terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sociologia - Aula 1 (PSS) - Comunidade, Sociedade e Grupos Sociais



COMUNIDADE, SOCIEDADE E GRUPOS SOCIAIS



TEXTO 1


1. Os grupos sociais

Grupo social: á a reunião de duas ou mais pessoas, interagindo umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum.

Principais grupos sociais:
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           Grupo familiar – família;
·         Grupo vicinal – vizinhança;
·         Grupo educativo – escola;
·         Grupo religioso – igreja;
·         Grupo de lazer – clube;
·         Grupo profissional – empresa;
·         Grupo político – Estado, partidos políticos.

Características de um grupo social:
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      Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um indivíduo no grupo, coletivismo;
·         Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
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         Organização – todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
·     
       Objetividade e exterioridade – uma pessoa entra no grupo quando ele já existe, e quando sai ele permanece existindo;
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         Objetivo comum – união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
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      Consciência grupal ou sentimento de “nós” – compartilham modos de agir, pensamentos, ideias, etc. Ex: Nós ganhamos.

        Continuidade – é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.


 Classificação dos grupos sociais:
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   Grupos primários – predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
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     Grupos secundários – são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta como cartas, telegramas, telefonemas, etc.
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    Grupos intermediários – são aqueles que se alternam e se complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.


2. Outras formas de agrupamentos sociais

Agregados sociais: é uma reunião de pessoas que mantém entre si o mínimo de comunicação e de relações sociais. Podemos destacar a multidão, o público, a massa.
Multidão: Ex: um grupo de pessoas observando um incêndio.

Características da multidão:
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        FALTA DE ORGANIZAÇÃO: não possui um conjunto de normas.
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        ANONIMATO: não importa quem faz parte da multidão.
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        OBJETIVOS COMUNS: os interesses, as emoções e os atos têm o mesmo sentido.

      INDIFERENCIAÇÃO: todos são iguais perante a multidão, não há espaço para manifestar as diferenças individuais.
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     PROXIMIDADE FISICA: os componentes da multidão ficam e contato direto e temporário uns dos outros.


Público: é um agrupamento de indivíduos que seguem os mesmos estímulos. Não se baseia no contato físico, mas na comunicação recebida através dos diversos meios de comunicação. Ex: indivíduos assistindo a um jogo – todos que estão juntos recebem o mesmo estimulo - e não se trata de uma multidão porque todos que estão juntos foram com o mesmo propósito – assistir ao jogo – diferente da multidão, já que a reunião é ocasional.

Opinião pública: modo de pensar, agir, e sentir de um público.

Massa: é formada por indivíduos que recebem opiniões formadas através dos meios de comunicação de massa.

Diferença entre público e massa: Publico – recebe a opinião e pode opinar.
Massa – predomina a comunicação transmitida pelo os meios de massa.


3. Mecanismos de sustentação dos grupos sociais

Toda a sociedade tem uma série de forças que mantém os grupos sociais. As principais são a liderança, as normas e sanções sociais, os valores sociais e os símbolos sociais.
Liderança: é a ação exercida por um líder, aquele que dirige o grupo. Há dois tipos:

Liderança institucional - autoridade varia de acordo com a posição social ou do cargo que ocupa no grupo. Ex: gerente de uma fábrica, pai de família, etc.

Liderança pessoal – autoridade varia das qualidades pessoais do líder (inteligência, poder de comunicação, atitudes). Ex: Getúlio Vargas, Adolf Hitler, etc.


Normas e sanções sociais:

Normas sociais: regras de conduta de uma sociedade, que controlam e orientam o comportamento das pessoas. Indica o que é “permitido” e “proibido”.

Sanção social: é uma recompensa ou uma punição que o grupo determina para os indivíduos de acordo com o seu comportamento social. É aprovativa quando vem sob a forma de aceitação, aplausos, honras, promoções. É reprovativa quando vem sob a forma de punição imposta ao indivíduo que desobedece a alguma norma social. Ex: insulto, zombaria, prisão, pena de morte.

Valores sociais: variam no espaço e no tempo, em função de cada época, geração e cada sociedade. Ex: o que é bonito para os jovens nem sempre é aceito pelos mais velhos. As roupas, os cabelos, modo de dançar, as ideias, o comportamento, entram em choque com os valores sociais já estabelecidos e cultivados por seus pais, criando uma certa tensão entre jovens e adultos.

Símbolos: é algo cujo valor e significado é atribuído pelas pessoas que o utilizam. Ex: a aliança que simboliza a união de casais.

A linguagem é um conjunto de símbolos. Podemos dizer que todo o comportamento humano é simbólico e todo o comportamento simbólico é humano, já que a utilização de símbolos é exclusiva do homem. Sem os símbolos não haveria cultura.

