segunda-feira, 29 de junho de 2015

Semiótica na Publicidade - Texto Leandro Araújo


O texto abaixo é do aluno de Publicidade e Propaganda, Leandro Araújo. O tema Semiótica foi escolhido por ele para apresentação de artigo na disciplina Tópicos Avançados em PP. Agradeço o envio para publicação no nosso blog, cuja finalidade é enriquecer o material disponível para consulta, como resultado de uma primeira experiência de pesquisa e produção de texto. Fico feliz e honrada pela contribuição para esse espaço, que é nosso. Que venham outros!!!


SEMIÓTICA NA PUBLICIDADE


INTRODUÇÃO

A semiótica é a Ciência que estuda toda forma de comunicação do homem, está presente nas interpretações de tudo ao seu redor. A publicidade tem o papel de persuadir o consumidor influenciando seus desejos, identificando as necessidades através das técnicas de manipulação.

O ser humano é simbólico e a semiótica atua como interprete das significações da mente, diversos fatores estimulam o consumidor ao ato de consumo como: as cores, formas, cheiros, sons, imagens, etc.

A publicidade pesquisa o público alvo, cultura, hábitos, desejos e necessidades, é capaz de inserir novas atitudes e transformar a cultura do receptor, mas também pode excluir o consumidor que não se identifique com determinado produto, serviço ou marca.


SEMIÓTICA E SOCIEDADE

Existem diversas maneiras de identificar a Semiótica no dia a dia, segundo Harry Pross, Cientista Político e Cientista da Comunicação, teórico da mídia na Alemanha.
Os símbolos, que responsáveis pela consciência levam a reflexões através da semiótica conduzidos desde a infância através das imagens, crenças, sons.

“O signo sócio cultural o anunciante que apresenta e o consumidor que percebe uma mercadoria como um signo sociocultural correlacionam um produto com o grupo social ou cultura, sob seus pontos de vista, estão tipicamente associados com ele (...)”. (SANTAELLA, 2010, p. 62)

As referências estimulam gostos e opiniões pré-definidos, com a influência que herdamos, somos influenciados a acreditar em diversos contos muitos deles lúdicos, estórias que são contadas e que nos fazem ter durante boa parte da vida uma ideia distorcida da realidade.


“ O fato é que o consumo traduz a vida do nosso tempo com uma clareza que poucos fenômenos possuem e que, através do sistema publicitário, ele adquiri sentido social, pois as marcas, os bens, os produtos e os serviços ganham, nesse discurso, a suas identidades e, com elas uma existência concreta em nossas vidas. ”
(GASTALDO, 2013, p.09)



PUBLICIDADE COMO REFERÊNCIA SOCIAL


A Propaganda tem influência nessa questão com lançamento de campanhas publicitárias bem marcantes estimulando com imagens, sons (jingles), produtos e com personagens fictícios. Segundo Pedro Paulo Funari, professor de história e arqueologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Papai Noel moderno que foi usado pela empresa de refrigerantes COCA-COLA no século XIX.

Originalmente representado com uma roupa de inverno de cor verde ou marrom, mas em 1886, o cartunista alemão, Thomas Nast, criou uma nova imagem. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys do mesmo ano.

Em 1931, a Coca-Cola apresentou em uma campanha publicitária o mesmo desenho desenvolvido por Nast, propaganda a qual foi lançada em uma época de inverno intenso onde as vendas da bebida tinham uma grande queda, com o principal objetivo em aumentar as vendas, uma jogada de marketing muito bem elaborada e desenvolvida que mantém até os dias de hoje, sendo a referência mais forte do símbolo do natal.   

            
Papai Noel de Thomas Nast
Papai Noel de Thoma Nast
 (Imagem: www.e-farsas.com)


“(...) as representações sociais veiculadas em anúncios publicitários desempenham uma parte importante, senão a mais importante, na relação entre publicidade e sociedade”.
(GASTALDO, 2013, p.20)


A cosmovisão do ser humano está relacionada as representações mentais, a publicidade estuda o seu público alvo observando seu comportamento na sociedade, hábitos, interesses e necessidades.      


EXCLUSÃO SOCIAL

Os desejos estão ligados diretamente aos sonhos, são “representações mentais” que estimulam o homem a interagir socialmente e estimulados pela publicidade se tornam consumidores de produtos, aos quais, se identificam, e ou, sentem-se excluídos, Shakespeare diz que "Somos feitos da matéria de que são tecidos os sonhos e a nossa vida tão curta tem por fronteira um sono."


“(...) os anúncios publicitários são parte do sistema de produção discursivas das sociedades capitalistas, e, como tal, são portadores de representações sociais acerca da sociedade a qual se dirigem e na qual foram concebidas. ” (GASTALDO, 2013, p.47)

A publicidade é responsável em alguns casos por conduzir o subconsciente humano, influenciando com necessidades efêmeras levando a tomada de atitudes impulsivas e impensáveis. Quando não se tem a opção de diálogo o ser torna-se objeto, sendo manipulado em suas decisões.

 “O universo das imagens publicitárias, assim, pode ser considerado uma janela reveladora que se abre sobe uma espécie de ‘mundo das ideias’ (parafraseando Platão), ou, quem sabe, um ‘melhor dos mundos’ como talvez acreditaria o ‘Cândido’ de Voltaire, construído com um somatório de símbolos dos desejos da sociedade que o engendrou. ”  (GASTALDO, 2013, p.27)
Os estereótipos criados pelos anúncios, são reflexos da sociedade e das necessidades do consumidor, os “sofistas” precisam de referências do público a ser atingido e se a peça segue determinado tema, tem como foco os anseios e desejos humanos.

TÁTICAS PERSUASIVAS DA PUBLICIDADE

O profissional de comunicação carrega em seu repertório diversas “armas”, que são aplicadas a grande massa com estímulos que buscam o emocional do consumidor, mas existe outra categoria de consumidor o “Shopper” um consumidor mais exigente e atento as manobras persuasivas que os cercam.

