quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Sociologia Aula 03 (PSS) - Auguste Comte e o Positivismo


SOCIOLOGIA – AULA 3


Data: 28/10/2016
Turma: Processo Seletivo Seriado
Tema: Auguste Comte
Profª Talita Godoy
Extraído dos sites abaixo citados


TEXTO I

AUGUSTE COMTE E O POSITIVISMO

Auguste Comte (1798-1857) foi considerado o fundador do positivismo, corrente que propõe uma nova organização social. Nasceu em Montpellier, França, no dia 19 de janeiro de 1798, onde fez os seus primeiros estudos.
Em 1814 ingressa no curso de Medicina na Escola Politécnica de Paris, de onde é expulso por causa de suas ideias. Tornou-se conhecido da intelectualidade francesa depois que foi secretário do socialista e filósofo Saint-Simon, de quem mais tarde viria a romper a amizade, por divergências ideológicas.

Ciência Social
Comte passou a estudar as possibilidades de esboçar em teoria, um modelo ideal de sociedade organizada. A partir de 1818, elaborou sua concepção da Ciência Social que ele chamou de Sociologia. Sua doutrina considerou a "ciência positiva", baseada nos fatos, como o único fator de estabilidade do universo. Em 1822, publicou "Plano de Trabalhos Científicos para Reorganizar a Sociedade". Em 1830, iniciou o livro "Curso de Filosofia Positiva", concluído em 1842. Em 1848, criou uma "Sociedade Positivista", que teve muito adeptos e influenciou o pensamento de teóricos por todo o mundo.

Na obra "Discurso sobre o Espírito Positivo", escrita em 1848, Comte afirma que o espírito positivo, que compreende a inteligência, os sentimentos e as ações positivas, é maior e mais importante que a mera cientificidade, que abrange somente questões intelectuais. Na obra "Sistema de Política Positiva" Comte institui a "Religião da Humanidade" que se caracteriza pela busca da unidade moral humana.

Importante ressaltar que as ideias do positivismo inspiraram até a inscrição da bandeira brasileira "Ordem e Progresso", tendo por base o lema de Auguste Comte que diz: "Amor como princípio, ordem como base e progresso como objetivo". Suas ideias inspiraram o exército brasileiro e a proclamação da República do Brasil em 1889.

O pensamento positivista pregava um modelo de sociedade organizada, onde o poder espiritual não teria mais importância, sendo os sábios e cientistas a primazia nas decisões. Entre seus lemas destaca-se: "Não há problema que não possa em última instância ser reduzido a números".
Auguste Comte morreu em Paris, França, no dia 5 de setembro de 1857.


Obras de Auguste Comte

Plano de Trabalho Científico para Reorganizar a Sociedade, 1822
Opúsculos de Filosofia Social, 1816-1828
Curso de Filosofia Positiva, 1830-1842
Discurso sobre o Espírito Positivo, 1848
Discurso sobre o Conjunto do Positivismo, 1848
Catecismo Positivista, 1852
Sistema de Política Positiva, 1851-1854
Apelo aos Conservadores, 1855
Síntese Subjetiva, 1856


Considerações gerais

Física Social = Sociologia = nega os fenômenos naturais e sociais provenientes de um único princípio: Deus ou a natureza.
Sociologia: investigação do real; observação; experimentação; comparação; classificação com métodos. Dados sensíveis.
Adota critérios positivistas.
Baseia-se em outras ciências: biologia, física, química, matemática e astrologia.
Objeto de estudos: análise dos aspectos constantes da sociedade.


Estágios / Estados
1     
      TEOLÓGICO: mitos e crenças.
2     METAFÍSICO: construção do conhecimento, porém em estado intermediário, pois ainda não se libertou das abstrações (estágio anterior).
     POSITIVO: científico, relativismo.


Surgimento da Sociologia

O surgimento da Sociologia significou o aparecimento da preocupação com seu mundo e a sua vida em grupo, numa nova perspectiva, livre das tradições morais e religiosas. Desencadeou-se então a preocupação com as regras que organizavam a vida social. Regras que pudessem ser observadas, medidas e comprovadas, capazes de dar ao homem explicações plausíveis, num mundo onde passou a imperar o racionalismo, isto é, a crença no poder da razão humana de alcançar a verdade. Regras, enfim, que tornassem possível prever e controlar os fenômenos sociais.

A constituição deste campo de conhecimento significou, antes de mais nada, que as relações entre os homens mereciam ser conhecidas e formuladas por uma nova forma de linguagem e discurso – o científico – o qual, na sociedade moderna, adquiriu o estatuto de ‘verdade’. A partir de então o homem começou a elaborar métodos e instrumentos de análise capazes de explicar e interpretar sua experiência social de maneira científica. Isso equivaleu a criar, como nas demais ciências, métodos de averiguação e medição e a fazer formulações sobre a sociedade que pudessem ser comprovadas empiricamente – isto é, pela observação e experimentação -, de modo a tornar a ação social humana explicável em termos de regularidade e previsões.

“Assim, o ‘objeto’ da sociologia como ciência, ou seja, como aquilo que a sociologia estuda, constitui-se historicamente como o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade – relações de cooperação, conflito, interdependência etc. Interessa para a sociologia, portanto, não o indivíduo isolado, mas inter-relacionado com os diferentes grupos sociais dos quais faz parte, como a escola, a família, as classes sociais etc.   

