Comunicação
- Princípios e Teorias
Parte
I - Introdução à Comunicação
O
que é comunicação
- Meio
de interagir socialmente?
- Meio
de criar laços afetivos entre pessoas e grupos?
- Meio
de expressão de sentimentos, pensamentos e outros?
- Estratégia
para exposição de ideologias?
- A
comunicação é um meio ou um fim?
Como
se dá a comunicação?
- Via
tecnologia: telefone celular, internet, redes sociais;
- Veículos
de massa tradicionais: televisão, rádio, jornal impresso, revista;
- Por
meio da arte: música, poesia, artes plásticas,
- De
forma interpessoal: meio verbal (uso da linguagem falada ou escrita) e não
verbal (postura corporal, gestos, movimento facial, vestimenta,
comportamento).
A comunicação interpessoal é a
base dos relacionamentos. Com o desenvolvimento tecnológico veio a
possibilidade de comunicação em maior grupo, denominado massa, destinada a um
grande número de pessoas. O que podemos observar na
figura abaixo?

Definição
de Comunicação
Algumas delas: compartilhar,
tornar comum, dialogar, trocar informações, dar e receber feedback.
A comunicação vai além do fornecimento
de dados e informações. Ela indica “ação” (como numa via de mão dupla, onde há
uma resposta).
Para Aristóteles, o objetivo
da comunicação é persuadir, influenciar.
A oratória é a arte da
persuasão por meio da palavra falada. Segundo os gregos, o político não só deve
ter bons argumentos como deve, também, convencer seu auditório.
Campos de estudos da
comunicação: funcionamento social, poder, conhecimento, política, democracia,
economia, tecnologia, psicologia.
Comunicação
em ação
Estudar o fenômeno da
comunicação implica considerar a forma em que se estruturam, produzem e
recepcionam os diferentes tipos de mensagens. Também se pode centrar no estudo
das ideias e valores que circulam através dos meios e as relações de poder que
se vinculam através deles.
Também se pode analisar as
possibilidades de produzir, receber e de participação nas mensagens, conforme
determinados grupos, classes e nacionalidades;
Além da reflexão acerca das
tecnologias, a comunicação aborda o estudo e análise dos acessos e usos que se
dão a essas ferramentas pelos distintos atores e setores sociais.
A análise sobre a comunicação
como fenômeno social data de tempos remotos. A sociedade é impensável sem
comunicação e, como toda atividade humana, é uma prática completa e cheia de
aspectos fascinantes.
A intensa atividade política
na antiga Grécia obrigou a sistematizar o processo de comunicação. O objetivo:
convencer o auditório. Em sua “Retórica”, Aristóteles define os componentes da
comunicação:
Comunicação
- Princípios e Teorias
Parte
I - Introdução à Comunicação
O
que é comunicação
- Meio
de interagir socialmente?
- Meio
de criar laços afetivos entre pessoas e grupos?
- Meio
de expressão de sentimentos, pensamentos e outros?
- Estratégia
para exposição de ideologias?
- A
comunicação é um meio ou um fim?
Como
se dá a comunicação?
- Via
tecnologia: telefone celular, internet, redes sociais;
- Veículos
de massa tradicionais: televisão, rádio, jornal impresso, revista;
- Por
meio da arte: música, poesia, artes plásticas,
- De
forma interpessoal: meio verbal (uso da linguagem falada ou escrita) e não
verbal (postura corporal, gestos, movimento facial, vestimenta,
comportamento).
A comunicação interpessoal é a
base dos relacionamentos. Com o desenvolvimento tecnológico veio a
possibilidade de comunicação em maior grupo, denominado massa, destinada a um
grande número de pessoas.
O que podemos observar na
figura abaixo?

Definição
de Comunicação
Algumas delas: compartilhar,
tornar comum, dialogar, trocar informações, dar e receber feedback.
A comunicação vai além do fornecimento
de dados e informações. Ela indica “ação” (como numa via de mão dupla, onde há
uma resposta).
Para Aristóteles, o objetivo
da comunicação é persuadir, influenciar.
A oratória é a arte da
persuasão por meio da palavra falada. Segundo os gregos, o político não só deve
ter bons argumentos como deve, também, convencer seu auditório.
Campos de estudos da
comunicação: funcionamento social, poder, conhecimento, política, democracia,
economia, tecnologia, psicologia.