“Mensagem aberta e oculta, em publicidades disfarçadas, nas quais a mensagem paga aparece sobe o disfarce de uma matéria de jornal, por exemplo, o anunciante tenta ocultar que se trata de publicidade. Aliás, as estratégias para se evitar qualquer referência a compra e venda são as mais imaginativas(...) quase sempre a mensagem se restringe a uma mera apresentação do produto ou de sua marca “.
                                        (GASTALDO, 2013, p.14)


A publicidade ciente dos Shoppers desenvolve Jobs que despertem a sua curiosidade, os conduzam a um assunto de seu interesse e sendo levados a inserção em segundo plano de um produto, marca ou serviço especifico.

“A moldura pragmática da sociedade descreve os atos ou ações dos envolvidos no processo publicitário (cf.grego pragma = ação). Todo processo publicitário implica uma sequência de dois atos, grosseiramente um de persuasão e um de venda”.
(SANTAELLA, 2010, p. 15)


A persuasão trabalha com o alvo semiótico direcionado na informação e feedback entre emissor e receptor com a criação de uma convicção. A venda envolve atos financeiros com o relacionamento disposto pela troca de bens.
“ a etnografia é um método antropológico em que os pesquisadores convivem em um grupo humano tendo em vista compreender –por meio da observação atenta, participativa, mas não interferente-seus hábitos, costumes, crenças, rituais, enfim, seu modo de vida. (...)”.
(SANTAELLA, 2010, p. 56)



A etnografia caracteriza-se por ser um tipo de pesquisa qualitativa, com foco no dia-dia do consumidor, atuando dentre os caminhos semióticos.    

LEITURA SEMIÓTICA LOGO

http://sigivilares.com.br/uploads/images/vivo.jpg
                                   (Imagem da internet)

 Leitura semiótica VIVO: “do lado esquerdo, na linha que une e separa o braço e a perna. A mesma forma se repete do lado direito e na abertura da perna a integração entre a palavra e o logo é visualmente perfeita. Isso se acentua ainda mais quando se nota que o O de VIVO também fica replicado na cabeça do logo. Conclusão, o desenho gráfico da palavra encontra-se contido no próprio logo. Cumpre ainda a notar que o pingo no i também tem a forma redonda do O.”   (SANTAELLA, 2010, p. 200)

A primeira impressão que o receptor recebe ao deparar-se com um logotipo, pode causar atração, repulsa ou indiferença. O design de um logo deve ser estudado para que transpareça ao receptor toda imagem que a empresa deseja passar, o logotipo carrega em seu contexto composicional cores, formas, volumes, tipografia, entre outros estudos que, envolvam e causem um loop na mente do consumidor.



BIBLIOGRAFIA

LIVROS

GASTALDO, Édison. Publicidade e Sociedade: uma perspectiva antropológica / Édison Gastaldo. – Porto Alegre: Sulina, 2013.

SANTAELLA, Lucia. Estratégias semióticas da publicidade / Lucia Santaella, Winfried Nöth. – São Paulo: Cengage Learning, 2010.

INTERNET






domingo, 21 de junho de 2015

Desenhos: Valéria Oliveria


Desenhos 

Com muita alegria, apresento a seguir os desenhos da artista Valéria Oliveira, aluna do 5º semestre de Publicidade e Propaganda. Me sinto honrada e até mesmo privilegiada por ter visto seus desenhos e agradeço pela confiança que ela teve em mim ao enviar uma parte do seu trabalho e permitir a publicação no Blog. Dessa forma posso mostrar aos leitores um pouco do talento dessa pessoa incrivelmente dedicada em tudo o que faz, e admirar mais um pouco este dom, que considero tão especial.... 


Parabéns, Valéria, que as portas do sucesso estejam se abrindo para você!!!





                                           








CRÉDITOS: VALÉRIA OLIVEIRA

valeriadrawings@hotmail.com


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Propaganda Multimídia - Texto: Eric Rodrigues


MEU PRIMEIRO ARTIGO


Com muita honra, apresento o primeiro artigo do aluno Eric Rodrigues de Brito, do 6º semestre de Publicidade e Propaganda. Ainda é um ensaio, mas acredito que ele curtiu a experiência de pesquisar e produzir um texto com as informações que ele mesmo coletou. Senti falta de citações diretas e de uma adequação maior às normas ABNT. Porém, como conteúdo, atendeu as expectativas e até superou na aula de apresentação do artigo. Os colegas comentaram que foi uma participação que trouxe novidades, ele dividiu conosco sua experiência com games e se saiu muito bem na fala em público, superando uma dificuldade antiga. 

Parabéns ao Eric, e que sirva de inspiração para outros alunos se aventurarem no mundo da pesquisa, da produção de textos e que sintam-se à vontade para compartilhar conosco suas produções!!!


A seguir, o texto do Eric.



O QUE É PROPAGANDA MULTIMÍDIA?

Antes de entendermos ou até mesmo tentar abordar esse tema, é necessário entender o que é a propaganda e o que vem a ser a multimídia.

Propaganda vem do latim propagare, que busca a finalidade de propagar ou divulgar alguma informação aos demais. Na área de comunicação é amplamente utilizada por empresas para anunciar seus novos produtos para o publico e clientes, com comerciais, ações publicitárias e promoções de vendas (estes muito comuns em pontos de venda desse mesmo produto).

Já multimídia, ou multimédia como é pronunciado no português europeu, provem da junção de duas palavras: do latim multus que significa múltiplos; numerosos. 

Mídia é um termo da língua inglesa, media, e basicamente é o meio de comunicação que faz a mensagem chegar até o receptor final. Uma espécie de elo entre eles.

Não se pode confundir "mídia" com "meio". Mídia é a junção de todos os meios de comunicação (televisores, rádios, jornais, revistas, etc.). Meio são justamente o elementos que compõem a mídia. Sem eles não pode existir mídia, que por sua vez, não existe sem os meios.


