser recém-formada ou curso em andamento e aproveite as experiências que podem ser acrescidas, como trabalhos voluntários em ONGs, produção de eventos e outros.
- IMPORTANTE: escreva em “objetivo” uma frase curta e direta com verbo no infinitivo, como “atuar na área de...”
- O bom visual para o currículo pode diferenciá-lo tornando-o mais atraente ao selecionador. Lembre-se de que ele recebe diversos currículos parecidos por dia. Separe as informações em blocos para facilitar a leitura e visualização dos dados que ele procura.
- Se sobrar espaço, não procure preenchê-los com informações excessivas. Deixe como está! Currículo longo não é interessante e pode ser descartado antes mesmo de ser lido até o fim.
- Deixe de fora os cursos antigos que já estão obsoletos no mercado em que pretende atuar.
- O salário pretendido não precisa ser mencionado no currículo. Ele deve ser tratado na entrevista.
- Evite siglas, elas podem ser citadas desde que acompanhadas do nome completo; evite abreviaturas.
- Informações como religião, time do coração, hobbies e outras do gênero, devem ficar de fora do currículo, sendo mencionadas apenas se perguntadas na entrevista sendo aconselhável evitar polêmicas.
- Use letras em tamanho médio ou grande para facilitar a leitura. De preferência evite itálicos e sublinhados. Textos com frases curtas e em voz ativa, verbos na primeira pessoa.
- O objetivo e a experiência são os campos principais do currículo.

A escolha das palavras revela muito sobre você. Seja criterioso, preferindo aquela que tenham relação com o cargo desejado. As mais procuradas, em geral, são: criar, colaborar, conduzir, coordenar, delegar, desenvolver, integrar, gerenciar, negociar, persuadir, qualificar, selecionar, tomada de decisão, idioma estrangeiro, liderança, falar em público, treinamento.

Elas também podem constar na sua carta de apresentação, mas cuidado para não usar muitas de uma só vez. É importante citar na carta o conhecimento que você tem daquela empresa e demonstrar seu real interesse em ingressar nela. Diga os motivos que o levaram a tomar a decisão de candidatar-se. Jamais entregue uma carta xerocada. Cada carta é única, deve citar o nome da empresa e se possível o nome do selecionador. Texto curto, conciso, claro e objetivo, sem cometer exageros. Bastam três parágrafos para uma carta de apresentação. No último parágrafo solicite uma entrevista e encerre de forma gentil, usando expressões de gentileza.

Como já estudamos um pouco de Marketing, pense no currículo como um produto, capriche no conteúdo e na embalagem! Em caso usar papel impresso, tenha o cuidado de entregá-lo sempre limpo e de preferência carregando numa pasta para não sujar o u amassar.


 Na próxima aula vamos pensar nos investimentos da profissão.





  BONS ESTUDOS!!!





FONTE:

JOÃO BOSCO MEDEIROS; SONIA HERNANDES, 2010. Manual da Secretária – Técnicas de trabalho.
 



FONTE:

STEFI MAERKER, 2007. Secretária – Uma parceira de sucesso.




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Administração Estratégica - Breve histórico e seus principais autores

Turma: 4º Secretariado - NOTURNO
Disciplina: Administração Estratégica
Tema da aula: Um breve histórico sobre o princípio da Administração e seus autores
Data: Fev/2014 (aulas 01 e 02)
Profª Talita Godoy

Introdução

Temos por objetivo nesta disciplina verificar alguns dos principais conceitos de gestão estratégica mais comuns no meio administrativo. Partiremos nesta aula 01 do princípio teórico de administração, gestão, estratégia, um breve histórico dos principais nomes de profissionais que fizeram as mudanças e os avanços tecnológicos surgirem e nos influenciarem, e posteriormente vamos tomar conhecimento de alguns exemplos de sua aplicação. Assim, passo a passo, esperamos que ao final da disciplina seja possível analisar criticamente as práticas aplicadas em sua empresa ou organização e propor métodos que apontem novos caminhos para a melhoria nos resultados.


Organização

A Fundação Nacional da Qualidade define Organização como: companhia, corporação, firma, órgão, instituição, empresa ou uma unidade dessas; sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estruturas administrativas próprias e autônomas, no setor público ou privado, com ou sem finalidade de lucro, de portes pequeno, médio ou grande.

Outras definições:

Administração é o processo de alcançar objetivos pelo trabalho com e por intermédio de pessoas e outros recursos organizacionais.
Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais definidos.
Administração é o ato de planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos para alcançar objetivos de desempenho.
Administração é o alcance de objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente graças ao planejamento, à organização, à liderança e ao controle dos recursos organizacionais.
Administração é o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como dos seus membros (CHIAVENATO, 2007, pág. 04).

As definições acima concordam que para administrar é preciso exercer quatro funções básicas (COSTA NETO, 2010), conhecidas pelas siglas PDCA:

PLANEJAMENTO: envolve o que fazer; por que fazer e como fazer.
ORGANIZAÇÃO: responde quem faz o que; onde faz e quando faz.
DIREÇÃO: relaciona-se a efetividade, eficiência e eficácia; liderança e motivação; comando.
CONTROLE: comparação com os padrões; correção de rumos; subsídios ao aperfeiçoamento.
A última definição apresentada anteriormente traz duas palavras-chave para a administração apontando que o eficaz e o eficiente.

ATIVIDADE PROPOSTA:

Pense por alguns instantes e responda se você é um profissional mais eficaz ou mais eficiente.

Qual a diferença entre ambos?

Eficiência: o termo está ligado à boa utilização (ou uso adequado) dos recursos disponíveis, ideia de produtividade.
Eficácia: o termo está ligado ao bom resultado global da organização, identificar a coisa certa a ser feita e fazer (pensando na qualidade dos resultados das ações praticadas).