Comunicação
em ação
Estudar o fenômeno da
comunicação implica considerar a forma em que se estruturam, produzem e
recepcionam os diferentes tipos de mensagens. Também se pode centrar no estudo
das ideias e valores que circulam através dos meios e as relações de poder que
se vinculam através deles.
Também se pode analisar as
possibilidades de produzir, receber e de participação nas mensagens, conforme
determinados grupos, classes e nacionalidades;
Além da reflexão acerca das
tecnologias, a comunicação aborda o estudo e análise dos acessos e usos que se
dão a essas ferramentas pelos distintos atores e setores sociais.
A análise sobre a comunicação
como fenômeno social data de tempos remotos. A sociedade é impensável sem
comunicação e, como toda atividade humana, é uma prática completa e cheia de
aspectos fascinantes.
A intensa atividade política
na antiga Grécia obrigou a sistematizar o processo de comunicação. O objetivo:
convencer o auditório. Em sua “Retórica”, Aristóteles define os componentes da
comunicação:
Orador: a pessoa que fala
Discurso: o conteúdo pronunciado
Auditório: a pessoa que escuta
Termos
Os termos “Comunicar” e
“Comunicação” aparecem pela primeira vez na língua francesa na segunda metade
do século XIV.
Em seu sentido básico, supõem
uma ação comunitária de participar em comum, colocar em relação e remetem ao
vocábulo latino “communicare”. Em inglês, são provenientes da raiz “communis”.
Ao se comunicar, as pessoas
coparticipam, convivem. Na Idade Média adotou-se à ação de comunicar o sentido
de “atuar em comum”.
A palavra “religião” tem um
sentido parecido: vem do latim, “religare”, reunir, juntar.
Influências
do capitalismo
O capitalismo comercial
provocou mudanças no sentido “comunitário” da expressão. No século XV, os
objetos de uso diário se tornam “mercadorias”, bens que se podem comprar e
vender. E nesse contexto, a ideia de comunicação se translada a um objeto,
torna-se algo que pode ser trocado, comercializado.
O capitalismo industrial, a
partir do século XVII, e fundamentalmente do século XVIII, gera um crescimento
nas fábricas, na produção e no consumo. O comércio cada vez maior de
mercadorias requer o desenvolvimento de sistemas e canais eficazes para seu
tráfego.
Transmissão
O termo comunicar – originalmente
ligado a ideia de compartilhar, participar em comum ou colocar em relação – se
entende como transmissão de um ponto a outro. Este significado predomina no
século XIX com o surgimento da prensa e logo, no século XX, com o surgimento de
meios de comunicação massiva (ou de massa).
Meios de comunicação: rádio,
televisão, jornais, revistas e outros, num processo unidirecional.
Teoria
Matemática – Modelo de Shannon
A teoria matemática da
informação foi desenvolvida em 1948, pelo engenheiro eletrotécnico e matemático
Claude Elwood Shannon e Waren Weaver, com o desafio de encontrar
uma maneira de comunicar a maior quantidade de mensagens com a menor
interferência e o menor custo possível. A preocupação não é com a parte humana,
e sim com a tecnológica.
Elementos
da Comunicação no modelo de Shannon
Mensagem: se
refere a palavra mesma, ou o sinal utilizado (falada, escrita);
Codificador ou emissor:
aparato que transforma a informação em uma modulação física suscetível de ser
transmitida por um canal. Por exemplo, o telefone transforma a voz em
oscilações elétricas, quer dizer, cumpre a função das cordas vocais sobre a voz
falada;
Canal: é o
meio utilizado para transmitir o sinal desde o emissor ao receptor;
Decodificador ou receptor:
efetua, geralmente, a operação inversa à realizada pelo emissor, decodificando
o sinal para construir a mensagem (interpretação, compreensão da informação que
lhe foi passada);
Destino ou destinatário:
pessoa a quem chega a mensagem;
Ruído: qualquer
fenômeno perturbador que venha a interferir na recepção.
Ruídos
na comunicação
O ruído é a presença externa e
aleatória de interferências que impedem a perfeita correspondência entre
os polos na comunicação (emissor e receptor). À medida em que o ruído aumenta,
a comunicação se torna menos eficaz. O conceito de comunicação é, portanto,
oposto ao conceito de ruído.