Sendo assim, podemos chegar a definição de que a propaganda multimídia são as mensagens transmitidas em meios eletrônicos como a televisão e a internet.
Mas porque toda essa explicação para saber o que é propaganda multimídia? Simples: não há uma definição exata para ela. Isso possivelmente se deve ao fato de ser mais um novo elemento no campo da publicidade. 

Não é novidade para ninguém que graças a internet, a divulgação de produtos em redes sociais como Facebook ou YouTube, por exemplo, já é algo comum. Basta prestar atenção aonde a maioria das pessoas passam a maior parte do tempo quando estão em casa: na frente de um televisor; em um computador; ou um aparelho celular com conexão à internet.

Nos dias atuais se tornou algo importante para a imagem de muitas empresas saber trabalhar com essas ferramentas. Mesmo a televisão e o rádio continuarem sendo os líderes de audiência da massa, a internet possui uma vantagem em cima de ambos: o feedback. O termo inglês que quer dizer realimentar, dar resposta a algo, é a chave para um produto dar certo ou não.

Um caso que aconteceu recentemente foi o da atriz Christiane Torloni em uma viagem de avião, publicada na parte de entretenimento do site R7.com. Segundo a matéria Christiane teria se recusado a tirar uma mala de uma área de segurança, desacatando a ordem do chefe dos comissários. "Na minha bagagem ninguém rela a mão" disse ela. O funcionário respondeu: "Desculpe senhora, mas aqui não pode".

Após o voo, o mesmo chefe dos comissários foi advertido por ter feito o procedimento padrão. O motivo da repreensão foi que, se caso Christiane publicasse em alguma rede social o que houve, isso iria "queimar o filme" da empresa aérea. Nesse caso, além da retórica da atriz global em relação à atitude do funcionário, há outra ação de feedback das redes sociais: o retorno do publico ao ocorrido. O publico que acompanha Christiane em suas redes sociais (Facebook, Twitter, Instaram, etc.) ficariam sabendo o que a atriz passou na companhia aérea e iriam propagar a informação negativando a agência, mesmo a atriz estando errada.

Esse caso é um exemplo de que o feedback existe antes mesmo de chegar as redes sócias. Elas apenas impulsionam a mensagem e ela atinge uma maior quantidade de pessoas do que em um boca-boca por exemplo.

Por que então não transformar isso em dinheiro? Com essa finalidade muitas empresas tem investido pesado nas redes sociais nos últimos anos.

Segundo dados presentes no site otimizebusca.com, em 2011 99% dos brasileiros entraram em redes sociais ou sites de relacionamento e nesse mesmo período cerca de 66 milhões de pessoas já tinham acesso a internet.

Claro que independente do que se quer divulgar, o principal motivo de anunciar em um ambiente digital é o número de pessoas. De acordo com o site, além das redes sociais, muitas empresas não viam um real potencial na divulgação online, porém, hoje divulgam ideologia, anunciam novos produtos, interagem com o público e direcionam seus produtos para aqueles que realmente tem interesse neles. Isso gera um vinculo maior com entre o cliente e o publico alvo. Um caso curioso aconteceu com a página do Burger King no Facebook. A rede de fast-food presente na Noruega ofereceu para seus seguidores um Big Mac, da concorrente Mcdonalds, em troca de seu "like" na página. O resultado foram mais de 30 mil discutidas na página. Pode parecer algo estúpido, porém com isso, os outros poucos fieis 8 mil seguidores restantes poderiam desfrutar de uma real atenção da rede de lanchonetes.


MAS VALE A PENA INVESTIR NAS REDES SOCIAIS?
O site agenciatsuru.com.br criou uma matéria abordando justamente esse assunto.

As vantagens das redes sociais são: a praticidade, pois facilita a comunicação da empresa com o público; a relação custo/ beneficio que gera renda e diminui despesas; uma melhor análise da concorrência no ramo de atuação; satisfação do publico com divulgação espontânea; maior alcance das publicações gerando mais divulgação do produto anunciado; e a possibilidade, através de gráficos, saber para onde seu produto está sendo direcionado.

O Brasil, segundo informações presentes no próprio site, é o país com a maior quantidade de pessoas conectadas no mundo, à frente de Reino Unido e Estados Unidos, com as pessoas acessando mais de 5 vezes alguma rede social por dia.


DAS TVS PARA O YOUTUBE


Quando pensamos em comerciais, a primeira coisa que nos vem a mente são os que vemos na TV. Esse tipo de divulgação, sendo gravado ou falado durante um programa de auditório, ainda é o mais utilizado por agências de comunicação.

Porém quando há a necessidade ou até mesmo o capricho de criar algo mais longo e cativante, novamente somos transportados para o território digital, e o YouTube é o principal meio publicitário.

O processo de propagandas no site começou a partir do momento que o Google adquiriu o site em 2006 pelo valor de 1 bilhão e 650 milhões de dólares. O esquema de publicidade presente no site aparece em forma de anotações durante os vídeos (aos 10 segundos) ou antes deles com vídeos publicitários de 15 ou 30 segundos (comumente), campanhas publicitárias mais longas ou pessoas que querem divulgar o próprio trabalho e esse é um dos trunfos que somente as redes sócias oferecem. Como foi dito no tópico acima sobre custo/ benefícios, anunciar em redes sociais é muito mais barato. Para se ter uma noção, anunciar no Faustão por 30 segundos custa a bagatela de 500 mil reais por programa anunciado, segundo informações ditas no programa "Quem não faz Toma!" da rádio 89 FM. Anunciar, por exemplo, no facebook divulgando sua página por um determinado número de dias atingindo um número "X" de pessoas, será cerca de 1% à 2% do valor para anunciar na televisão.