4. Sistema de status e papéis
A posição ocupada por um indivíduo no grupo social denomina-se status social.

Status social: implica direitos, deveres, prestigio, e até privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição. Ex: os chefes de uma grande empresa têm muitas regalias – sala decorada, respeito dos funcionários – já os de posição inferior não possuem. Ou seja, tem status mais elevado.

Dependendo de como o indivíduo obtém seu status pode ser classificado como:
Status atribuído: não é escolhido pelo individuo, e não depende de si próprio. Ex: irmão caçula, filho de operário.

Status adquirido: depende das qualidades pessoais do indivíduo, de sua capacidade, e habilidade. São status adquiridos através de anos de luta e competição, supõe a vitória sobre os rivais. A pessoa demonstra superioridade. Ex: classe alta.

Papel social: são comportamentos que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social. Corresponde às tarefas e obrigações atribuídas de acordo com o status do indivíduo.

Status e papel são coisas inseparáveis e só os distinguimos para fins de estudo. Não há status que não corresponda a um papel social e vice-versa. Todas as pessoas sabem o que esperar ou exigir do indivíduo de acordo com o status ocupado no grupo ou na sociedade. E a sociedade sempre encontra meios para punir os indivíduos que não cumprem seu papel.


5. Estrutura e organização social

Estrutura social: é a totalidade dos status existentes num determinado grupo social ou numa sociedade.

Organização social: é o conjunto de todas as ações que são realizadas quando os membros de um grupo desempenham seus papeis sociais.

Assim, enquanto a estrutura social dá a ideia de algo estático, que simplesmente existe, a organização social passa a ideia de uma coisa que acontece.

A estrutura social se refere a um grupo de partes – Ex: reunião de indivíduos – enquanto a organização social se refere às relações que se estabelecem entre essas partes.

Quanto mais complexa a sociedade, mais complexa e maior será a sua estrutura e organização social.

Tanto a estrutura como a organização social não permanecem sempre iguais. Elas podem passar, e passam com frequência, por um processo de mudança social.




FONTE - EXTRAÍDO DE:  
http://monografias.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-grupos-sociais.htm

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Sociologia - Aula 1 (PSS) - Sociabilidade e Socialização

SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO



A humanidade se encontra em constante evolução, sendo sua tendência natural abandonar a ideologia do egocentrismo (aquele que considera seu próprio “eu” como o centro de tudo). Os seres humanos, por mais que se achem autossuficientes, necessitam de seus semelhantes para sobreviver, criar formas de expressão cultural, comunicar-se, perpetuar a espécie e obter realização plena como indivíduos. 

O que forma o caráter humano nos indivíduos da espécie humana é a convivência em grupo. E é a sociabilidade que capacita naturalmente o ser humano para a convivência em sociedade, desenvolvendo-se pelo meio da socialização.

É por meio da socialização que a espécie humana se integra entre si ao grupo em que nasceu, absorvendo o conjunto de hábitos, costumes e regras característicos de seu grupo. Nossa socialização acontece quando participamos da vida em sociedade, assimilando todas as suas principais características. Tendo por definição que quanto mais coerente for a socialização, mais sociável ele tenderá a ser. 

Com a constante evolução humana, a forma atual de sociabilidade absorve características diferentes da sociedade antes do século XXI. Desta forma podemos admitir que:

Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela “imitação” para se tornar mais sociável. O processo de socialização inicia-se, contudo, após o nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos, da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, super-heróis, etc.

 A Socialização é o processo através do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu adquirindo os seus hábitos e valores característicos. É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade. A socialização é, portanto, um processo fundamental não apenas para a integração do indivíduo na sua sociedade, mas também, para a continuidade dos sistemas sociais.

É o processo de integração do indivíduo numa sociedade, apropriando comportamentos e atitudes, modelando-os por valores, crenças, normas dessa mesma cultura em que o indivíduo se insere.



Tipos (Anthony Giddens)

Socialização primária - onde a criança aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro mundo do indivíduo.

Socialização secundária: todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos sectores do mundo objectivo da sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos, no trabalho, nas atividades dos países para os quais visita ou emigra, etc.), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no indivíduo relativamente ao seu desempenho, assim como dos novos papéis que ele assumirá nos vários grupos a que poderá pertencer e nas várias situações em que pode ser colocado.

FONTE - EXTRAÍDO DE: http://blog.educacional.com.br



RECAPITULANDO:



Sociabilidade: tendência para viver em sociedade, em comunidade. Modos, comportamentos, conduta de quem vive em sociedade; civilidade. 