A informação é a quantidade
mínima de unidades que permitem ao receptor reconstruir a mensagem de maneira
correta. Quanto mais clara a informação, menos elementos se necessitam para ser
compreendida, e mais protegida contra os ruídos. O ruído causa distorções
que podem comprometer a boa recepção da mensagem.
O modelo matemático de Shannon
considera apenas os fatores técnicos da comunicação, não considerando os
aspectos humanos envolvidos.
Feedback
Norbert
Wiener (1894 – 1964) foi professor de Shannon. Ele trabalhou a
noção de feedback em 1948, vendo o processo de comunicação pelo viés
sociológico, ou seja, pelas condutas humanas e sociais, o que se distancia do
esquema linear de Shannon.
O feedback implica naquilo que
chega no final do processo de comunicação, que provoca uma reação no receptor. Esta reação também
pode influir no polo emissor.
O esquema de Wiener surge de
uma preocupação pelo funcionamento técnico das máquinas. Por isso, quando se
transmite, a comunicação humana pode parecer algo abstrato.
Por exemplo numa briga: um
fala alto, o outro responde alto também, e o primeiro aumenta ainda mais o tom
de voz e assim sucessivamente (retroação positiva, onde ambos fazem o mesmo).
Em vez de elevar a voz, um
deles poderia simplesmente reclamar, de forma educada ou pedir desculpas e não
reagir elevando a voz, como o outro (retroação negativa).
Comunicação
como processo social
Após analisar o modelo de
Shannon, estudiosos americanos passaram a considerar o processo de comunicação
social.
Levaram em conta: a palavra, o
gesto, a mímica, o espaço físico, contexto, status e outros aspectos
indissociáveis na comunicação.
Até mesmo em silêncio,
comunica-se algo.
Esta conclusão partiu por
volta dos anos 50 como resultado dos estudos de norte americanos em áreas
interdisciplinares, como sociologia, psicologia, linguística, antropologia e
matemática.
Cada povo carrega sua própria
cultura e suas regras de comunicação, o que foi notado pelo sociólogo Erving
Goffman.
Ao chegar em outro país você
nota que os costumes são diferentes. Como agir? Procura se inteirar para seguir
os costumes ou mantém seus próprios hábitos, afinal você é um visitante? Você
respeita os costumes e as tradições locais, pois você está na terra deles ou
espera que eles sejam compreensivos com a sua cultura e que o permitam agir
como se estivesse no seu país, de cultura e tradições diferentes?
Em que ou de que forma a
diferença cultural pode interferir na comunicação entre duas pessoas de origens
distintas?
A
Escola de Palo Alto
Goffman,
sociólogo da corrente do interacionismo
simbólico, estabelece as premissas para pensar a comunicação humana como
uma interação, tendo em conta as regras e as estratégias do jogo.
Cada indivíduo pode querer
manipular as regras para benefício próprio e construir um papel de si próprio
que lhe permita impor uma melhor imagem. Cada um coloca em cena uma imagem de
si, constrói um papel.
Surge a sociologia interacionista estudada na
Escola de Palo Alto, na Califórnia, que considera a comunicação um processo integrador, indo além do
modelo de comunicação simplesmente linear, pois comunicar é construir um
sentido e criar interação.
Indo além da comunicação
interacional, e do modelo de Shannon, o pesquisador Yves Wikin leva em
consideração as grandes estruturas sociais, classes e grupos determinados,
relações de poder e a influência da mídia (meios massivos de comunicação).
Estes estudos abrem caminhos
para questões como: os meios massivos têm poder para orientar ou provocar
condutas e impor modas, ou, pelo contrário, expressam desejos, fantasias ou
interesses já existentes no público?
Um dos aspectos centrais dos
estudos em comunicação consiste em indagar as relações entre sociedade e os
meios de comunicação de massa.
As transformações sociais,
políticas, econômicas e ideológicas que se verificam a partir da revolução
industrial – e que se intensificam de maneira considerável na Europa e nos
Estados Unidos, a partir da segunda metade do século XIX – dão lugar ao que se
conhece como sociedade de massa.
Características
da Sociedade de Massa
- Expansão
do sistema capitalista industrial;
- Divisão
e especialização do trabalho, maior demanda de trabalhadores e de
qualificação profissional;
- Expansão
da alfabetização e criação de sistemas educacionais;
- Complexidade
das estruturas sociais;
- Integração
e desenvolvimento dos mercados e das cidades;
- Crescimento
da população;
- Organização
da ordem social (o indivíduo, a justiça social, o trabalho regulamentado,
a igualdade); invenções tecnológicas permanentes.