No caso do YouTube não é diferente. É cobrado um valor pelo mesmo serviço de divulgação dentro do site e o resultado é quase que imediato. Mesmo muitas pessoas não assistindo todo o conteúdo publicitário, irão ficar com ele em suas mentes, principalmente se a propaganda tiver relação com o vídeo que ela irá assistir. Exemplo foi o comercial do Fusca 2013 divulgado tanto em TV aberta quanto nas redes sociais. Sua reprodução comumente ocorria em vídeos que tinham alguma ligação com automóveis.

Outra possibilidade que o YouTube permite é o sistema de anotações presente nos vídeos que serve como link para outros vídeos dentro do próprio YouTube, implementado ao site em 2008. Na ocasião, o produto da campanha foi o game "Heavy Rain", exclusivo de Playstation 3 lançado em 2010. O jogo oferece ao jogador a possibilidade de múltiplas decisões, cada uma gerando uma consequência na trama. A Quantic Dream, produtora do game, se utilizou das mecânicas que o jogo oferecia e a facilidade do YouTube e proporcionou uma rápida demonstração de como o jogo iria funcionar para os internautas. Na época ele não havia sido lançado e essa "brincadeira" foi para mostrar como o jogo funcionava.

A situação era apresentada e em um trecho clímax o video pausava e surgiam na tela 4 opções para o jogador escolher. Dependendo da ação escolhida, o "jogador" era transportado para um outro vídeo onde a mesma mecânica se repetia, até a ação acabar. Imagine a quantidade de pessoas que experimentaram essa experiência? Grátis e super divertido. Agora imagine quantas pessoas não compartilharam isso e quantas outras não compraram o game? Uma ideia simples e que não custou (acredito eu) nada a Quantic Dream. Ela conseguiu se utilizar de uma ferramenta simples para uma ação de divulgação fantástica, surpreendente e de grande impacto para quem utilizou.

Isso só afirma ainda mais que anunciar na internet hoje, fazer um publicidade nesses novos meios, principalmente no YouTube, é algo muito mais rentável, garantindo que sua mensagem seja disseminada muito mais facilmente do que se a mesma propaganda fosse transmitida em uma rede de televisão aberta ou programa de rádio.



OUTROS MEIOS PARA A PUBLICIDADE MULTIMÍDIA

Além das empresas anunciarem, existem os "garotos propaganda" que fazem isso por elas. Pessoas que detém sites (Não Salvo, Ñ Intendo, Le Ninja, Ah Negão, Jovem Nerd, Cinema com Rapadura), canais na internet (Zangado, Manual do Mundo, Porta dos Fundos) ou blogs de um tema específico são alvos de anunciantes que não sabem como divulgar seus produtos ou promoções e recorrem a eles por conta de seu grande público e temas abordados.

Hoje, na internet brasileira, um dos maiores sites de entretenimento é o Jovem Nerd. Além de venderem seus próprios produtos como camisetas e canecas personalizadas, anunciam livros, jogos, lojas e outros produtos em seus vídeos e  podcasts. Isso é graças ao seu grande público e feedback que o mesmo tem para o site.

Outro modo que algumas empresas encontraram para colocar seu novos produtos ou fixar ainda mais uma marca na cabeça do jogador, é o advergamer, a publicidade praticada dentro de jogos eletrônicos. Basicamente são os nomes das empresas que ajudaram na produção do game que estão presentes neles, mais comumente presentes em jogos de esportes (FIFA, PES) e corridas (Forza, Gran Turismo, Need For Speed). Os jogos nesse caso servem como uma vitrine para os anunciantes. Algo que infelizmente não é real e muito menos palpável. Mas com a potencia dos consoles nas atuais gerações, mesmo limitados apenas a estética, é possível através dos games fazer uma publicidade um pouco mais subjetiva. "Gran Turismo 5" de 2010, é um belo exemplo aqui. No game iremos encontrar mais de 1000 carros para os jogador poder experimentar. Mesmo que não possa ter o veículo na vida real, ele irá deslumbrar as formas e potencia do automóvel no game. Se levarmos em consideração que muitos anunciantes desejam (principalmente) fixar a marca da empresa na cabeça da pessoa, o jogo nesse caso cumpre bem seu papel, pois graças a esse "cliente" irá ocorrer uma publicidade espontânea, fazendo o modelo ser mais conhecido, difundido ainda mais a informação atraindo, assim, reais compradores.


  
CONSIDERAÇÕES FINAIS

É difícil abordar algo que não há uma definição concreta para se ter uma base de pesquisa. A publicidade multimídia é uma divulgação através dos meios eletrônicos digitais que possibilitam o publico divulgar e responder mais facilmente. Mas é uma área tão abrangente e de certo modo recente, que se limitar apenas as redes sociais mais famosas é errado e de certo tolo. O correto é afirmar que a internet é que possibilita isso e que há públicos para tudo e vendedores para todos.

Pode-se afirmar que vender uma ideia ou anunciar um produto pela internet, seja por Facebook, campanhas no YouTube, divulgação institucional ou qualquer outra forma é uma realidade que já vivemos e podemos até participar dela com nosso feedback ou divulgação pessoal até. Mesmo não havendo uma definição do que venha a ser a publicidade multimídia da para ver que ela é uma ferramenta util nas mãos de quem sabe construir, agora só falta serem encontrados os empreiteiros para essa obra.




REFÊNCIAS:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Propaganda


https://pt.wikipedia.org/wiki/Multim%C3%A9dia


http://entretenimento.r7.com/blogs/fabiola-reipert/christiane-torloni-surta-em-aviao/2015/06/10/


http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2012/06/7-passos-para-um-bom-feedback.html


http://www.otimizebusca.com.br/redes-sociais-porque-investir/


http://economia.ig.com.br/2013-12-04/burger-king-oferece-big-mac-de-graca-e-perde-30-mil-fas-na-internet.html


http://www.agenciatsuru.com.br/blog/5-bons-motivos-empresa-investir-redes-sociais/




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terça-feira, 9 de junho de 2015

Meu primeiro artigo acadêmico


Apresentação:

Este é um pequeno manual para os alunos do 5º e 6º semestre que estão se aventurando na produção do seu primeiro (mini) atigo científico. Boa leitura, e mãos à obra!