Sociabilização: adaptar um indivíduo a um grupo, tornando-o membro funcional, aceitando a cultura, hábitos e características propostas. Ou seja, é o processo de tornar um indivíduo próprio para viver em sociedade.


FONTE - EXTRAÍDO DE: https://www.passeidireto.com/pergunta/3115525/qual-a-diferenca-entre-comunidade-e-sociedade



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Sociologia - Aula 1 (PSS) - Contatos e Grupos Sociais,





Contatos Sociais

Podemos definir contatos sociais como as formas que os indivíduos estabelecem as relações sociais e as associações humanas. Uma conversa entre duas pessoas, um aperto de mão, um “bom-dia” ou uma consulta médica são exemplos de contatos sociais, que em função deles, irão surgir as relações sociais e os graus de intensidade dessas relações. 

Evidentemente, as relações estabelecidas entre duas pessoas que se encontram em um lugar para conversar serão muito mais intensas do que aquelas resultantes da conversa entre um médico e um paciente em uma consulta médica. Portanto, existem diferentes tipos de contatos sociais. 

Os contatos sociais primários se caracterizam por serem pessoais, diretos e com uma forte influência emotiva. Estes são os primeiros tipos de contatos que as pessoas estabelecem, originados das relações entre pais e filhos, irmãos, amigos, etc. 

Os contatos sociais secundários se diferenciam dos primários pelo fato de serem calculados, racionais e sem influências emotivas. Quando alguém vai comprar pão, por exemplo, a pessoa já sabe que vai haver um vendedor ali e que terá que se comunicar com ele. Essa comunicação, extremamente racional, breve, calculada e sem nenhuma carga emocional é classificada como um contato social secundário. 







GRUPOS SOCIAIS 



Uma tendência natural do ser humano é a de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano passou a estabelecer verdadeiros grupos sociais. 

Podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma serialidade entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si. 

Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum. 

Os grupos sociais se diferem quanto ao grau de contato de seus membros. Os grupos primários são aqueles em que os membros possuem contatos primários, mais íntimos. Exemplos: família, grupos de amigos, vizinhos, etc. 

Diferentemente dos grupos primários, os secundários são aqueles em que os membros não possuem tamanho grau de proximidade. Exemplos: igrejas, partidos políticos, etc. Outro tipo de grupos sociais são os intermediários, que apresentam as duas formas de contato: primário e secundário. Exemplo: escola. 




FONTE - EXTRAÍDO DE:




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Sociologia - Aula 1 (PSS) - O que é comunidade




COMUNIDADE – TEXTO 1


Comunidade “é um conjunto de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico”
Isolado de seus semelhantes, o ser humano é incapaz de desenvolver suas potencialidades intelectuais e torna-se selvagem como um animal da floresta. Esse fenômeno foi observado na prática em crianças que sobreviveram por anos em meios naturais, afastados do convívio social.
Sociedade é o agrupamento de indivíduos entre os quais se estabelecem relações econômicas, políticas e culturais.
Numa sociedade existe unidade de língua e cultura e seus membros obedecem a leis, costumes e tradições comuns, unidos por objetivos que interessam ao conjunto, ou às classes que nele predominam. Em sentido estrito, confunde-se com a comunidade política que vive num estado nacional e seus limites são as fronteiras políticas e geográficas do estado.
A ideia de sociedade pressupõe um contexto de relações humanas no qual ocorre a interdependência entre todos e cada um de seus componentes, que subsiste tanto pelo caráter unitário das funções que cada membro desempenha como pela interiorização das normas de comportamento e valores culturais dominantes em cada comunidade.
Toda a humanidade pode ser considerada como uma única sociedade, mas em sentido sociológico fala-se de sociedade como um sistema funcional abstrato, sem identificação com um país ou cultura determinados, ou então de forma plural no tempo (sociedade antiga, medieval, moderna etc.) e no espaço (sociedade americana, mexicana, japonesa, brasileira etc.).
No interior das sociedades se observa a formação de grupos de pessoas cujos interesses coincidem em certa medida, como as famílias, os clãs, as comunidades e as associações. Desses conjuntos, que geralmente mantêm estrutura própria, os mais significativos são as comunidades e as associações. A comunidade é uma sociedade geograficamente localizada, de estrutura definida, cujos membros têm um modo de vida comum. Pode constituir-se em dimensão geograficamente reduzida, como um povoado, ou estender-se por um país de extensão continental. A associação tem características específicas e delimitadas: é um agrupamento organizado de indivíduos que visam à consecução de objetivos comuns.
Entre os modelos modernos de associação estão os partidos políticos e os sindicatos, que têm a finalidade de defender interesses específicos de determinadas classes sociais e de categorias profissionais. Outro exemplo de associação é o estado, que tem a função básica de preservar a segurança e o bem-estar dos grupos sociais que vivem sob seu domínio. O estado, no entanto, só forma uma sociedade perfeita quando não lhe faltam os elementos essenciais de uma sociedade natural: unidade de língua e cultura, história e tradição comuns. Diferentes nações muitas vezes formam um estado, mas nem todas as nações têm existência como estado.
Tipos de sociedades
Marx e Engels dividiram as sociedades em seis grupos:
·         A comunidade tribal, agrupamento primitivo de famílias;
·         A sociedade asiática, caracterizada pelo despotismo;
·         A sociedade antiga, na qual as relações de classe estabeleciam-se entre cidadãos e escravos;
·         A sociedade germânica, rural e profundamente individualista;
·         A sociedade feudal, extremamente hierarquizada;
·         A sociedade capitalista, marcada pelo domínio da burguesia e com relações de classe nitidamente afirmadas.
Independentemente do tipo, a comunidade faz parte do nosso dia a dia e deve ser respeitada, pois nela estão inseriras, religião, raça e credo e diferenças e todas essas devem ser ensinadas e passadas para as futuras gerações como evolução da humanidade.