Comunicação
de massa e sociedade
- As
grandes transformações econômicas criam condições para acesso progressivo
de vastos setores da população aos direitos civis e políticos (como o
direito ao voto e à educação).
- O
barateamento dos custos de produção e a alfabetização favorecem a
distribuição massiva de bens culturais a um público ávido por consumir.
- No
final do século XX, crescem significativamente a circulação de periódicos
(jornais e revistas), as edições populares de livros e as novelas
impressas. Nasce, assim, a sociedade e a cultura de massa.
- No começo da década de 1920, o rádio e o cinema se integram à vida de gente comum.
Primeiros estudos sobre
comunicação de massa e seus efeitos na sociedade
Publicidade, propagandas
bélicas, campanhas eleitorais (anos 1920-1950)
Teoria
de Umberto Eco – Apocalípticos e Integrados
Apocalípticos: Sentem nostalgia por uma época em que os
valores culturais eram privilégio de uma classe. O condicionamento industrial
que reproduz as expressões culturais, sustentam, é prejudicial. Seu olhar é
desconfiado e conservador, por isso rechaçam qualquer modificação do que já
existia e dirigem seus ataques à cultura de massa.
Integrados: Estes, segundo Umberto Eco, carecem de uma visão crítica: não se perguntam pelos
interesses políticos e econômicos que sustentam as manifestações da cultura de
massa (ou popular). Tão pouco indagam quem gera os produtos culturais e com que
consequências. Pecam por certo “liberalismo cultural”. Supõem que a circulação
livre e intensa é, em si, naturalmente boa e resulta em benefícios para a
sociedade.
Sociedade
cultural
A cultura de massas é boa ou
ruim? A cultura elitizada perdeu o seu valor?
Não seria melhor perguntar que
ações e intervenções podem se dar para que os meios massivos de comunicação
sejam veículos de valores positivos ao invés de simplesmente tentar barra-los
ou julgá-los?
A cultura de massa é algo sem
volta, tornou-se um produto industrial, direcionado a uma sociedade industrial
que consome o produto cultura.
O
Funcionalismo
A Primeira Guerra Mundial dá
início a um grande processo de industrialização e desenvolvimento tecnológico
nos Estados Unidos, incluindo o campo da comunicação, que proporciona trocas
culturais, estudadas pela sociologia funcionalista.
Na década de 1920 se dão as
primeiras transmissões de rádio, sendo, em pouco tempo, colocadas em atividade
mais de 600 estações de rádios comerciais.
No período entre guerras o
funcionalismo intensifica seus estudos sobre a forma com que determinados
fenômenos sociais afetam o funcionamento, a adaptação e a adequação normal de
um sistema social.
A partir de 1919, a
publicidade se converte em um fator econômico fundamental. A produção de bens
em grande escala reduz os preços, mas a manutenção da demanda a longo prazo
obriga a gerar mecanismos de identificação por meio da publicidade.
Comunicação
estratégica
A grande Depressão Econômica
dos anos 1930, obriga ao presidente dos Estados Unidos, Franklin
Roosevelt (1882-1945) a impulsionar uma reativação da sua política
econômica e social. O plano era propor mais empregos e aumento aquisitivo para
gerar maior consumo interno.
Reforçando a imagem de
“país em pleno crescimento”, e contando com a população que acreditava
nisso, cada vez mais pessoas foram apoiando sua política, favorecendo o plano
em ação.
A opinião pública passa a ter
papel fundamental. Para incentivá-la, são criadas estratégias de comunicação
originais.
Uma estratégia publicitária
e uma campanha eleitoral podem gerar, a curto prazo, modificações na
conduta dos cidadãos, conforme estudos funcionalistas mostravam.
Mass Communication
Research
A corrente funcionalista
aplicada à comunicação de massa, conhecida como Mass Communication
Research, reúne um grupo de investigadores com o propósito de conhecer
a influência dos meios de comunicação sobre os indivíduos e a sociedade.
Estuda a comunicação de massas
com os métodos das ciências experimentais (análise empírica) empregados na
sociologia americana.