MEU PRIMEIRO ARTIGO

   Nem todas as faculdades exigem a produção de artigo científico pelos seus alunos, o que considero uma pena. A atividade proporciona momentos raros de leitura que, sem essa obrigação, normalmente os alunos não fazem, pois exige maior concentração, busca por aquele parágrafo que diz muito, outras referências sobre o mesmo tema, e causa uma sede por conhecimento que cresce à medida em que nos esforçamos para compreender o que lemos com a finalidade de produzir um novo texto a partir das leituras feitas.

No começo é penoso, ou porque nos empolgamos tanto com as leituras que nem queremos parar para escrever os primeiros parágrafos, ou porque não fazemos ideia de “por onde começar”.

O que recomendo é simples: leia um, dois ou três autores sobre o mesmo tema. Não tudo, alguns capítulos ou páginas que vão direto ao assunto que se está pesquisando. Selecione os parágrafos que passam a ideia principal daquele autor sobre o tema. Se for mesmo usar, de forma direta ou indireta – e já explico a diferença – é bom digitar o trecho e a referência. Tudo dentro das normas ABNT para produção científica.

Depois dessa primeira “triagem” nas leituras feitas, penso no que entendi e como poderia reproduzir o pensamento dos autores “sem copiar”. Já falo sobre isso também.

Como se eu fosse contar o que li e entendi para outra pessoa, começo o processo de escrita. As primeiras linhas podem parecer meio soltas, sem introdução, mas volto depois e ajeito isso tudo. O importante é começar a pôr no papel e depois organizo. Outra técnica é usar o parágrafo ou frase do autor citado e em seguida desenvolver meu texto sobre, como se estivesse comentando com o leitor o que acabei de ler daquele autor. Para começar, dá certo. Mas...um artigo não começa pela citação direta, preciso antes contextualizar o tema. 

É importante deixar bem claro o que é citação de outro autor, o que é texto meu. Quando leio o que um aluno escreve sem citações, fico na dúvida se o texto foi integralmente copiado ou o quanto ele realmente desenvolveu. Não que eles não sejam capazes, mas é estranho nunca terem feito, e sei que no começo é complicado, e de repente eis que surge um texto de cinco páginas, ou quatro, ou três, duas, uma.

Não tem problema citar os autores, aliás, deve ser feito, desde que tudo esteja de acordo com as regras da escrita acadêmica e com referências no final do texto. 


Seguem alguns exemplos de citações:

Exemplo 1 – Citação direta, com até 03 linhas:

     Os meios dão suporte uns aos outros, e, atualmente, todos acabam convergindo para a internet ou buscando nela sua fonte para criar novo conteúdo: “longe de terem usurpado o lugar social dessas formas de cultura, os meios de comunicação foram crescentemente se transformando em seus aliados íntimos” (SANTAELLA, 2002, pág.52).    

Note que a citação com até 03 linhas segue normalmente dentro do texto, distinguindo-se pelo uso de aspas na fala do autor citado, no caso Lúcia Santaella.

Já no exemplo abaixo, o texto do autor citado tem mais de 03 linhas, por isso segue outra regra da ABNT: recuso de 4cm à direita, letra menor do que o texto vinha seguindo (era fonte 12, agora passa no trecho citado a ser 10, o recuo das linhas é retirado) e não precisa de aspas:


Cada um desenvolvendo sua própria linguagem e estilo. O que é fato em um pode vir a ser o assunto de outro, ampliando a visibilidade do artista, da arte e da cultura:

Uma das mais comuns e antigas formas de expressão cultural é a música. Ela encontra na oralidade, e, posteriormente no rádio, seus primeiros propagadores. Mas não foi apenas com o veículo rádio que a música se popularizou, tornando seus intérpretes e compositores conhecidos e queridos no Brasil. Os festivais de televisão, promovidos no final dos anos 1960, deram aos artistas grande visibilidade, revelando novos talentos que tornaram-se inesquecíveis para a cultura nacional e internacional (GODOY, 2013, p.58).

 Após a citação do outro autor, continuo normalmente o meu texto, no parágrafo seguinte, retomando a fonte tamanho 12, espaço entre as linhas de 1,5 cm e assim por diante.
Estes são os dois tipos mais comuns de citação, para principiantes na escrita acadêmica é um bom começo.

Observe que, no final do texto, tenho que indicar as “referências” de tudo o que usei no meu artigo. Se li, mas não usei no meu texto, não cito nas referências. Se usei no meu texto, tenho que citar nas referências. É comum aluno colocar mais de dez citações na referência e não ter usado no texto – não pode. Use como regra o seguinte: fiz citação no texto, direta ou indireta, com menos de 03 linhas ou mais de 03 linhas, coloco na página das referências.

A página de referências é separada do texto, vem logo após a última página do artigo (seu texto). Elas devem ser numeradas de forma simples, sempre à direita, no alto ou abaixo. A capa não leva número de página. Após a página de referências, podem vir apêndices e anexos.

As páginas do corpo do texto precisam ter margem esquerda e superior de 3cm, lateral direita e inferior com 2cm. Clique em "justificar" para manter o texto ajustado sem sobras entre as palavras. O espaço entre linhas tem 1,5cm e parágrafos duplos. 


CITAÇÕES 

São vários os formatos de citações possíveis: autores de livros, artigos publicados em sites, reportagens de revistas e jornais, monografias e artigos, entre outros. Também há casos em que um autor citou outro. Ou autor que escreveu apenas um capítulo de livro cujo organizador é outra pessoa. Como faço???