FONTE: http://www.colegioweb.com.br/sociedade/sociedade.html
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Sociologia - Aula 1 (PSS) - Texto 2 - O que é Comunidade



COMUNIDADE – TEXTO 2


Todos nós acabamos por nos tornar parte de grupos que possuem contato mais próximo à nossa realidade diária, com os quais dividimos interesses, objetivos e similaridades de ideias e condições, sejam econômicas ou de posição social. A esses grupos denominamos comunidades.

O que caracteriza as comunidades?

Em seu modelo ideal (definição fechada do que um objeto seria, sem levar em consideração as possíveis interferências das infinitas variáveis que poderiam transformar o objeto de um ou de outro jeito), a comunidade é definida por Robert Redfield como sendo:

·Um agrupamento distinto de outros agrupamentos humanos, sendo “visível onde uma comunidade começa e onde ela acaba”;

 Pequena, a ponto de seus limites estarem sempre ao alcance da visão daqueles que a integram;
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Autossuficiente, “de modo que atenda a todas às necessidades e ofereça as atividades necessárias para as pessoas que fazem parte dela”. Independente dos que estão de fora.
Embora as definições de Redfield sejam referentes às formas que tomavam as comunidades principalmente agrárias, que ainda sobrevivem hoje em alguma medida, e as anteriores à nossa modernidade pós revolução industrial, é possível traçar uma referência ao nosso convívio moderno e nas formas que uma comunidade toma em nossa realidade.


Comunidade e modernidade

Trata-se então de não apenas um corpo ou um objeto, mas também de uma construção ideológica que se baseia na necessidade individual da segurança, do conforto, da familiaridade e do sentimento de pertencimento, de que fazemos parte de algo maior que nossa individualidade, da delimitação do “Nós” (o familiar) e dos “outros” (o estranho). Nesse ponto, o autor Zygmund Bauman nos esclarece: “pertencer a uma comunidade significa renegar parte de nossa individualidade em nome de uma estrutura montada para satisfazer nossas necessidades de intimidade e da construção de uma “identidade

A construção de uma fronteira entre o familiar, o “de dentro”, e o estranho, “o de fora”, é a essência que fundamenta uma comunidade. Para tanto, deve existir um policiamento por parte dos integrantes desta comunidade, para que ideias “estranhas” não entrem em seu meio e ameace a estrutura construída em torno das ideias familiares. Esse fenômeno é observável em alguns grupos religiosos sectaristas que buscam se separar e se diferenciar ao perseguir um ideal de “pureza” que envolve o estabelecimento de comportamentos e prática de atividades que estão relacionados diretamente às suas crenças religiosas. Dessa forma, a comunidade se estabelece dentro da vontade comum na busca de se diferenciar do que é considerado profano por sua crença, que se relaciona diretamente ao que é considerado sagrado. Desta forma, são construídas determinações quanto a valores e interpretações de fenômenos dos quais todos os seus integrantes compartilham e valorizam, em alguma medida, em detrimento dos ideais e características que são atribuídas ao comportamento dos que se encontram do lado de fora, que representam o impuro e o profano.


FONTE:

Redfield, Robert. Little community and peasant society and culture - University of Chicago Press, 1989.
Bauman, Zygmunt, 1925- Comunidade: a busca por segurança no mundo atual / Zygmunt Bauman; tradução Plínio Dentzien. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.



LEITURA RECOMENDADA:

http://www.periodicos.ufc.br/index.php/revcienso/article/view/511/494



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