Tanto o eficaz como o eficiente são importantes na administração organizacional.

Quem são os pioneiros do desenvolvimento da administração como ciência?

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): via a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência.
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): estudou a organização do Estado e distingue três formas de administração pública: monarquia, aristocracia e democracia.
Francis Bacon (1561 – 1626): enunciou o princípio do principal sobre o acessório (prioridades).
Thomas Hobbes (1588 – 1679): defendia que o Estado deveria impor a ordem e a organização da vida em sociedade.
Jean-Jaques Rousseau (1712 – 1778): pregou a necessidade do contrato social.
Adam Smith (1723 – 1790): introduziu o liberalismo econômico ao publicar a obra “Riqueza das nações”.
Jeremy Benthan (1748 – 1832): publicou “Uma introdução aos princípios da moral e da ética”.
Willian Gladstone (1809 – 1898): criou a figura da sociedade de responsabilidade limitada.
Karl Heinrich Marx (1818 – 1883): juntamente com Friedrich Engels (1820 – 1895) lançou o “manifesto Comunista”.
Henry Fayol (1841 – 1925): considerado o idealizador da Teoria clássica da Administração, lançou em 1916 o livro “Administração industrial e geral”. Era um engenheiro metalúrgico francês. Em seu livro, enfatiza o papel dos executivos na administração dos bens. Considerava os administradores como coordenadores das atividades industriais, comerciais e religiosas, entre outras.
Vilfredo Pareto (1848 – 1923): executou, em 1897, um estudo sobre a distribuição de renda, mediante o qual se percebeu que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915): foi considerado o pai da Administração Científica, publicou o livro “princípios da Administração científica”. Preocupava-se com a organização e racionalização do trabalho da base produtiva, isto é, com a maximização dos esforços humanos no plano operacional. A aplicação prática das teorias de Taylor e Fayol foram intensas em todas as indústrias, de produção em massa, especialmente nas linhas de montagem de automóveis desenvolvidas nas fábricas de Ford, no início do século passado. Taylor também apresentou o pensamento que divide o trabalho em duas partes: manual e intelectual. “Ao trabalhador não cabia a função de pensar, analisar e estruturar seu trabalho, mas simplesmente de executar ordens sem a necessidade de grande esforço mental. Para Taylor, planejar a atividade e estabelecer os controles necessários cabia a alguém mais bem preparado que um simples trabalhador. Cabia ao administrador (MASIERO, 2009, p.14).
Henry Ford (1863 – 1947): foi um dos principais responsáveis pela produção em massa na indústria automotiva.
Max Weber (1864 – 1920): publicou um estudo sobre a importância e o tipo ideal de burocracia.
Alfred P. Solan Jr. (1875 – 1966): opondo-se a Ford, estabeleceu a divisão da produção em unidades autônomas com marcas e preços diferenciados.
George Elton Mayo (1880 – 1949): descobriu a importância do fator humano na produção. Para Mayo “a formação de grupos informais era uma resposta contra toda a sociedade, que tratava os seres humanos como máquinas, preocupadas, única e exclusivamente, com o interesse econômico. Esse autor procurou mostrar também que um dos fatores mais influentes na produtividade eram as relações sociais desenvolvidas no trabalho, tanto formais como informais, e não simplesmente recompensas econômicas ou diferentes condições ambientais” (MASIERO, 2009, p.14). Surgia a definição do “homem psicológico”.
Walter Andrew Shewhart (1891 – 1967): concebeu os gráficos do Controle Estático de Processos – o CEP, o gráfico do Plan Do Control Action – o PDCA, publicando o livro “Economic control f quality of manufactured product”, em 1931. 
Willian Edward Feming (1900 – 1993): ministrou ensinamentos de qualidade aos japoneses após a Segunda Guerra Mundial e popularizou o ciclo PDCA concebido por Shewart. Em sua homenagem, os japoneses criaram o Premio Deming de Qualidade (1950).
Ludwig Von Bertalanffy (1901 – 1972): enxergou que os processos que existem na natureza, não ocorrem isoladamente, mas se desenvolvem como partes de um meio ambiente maior em que estão inseridos.
Joseph M. Juran (1904 – 2008):  um dos pioneiros da qualidade, criou a trilogia planejamento, controle e melhoria da qualidade.
Peter Ferdinand Drucker (1909 – 2005): considerado o maior guru da Administração, publicou dezenas de livros voltados à área.
Armand V. Feigenbaum (1922): concebeu o conceito de controle da qualidade total e gestão da qualidade total.
Philip Crosby (1927 – 2001): popularizou o princípio de fazer certo da primeira vez como parte do seu programa Zero Defeito.

Os autores acima citados são todos ocidentais, sendo que Carvalho (2005) e Costa Neto (2010) também apresentam uma lista de autores orientais de grande importância:

Kaoru Ishikawa (1915 – 1989): desenvolveu o esquema espinha de peixe para resolução de problemas, dentre outros modelos.
Genichi Taguchi (1924): introduziu a ideia da qualidade como associada á perda monetária imposta à sociedade por falha dos produtos.
Tahiichi Ono (1912 – 1990): foi considerado o criador do Sistema Toyota de Produção e o pai do sistema Kanban.
Toyoda Kiichiro (1894 – 1951): foi considerado o criador do sistema Just-in-Time.

Os próprios autores consultados para elaboração deste material também são incluídos entre a lista de estudiosos que muito contribuem com a Administração em nosso país:

Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto (1939): autor de 14 livros
Vivente Falconi Campos (1940): divulgador das técnicas japonesas para a qualidade e autor de diversos livros sobre o tema qualidade. 

Nas próximas aulas veremos estratégias administrativas e ferramentas de gestão.


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