Seguem alguns exemplos de citação indireta, em que não se coloca as palavras exatas do autor, apenas é feito uma espécie de comentário sobre o que ele disse:

     Faro (1999, p.32) afirma que o jornalismo tem a capacidade e o dever de incorporar o cidadão no processo social, sendo o jornalismo uma mercadoria associada ao padrão cultural do leitor - então considerado o consumidor do produto notícia. Sendo assim, o jornalismo não deve ser analisado apenas pelo aspecto técnico e sim como atividade cultural, veículo em processo histórico-social de uma nação.

Vamos supor que o leitor do seu artigo queira saber exatamente em qual obra FARO disse o que você disse que ele afirmou. Então, ele vai na última página do seu artigo e lá estará FARO, descrito nas referências que você usou no seu texto.  

Antes, uma observação que conta nos exemplos acima. Repare que se a citação é direta, o sobrenome do autor sempre virá em letras maiúsculas. Se for uma citação indireta, apenas a primeira letra virá grafada em maiúsculas, e o demais em minúsculas. Sempre com parênteses indicando ao menos o ano, dependendo do tipo de citação.

Na citação direta, sempre indicar entre parênteses: sobrenome em letras maiúsculas, ano da publicação e página. Se o seu leitor quiser conferir a citação exata, ele irá no próprio livro que você consultou e também encontrará a citação por inteiro (creio que você usou apenas uma parte, mas se o seu leitor tiver interesse ele pode ler o livro inteiro, se quiser).
Para isso servem as “referências”, para que o seu leitor continue lendo e buscando, “bebendo na mesma fonte” que você utilizou.

Assim, a pesquisa nunca se esgota, sempre haverá um texto fazendo referência de outros e se multiplicando.

Pesquisar não é lindo???

O exemplo abaixo traz duas citações, uma direta, com menos de 03 linhas, entre aspas, e outra, no final, indireta, com o nome de outro autor, entre parênteses, co, letras minúsculas. Note que o sobrenome “Buitoni” é usado duas vezes: na primeira com letras normais, só a primeira maiúscula por ser um nome próprio, e a segunda em maiúsculas, por estar no formato dentro de citação direta, entre parênteses, com letras maiúsculas, ano e página, conforme a norma ABNT. Veja:


Buitoni (2009) constata a inovação da revista Realidade para com o público feminino: “Os temas apresentados nessa Realidade quase nunca surgiam nas páginas da imprensa feminina” (BUITONI, 2009, p.105). A importância de se ter uma mulher com a formação de Carmem da Silva atuante como uma espécie de orientadora de mulheres está no fato de que a sociedade conta com os órgãos de imprensa para sua formação de opinião e exercício de cidadania, como citado acima (Melo, 2006).

Outra citação indireta, com o sobrenome do autor em minúsculas, e sempre seguido do ano de publicação entre parênteses:

     Autores como Vicchiatti (2005), fazem uma crítica ao exercício do jornalismo que já era uma preocupação dos editores da revista Realidade, sair do senso comum procurando tratar das questões polêmicas como uma mediadora que informava ao leitor, como quem busca a raiz dos problemas.


Seguem alguns exemplos de referências, apenas os mais simples como sendo um primeiro passo:


Exemplo 1 – Autor único de um livro:
ADAMI, Antonio. O Rádio com sotaque paulista. São Paulo: Mérito, 2014.

Exemplo 2 – Mais de um autor de artigo publicado em site, congresso científico:
ADAMI, Antonio e SANDE, Manuel Ángel Fernández. Revistas pioneiras de rádio na Espanha – Aos 1920. Disponível em <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2014/resumos/R9-2618-1.pdf> Consultado em 18/05/2015.

RONSINI, Veneza. A perspectiva das mediações de Jesús Martin-Barbero (ou como sujar as mãos na cozinha da pesquisa empírica de recepção). In: GT12 “Recepção, usos e Consumo Midiático”, do XIX Compós, disponível em HTTP://compos.com.puc.rio.br/gt12_veneza_ronsini.pdf>   Consultado em 26/11/2011. 


Exemplo 3 – Mais de duas referências do mesmo autor (não preciso repetir o nome, deixo um traço, apenas):
 ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira: cultura brasileira e indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1998.
_______. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2012.

Exemplo 4 -  Autor de Dissertação de Mestrado publicado no site da universidade:

VAZ FILHO, Pedro Serico. A história do Rádio Brasileiro pela perspectiva dos jornais e revistas do século XX. Disponível em <http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/04/A-Hist%C3%B3ria-do-R%C3%A1dio-Brasileiro.pdf> Consultado em 02/04/2015.

Exemplo 5 – Artigo publicado em site:          
MAIA, Monica. Realidade – a que a censura destruiu. Revista de Comunicação. São Paulo, 18 de out. 1989. Disponível em < http://www.revcom.com.br/rc/rc0.asp > Acesso em 06/01/2011.

 Exemplo 6 - capítulo de E-book (com 1 autor e com 2 autores - repare o uso de IN e dos organizadores - onde se usa "orgs"):


     GODOY, T.F. Comunicação, cultura e política: um estudo da edição especial da revista Realidade - 1967 in HELLER, B.; LONGHI, C.R. (orgs.). Comunicação em tempos de midiatização. São Paulo: INTERCOM, 2013.


     GODOY, T.F.; SANTOS, B.C. Revista Realidade – Marcas de um sucesso editorial dos anos 1966/1967 in SANDE, M.F.; ADAMI, A.(orgs.). Panorama da comunicação e dos meios no Brasil e na Espanha. São Paulo: INTERCOM, 2012. 


Por regra, sempre se usa citar o sobrenome do autor, nome (inteiro ou abreviado), nome da obra escrita por ele, cidade onde foi publicado, seguido de dois pontos “:”, nome da editora, e ano da publicação, como consta no exemplo 1.

Se houver mais de um autor, segue a mesma regra, separando os nomes por “;” (ponto e vírgula). O nome do livro pode vir em itálico ou negrito, dando maior destaque.