Esta corrente assemelha o
funcionamento da sociedade a um organismo vivo: afirmam que a sociedade é um
organismo vivo, composto por partes independentes que se influenciam mutuamente
para manter o equilíbrio e buscar a harmonia em caso de desequilíbrios. Desta
corrente surgem expressões como “corpo social” e “célula básica da sociedade”.
O
estudo dos efeitos visa:
- u Analisar de maneira exaustiva os efeitos que se pretende alcançar;
- u Conhecer as características específicas dos receptores-consumidores;
- u Estudar o desenvolvimento de mensagens apropriadas para que cheguem ao público e produzam os efeitos desejados
- u Medir resultados para retroalimentar o processo e melhorar as estratégias
O papel decisivo da propaganda
Harold
Lasswell (1902-1978), um dos primeiros – e principais – investigadores
da Mass Communication Research, afirma que durante a Primeira Guerra
Mundial a propaganda havia tomado um papel decisivo, tanto nas situações de
conflito como na moral dos exércitos. Em 1927 publica “Propaganda - técnicas no
mundo da guerra”.
Assim
como haviam percebido que a repetição das propagandas reforçava no consumidor a
ideia e o hábito do consumo, a repetição de determinadas palavras se mostrou
uma técnica eficiente na política. Por exemplo: usar repetidas vezes a palavra “progresso”
tornava o discurso mais influente.
Psicologia conducista
A teoria
de Lasswell se tornou conhecida como “injeção hipodérmica”,
consistia de uma visão instrumental da comunicação e uma confiança cega na
onipotência dos meios.
Era
influenciada pela psicologia conducista, intenta analisar e conhecer os
estímulos que produzem determinadas respostas nos indivíduos. Defende o emprego
de procedimentos estritamente experimentais para estudar as condutas.
A invasão marciana de Orson Welles
Como
vistos, a comunicação parte de outras áreas, como antropologia, sociologia,
psicologia e vai além, chegando no campo da ficção, como provou Orson Welles.
Na
noite de 30 de outubro de 1938, o ator e diretor cinematográfico Orson Welles
(de Cidadão Kane), aterroriza milhões de americanos. Inspirado na novela de
ficção científica “A guerra dos mundos”, do filósofo e escritor inglês H. G. Wells (1866-1946), o relato
radiofônico de Welles conseguiu confundir a população que, crendo que se
tratava de um caso verídico, entrou em pânico.
Este
caso emblemático reafirma a concepção da influência onipotente dos meios de
comunicação de massa.
Teoria de Lasswell
- Lasswell publica,
em 1948, o artigo “Estrutura e função da comunicação na sociedade”.
- Preocupado com as ameaças
políticas que podem alterar a ordem social (o fascismo, o comunismo, o
protesto social), estuda a eficácia na comunicação com o propósito de assegurar
o controle social.
- Segundo sua teoria, a
comunicação cumpre 03 funções principais: A vigilância do entorno (levada
a cabo pelos agentes da segurança e suas ameaças); é posta em relação
entre os setores da sociedade (por parte do periodismo e dos líderes de
opinião) e a transmissão da herança social, por parte da escola e da
família.

Funcionalismo Estrutural
O funcionalismo comunicativo,
desenvolvido por Robert K. Merton
(1910-1989), se conhece também como funcional estrutural.
Segundo
Merton, existe um certo grau de adequação, ou estabilidade, entre as
instituições e os valores de uma sociedade.
Para
fundamentar sua teoria, ele se apoia na distinção entre funções e disfunções:
As
funções são as condutas que reforçam e asseguram o funcionamento e a
estabilidade social. As disfunções, ao contrário, as alteram.
Exemplo:
Campanha #partiuteste (quantos
aderiram? Quantos tiveram alguma restrição em fazer o teste de AIDS no período
de carnaval 2015?).
Merton
ressalta, com insistência, o conceito de equilíbrio. Define qualquer alteração
da ordem social como uma disfunção: circunstância potencialmente nociva para a
ordem social. Como outros sociólogos funcionalistas, Merton vê nas
mudanças sociais mais que uma possibilidade de melhora, uma ameaça.
Para
Merton, com o mass media nasce uma nova era que potencializa as
possibilidades de organizar e regular o funcionamento social.