Sendo publicação de capítulo ou de artigo dentro de uma obra organizada por outro autor, cita-se os dados do autor do capítulo, com o seu título usa-se "in" (que significa "em", usado em Itálico sempre que for palavra estrangeira). Na sequência vem os dados da publicação livro. Artigo (cito os dados) dentro do livro (cito os dados).

No caso do E-book, ele pode ter o link ou não, por exemplo, se eu recebi por e-mail, não vou ter o site onde foi publicado ou divulgado, mas obrigatoriamente devo citar os demais dados, como no exemplo 6. 

Se a referência estiver publicada na internet, depois de todos os dados usa-se o termo “disponível em” para indicar o site, que será literalmente copiado e colado entre o sinal “< e >” no começo e no final, como que “salvando” o link para evitar que outra letra sobre ou falte, o que poderia impedir a consulta, caso o leitor queira acessar o link. Não é só isso, depois do link usa-se “consultado em....” e coloca-se a data em que o pesquisador leu o texto na internet, pois ele pode ser deletado um dia, e a data da consulta assegura que você, de fato, fez a pesquisa antes de sua retirada do site.

Todos estes cuidados são necessários para manter a pesquisa organizada e torna-la padronizada para qualquer leitor do mundo identificar os mesmos itens, de acordo com as regras da ABNT. Seguir a norma dá maior credibilidade ao seu texto!


Por isso, também, a importância de não se copiar nada sem citar as referências. Texto de outro autor tem dono, crie o seu de forma original, sem cópias ilícitas, o que caracteriza plágio.  


PLÁGIO

Plagiar é copiar sem autorização ou sem dar o devido crédito a quem produziu o texto que você consultou em sua pesquisa. Plágio é crime, pois um autor não pode simplesmente se apropriar da produção intelectual de outro autor. Seja competente e produza você mesmo, ou cite com referências, dentro das normas.

Se não souber como escrever com as suas palavras comentando o texto de outro autor, saiba que é questão de prática. Pense num diálogo: como você diria algo sobre o que leu sem ler! Grave, se achar útil, depois escreva e veja se ficou coerente, de acordo com o que pretende para o seu texto. Quanto mais você ler, melhor vai escrever. Mas precisa praticar. Peça ajuda ao seu professor quanto a isso. 

Pesquisar não é copiar, nem imprimir um monte de páginas e entregar ao professor. Isso é apenas uma pequena parte do seu processo de pesquisa, a ninguém mais interessa, apenas o que você produzir a partir das leituras que fez e do texto que você mesmo desenvolver, com as suas próprias palavras.

O que pode e deve ser feito é intercalar suas palavras com as palavras de outros autores, usar um considerável número de citações, tanto de forma direta, como indireta, tanto com menos de três linhas, como acima de três linhas. Lembra das regras?


APUD

Ainda em referências, há casos de citação de citação, ou seja, Godoy usou o texto de Santaella. Não tenho acesso ao texto de SAntaella e por isso vou usar  Godoy citando Santaella, pois preciso usar a frase ou o parágrafo que ela mencionou no texto dela (Godoy), e que na verdade é de outro autor (de Santaella). Simples: uso o sobrenome do outro autor, o ano em que a fala dele foi publicada, em seguida uso o temo APUD (citado por), sobrenome que usei na minha pesquisa, ano e página. Tudo entre parênteses - palavras estrangeiras sempre em ITÁLICO.

Veja como fica:

        Texto, texto, texto da Talita Godoy onde cita Lúcia Santaella...faço a citação, direta ou indireta e em seguida referencio na norma....(SANTAELLA, 2010 apud GODOY, 2013, p.204).




NOTAS DE RODAPÉ

Elas são uma espécie de "parênteses", algo que complementa o que foi dito,mas sem interromper o leitor, sem sair da linha de raciocínio em que ele estava. 

Por exemplo: minhas alunas do secretariado fizeram artigo sobre a profissão. Por costume usa-se "secretária", no feminino, mas seria errado fazer isso num artigo por discriminar o fato de que muitos homens trabalham hoje como secretários, assistentes, assessores. O certo, então, é justificar que naquele caso escolheu-se o uso do termo no feminino por ser uma profssão praticada, em sua maioria, por mulheres. Para não interropmper o assunto que era outro, não esse, algumas alunas usaram o recurso da Nota de Rodapé, incluindo na parte de abaixo da página, essa observação. 

Outro exemplo é para quando se usa um texto extraído de um site e só aquela frase foi importante, não o resto do texto, ou seja, não quero incluir a referência na página de referências porque considero algo de menor importância, como se fosse apenas um detalhe. Cito o tal trecho, no final coloco entre parênteses o sobrenome do altor em letras maiúsculas, ano da publicação e site tal. Insiro no nome do site a Nota de Rodapé e abaixo do teto, no final da página escrevo: "Disponível em:"  uso o símbolo < e > para "proteger o link, ou seja, digito o link de onde tirei a frase do autor e coloco entre < e >. Após ">" digito "Consultado em:"  para indicar a data exata em que fiz minha consulta. Afinal, podem tirar o texto ou a imagem do site, não é? Desta forma garanto que minha pesquisa foi feita antes, caso o professor ou o leitor queriam consultar o link e não encontrem o conteúdo referido. 

Para inserir uma nota de rodapé (que é raro precisar): Na página do Word convencional, vou em "REFERÊNCIAS" (sexto item da esquerdapara a direita), deixo o cursor parado logo junto à palavra que será referenciada (normalmente ultimapalavra da frase), procuro "INSERIR NOTA DE RODAPÉ" e clico nele. Vai aparecer um numero pequeno no alto da tal palavra. Por exemplo, no caso das minhas alunas seria a palavra "secretária", pois é para o uso dela que foi incluir uma nota de rodapé justificando o uso no gênero feminino, certo? Escrevi o texto e nesta palavra incluo a nota. 