- Concedem status
hierárquico a pessoas e instituições que compartilham valores com o
público, e os dotam de poder de sugestão;
- Aglutinam os gostos,
as atitudes e os valores da multidão;
- Quanto mais ativas são as
mensagens, mais passivos se tornam os receptores-consumidores;
- O “líder de opinião”
proporciona uma aparência de individualização em uma sociedade
massificada e unificada.
Exemplo:
queremos parecer únicos (personalizados) e ao mesmo tempo precisamos nos sentir
pertencentes e aceitos por um grupo (identificação com iguais).
Teoria de Lazarsfeld
O
sociólogo Paul Félix Lazarsfeld (1901-1976), sustenta em “As
eleições acabaram” (1948), que os meios de comunicação e as campanhas
eleitorais não influenciam diretamente sobre os votantes. As pessoas tendem a
votar no candidato que prevalece em seu grupo social primário e não no qual
aparece mais na mídia. Para Lazarsfeld, pessoas votam influenciadas pelos seus
grupos sociais (família, igreja, clube social), o que o permite montar o
seguinte esquema de influências:

u Segundo
Klapper, a comunicação de massa não é causa única e suficiente para determinar
a influência, mas sim cooperam e reforçam tendências existentes.

Teoria de Kapler
Joseph Klapper trabalha, em 1948, com os efeitos da comunicação de
massa e posteriormente difunde a ideia de que não são exclusivamente os
conteúdos dos meios e sim os chamados intermediários que determinam as
influências.
Estes
fatores são qualidades do receptor:
ü Predisposições
de suas atitudes;
ü Seu
interesse subjetivo;
ü Seu grupo social;
ü Os
líderes de grupos mais informados, entre outros.
Desejos e necessidades
ü Phillip Kotler diz que, o Marketing não cria
a necessidade. Mas este parece ser o objetivo da propaganda, criar no
consumidor a atitude de compra. E então?

Pesquisa – Investigação Administrada
ü Tudo
em comunicação se dá por meio de “Pesquisa”.
ü O
objetivo do Mass Communication Research é satisfazer as exigências de quem
demanda e financia as investigações:
ü “Quero
saber quantas pessoas ouvem meu programa e do que eles gostam”;
ü “Meus
anunciantes querem saber quantos são os ouvintes e a que grupo social
pertencem”;
ü “Preciso
saber qual a eficácia da minha campanha eleitoral”;
ü “Pagaremos
por uma pesquisa para saber qual a melhor forma de persuadir aos eleitores para
que não se gerem distúrbios”.
- Poucos anos mais tarde,
ainda dentro da corrente funcionalista, se desenvolve uma contracorrente –
conhecida como agenda setting sobre os problemas dos
efeitos.
- Ao contrário do modelo da
“agulha hipodérmica” que plantava influências concretas a curto
prazo, a agenda setting sustentava que os meios de comunicação de
massa produzem efeitos a longo prazo: organizam a forma como se percebe o
mundo. Suas hipóteses:
- Os meios não dizem às
pessoas como elas devem pensar, e sim sobre quais temas. Estabelece os
assuntos, os argumentos, os problemas sobre os quais fala a opinião
pública.
- Os meios estabelecem uma hierarquia
de importância em que são discutidos os temas.
As
agendas temáticas dos meios de comunicação partem de uma investigação empírica,
ou seja, de pesquisa de campo para saber quais assuntos mais interessam à
população.
O
resultado das pesquisas indicam as representações da realidade. Contudo,
o mero ato de publicar uma notícia, não implica em sua integração no círculo de
temas de discussão do público.
A
investigação levada a cabo pela agenda setting mantém as preferências
quantitativas da população. Neste caso, sua preocupação é medir a capacidade
dos distintos meios de encontrar e instalar temas de interesse público.
- Os temas: temas
fáceis de se assimilar, outros mais complexos;
- A audiência:
pessoas que têm uma experiência direta sobre o tema que se trata são menos
influenciáveis;
- Consideram a credibilidade
do meio, seu impacto quantitativo, suas fontes de informação e o
contexto social.
- Os pesquisadores medem o nível
de profundidade em que se instala cada tema. Não é a mesma opinião da
audiência, suas posições a respeito podem ser diferentes (uma coisa é a
opinião pública, outra é o resultado das investigações devido a influência
sofrida pelo público).
PARTE III - ESTUDOS EM COMUNICAÇÃO
A ESCOLA DE FRANKFURT