Automaticamente também aparecerá um numero pequeno, em fonte tamanho 10 na parte inferior da página. Ali escrevo o que pretendo, incluindo uma referência como a mencionada do site ou de uma imagem que inseri meramente para ilustrar, o que significa que não me debrucei naquilo para desvendar os mistérios da minha pesquisa... Só o que realmente usei como referência vai para a ultima página, e o que for de menor uso ou para justificar algo sem interromper o leitor, ou de fato um parênteses, por assim dizer, coloco em Nota de Rodapé.   


Dúvidas sobre a produção do meu primeiro artigo:

Precisa de capa? Siga as instruções do seu professor. Normalmente artigo não tem capa, tem um modo específico ser apresentado, mas cada professor vai orientar. No nosso caso escrevemos apenas 05 páginas, foi pedido uma capinha, mas apenas para formalizar a entrega do trabalho para a nota do segundo bimestre. Em geral, sigas as instruções do seu professor.

Precisa de sumário? Não, artigo científico não tem sumário nem capítulos. Pode ter subdivisões, intertítulos, mas não precisa de sumário nem de numerações internas (somente numeração das páginas).  

Precisa de resumo ou conclusão? Um artigo maior sim, mas como o nosso é o primeiro, não precisa. Mas só dessa vez!

Precisa de referências? Sim. SEMPRE!!!

De quantas referências estamos falando? Isso depende do pesquisador. Se o texto é grande, fica estranho ter uma ou duas referências. Ao contrário, se o texto é curto, fica estranho ter uma dúzia. Seja razoável e justo, se consultou menos do que 03 obras me parece muito pouco, mesmo para começar. E não apenas livros ou não apenas sites. O bom é variar sua fonte. Livros são considerados objetos sagrados para pesquisadores, especialmente se os autores forem conhecidos pela comunidade científica, dão respaldo e credibilidade a pesquisador, como dito adiante. mas a internet tem fontes atuais, artigos que são de fácil acesso e devem ser buscados. Mais cuidado com sites abertos, livres, em que qualquer pessoa fala o que quer, como entende. Eu mesma talvez não seja uma fonte adequada para outros alunos, pode não ser bem visto citar este texto numa pesquisa mais profunda por ser apenas um bate-papo nosso para simplificar o processo de sua compreensão. A não ser que o tema seja esse: dificuldade dos alunos em produzir um artigo acadêmico! Se fosse usar uma fonte para referência de Metodologia Científica, seria adequado usar também autores tradicionais, como Lakatos, Gil, Mattar e outros.   

Precisa diagramar o texto? De certa forma sim, ele deve ter fonte tamanho 12 no corpo do texto, espaço entre linhas de 1,5, margens esquerda e superior de 3 cm; direita e inferior de 2 cm. Texto justificado (nada de caminho no meio do mato, deve ficar reto nas margens direita e esquerda, obedecendo os parágrafos e as quebras de página. A última página é reservada para as referências. Se houver anexo ou apêndice, virão na sequência.

Se usar imagem da internet, preciso citar a fonte? Sim, sempre.

Lingugem, posso usar "eu acho" no artigo? Não! Artigo é resultado de uma pesquisa onde não se usa termos dessa natureza e nem primeira ou terceira pessoa (Eu / Nós). Por padrão, jovens autores usam verbos neutros, numa linguagem apropriada, que não é rebuscada, é apenas característica do texto acadêmico. Procure ler alguns artigos para sentir a diferença. Por isso citamos outros autores tantas vezes, pois estamos nos baseando na palavra de autores de renome para afirmar algo de acordo com a teoria que foi desenvolvida por eles. É um passo a mais no nosso aprendizado, mostro o que pesquisei e o que encontrei como referência naquele assunto. O uso de autores importantes, de livros e artigos científicos, acrescentam credibilidade ao meu texto.  Lendo a obra destea autores, vou adaptar minha linguagem ao texto acadêmico. 

Posso usar diagramas, quadros, planilhas e imagens no artigo? Sim, tanto no corpo do texto como no final, em anexo e/ou apêndice. Nestes casos (apêndice - quando você elaborou) cite a fonte como de própria autoria, se foi você quem produziu, ou como fonte, cite as referências de onde você reproduziu (de onde copiou/tirou) as imagens. Se for adaptado, diga em fonte: “adaptado de” e cite o autor.

São quantas páginas, em média? Artigos científicos são produzidos com 15 páginas em média. Siga as orientações do seu professor. No nosso caso a proposta foi de apenas 5 páginas, em média, por ser o seu primeiro artigo (brinquei no início que é um "mini" artigo, mas considero ótimo para começo).

Falta me dizer alguma coisa? Sim, muita coisa. Mas o citado aqui serve para um bom começo. 

Lembre-se das recomendações dadas em sala de aula, consulte as normas ABNT sempre que tiver uma dúvida, pergunte, leia outros artigos e arrisque-se. Só vai ficar bom se você começar, fizer antes diversas leituras, mostrar sua primeira página escrita ao professor e aos colegas para, aos poucos, acertar o passo.

Sugiro começar pelo "Google Acadêmico". Digite o tema que deseja pesquisar e virão links de livros, artigos científicos, sites específicos e outros materiais importantes para dar início à sua pesquisa. Salve os links numa lista para consulta posterior, podem ser úteis. 

Veja a página, é igual a do Google, mas o conteúdo que vem na pesquisa é específico para estudantes e pesquisadores: 







No começo é complicado, não apenas parece - é. Para vencer as barreiras leia o artigo de outros autores de renome, busque informação e aventure-se. Logo você pega o jeito da escrita, que não é a mesma coisa que escrever nada do que escreveu antes, e então ficará bem mais fácil. Garanto a você!

Sabe do que mais? Você sentirá seu progresso a ponto de ter orgulho do trabalho pronto. 

Duvida???? Está lançado o desafio!



Boas leituras, boa pesquisa e bom texto.  


Talita Godoy
09/06/2015



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