FONTE:
TOMAZI, Nelson Dácio (coord.). Iniciação à Sociologia.  São Paulo: Atual, 1993.





TEXTO II

 INTRODUÇÃO
A visão científica positivista dos fatos, não permite o uso de entidades não observáveis nas deduções científicas. Essa visão de mundo refletiu no plano filosófico e, embora criticada no plano teórico, teve muita influência no plano prático.
positivismo Comtiano não pretende ser somente uma filosofia, mas mostrar a necessidade de uma reforma social fundamentando-se na descrição e análise objetiva dos fatos ou fenômenos.

AUGUSTO COMTE
Filósofo e sociólogo francês(19/01/1798-05/09/1857), é considerado o fundador do positivismo. Nasceu em Montpellier, filho de um fiscal de impostos. Aos dezesseis anos, ingressou na Escola Politécnica, recebendo influência do pensamento científico de Carnot, Lagrange e Laplace. Em 1816, a Escola Politécnica foi temporariamente fechada, devido a questões políticas. No ano seguinte, Comte tornou-se secretário do filósofo Sain-Simon, de cujo pensamento social e político recebeu profunda influência. Em 1824, discordâncias teóricas provocaram a separação desses dois pensadores. Neste mesmo ano casou-se com Caroline Massin e passou a ministrar aulas particulares de matemática.
Dois anos depois, Comte iniciou em sua própria casa um curso, onde pretendia abordar as idéias centrais de sua filosofia. Contudo, uma crise mental seguida de profunda depressão, sofrida pelo filósofo, impediu-o de levar adiante seu projeto. Em 1832, Comte retornou à Escola Politécnica, na função de repetidor de análise matemática e de mecânica. Apesar de várias tentativas, jamais conseguiu ucupar uma cátedra nesta escola. Em 1842, Comte separou-se de sua esposa. Dois anos depois, perdeu seu cargo, passando a depender de amigos e admiradores. Em 1844, conheceu Clotilde de Vaux, por quem se apaixonou. Esta relação influenciou seu pensamento a ponto de criar uma nova religião, a religião da humanidade.
Algumas de suas principais obras são: plano de trabalhos científicos necessários à reorganização da sociedade; curso de filosofia positiva; sistema de política positiva; catecismo positivista.


 POSITIVISMO – CONCEITO

Corrente de pensamento formulada na França por Augusto Comte. O termo identifica a filosofia que busca seus fundamentos na ciência e na organização técnica e industrial da sociedade moderna. O método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento. Reflexões ou juízos que não podem ser comprovados pelo método científico, como os postulados da metafísica, não levam ao conhecimento e não tem valor.

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO POSITIVISMO:

O objetivo do método positivo de investigação é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos naturais. Assim, o positivismo diferencia-se do empirismo puro porque não reduz o conhecimento científico somente aos fatos observados. É na elaboração de leis gerais que reside o grande ideal das ciências. Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a realidade. Ver para prever é o lema da ciência positiva. O conhecimento científico torna-se, desse modo, um instrumento de transformação da realidade, de domínio do homem sobre a natureza. As transformações impulsionadas pelas ciências visam o progresso ; este, porém, deve estar subordinado à ordem. Temos, então, um novo lema positivista aplicado à sociedade:ordem e progresso.
Na obra Discurso sobre o espírito positivo, Comte aponta as características fundamentais que distinguem o positivismo das demais filosofias:
Realidade – pesquisa de fatos concretos, acessíveis à nossa inteligência, deixando de lado a preocupação com mistérios impenetráveis, referentes às causas primeiras e últimas dos seres.;
Utilidade – busca de conhecimentos destinados ao aperfeiçoamento individual e coletivo do homem, desprezando as especulações ociosas, vazias e estéreis;
Certeza – obtenção de conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos;
Precisão – estabelecimento de conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambigüidades;
Organização – tendência a organizar, construir metodicamente, sistematizar o conhecimento humano;
Relatividade – aceitação de conhecimentos científicos relativos. Se não fosse relativos, não poderia ser admitida a continuidade de novas pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido. Assim, a ciência positiva é relativa porque admite o aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos humanos.


LEI DOS TRÊS ESTADOS

A lei dos três estados resume o pensamento de Comte sobre a evolução histórica e cultural da humanidade. Conforme escreveu em seu Curso de filosofia positiva, essa lei consiste  em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo.
Vejamos como o próprio Comte caracteriza cada um desses três estados:
No estado teológico – o espírito humano, dirigindo essencialmente sua investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação contínua e direta de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo.
No estado metafísico – que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro: os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades(abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada uma entidade correspondente.
No estágio positivo – o ser humano desiste de procurar as causas íntimas dos fenômenos para, através da observação e do método científico, estabelecer as leis gerais que os regem. O estado positivo, portanto, corresponde à maturidade do espírito humano que não é mais enganado por explicações vagas, uma vez que pode alcançar o real, o certo e o preciso.


CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS

As ciências no decurso da história, não se tornaram “positivas” na mesma data, mas numa certa ordem de sucessão que corresponde à célebre classificação: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia.
Das matemáticas à sociologia a ordem é a do mais simples ao mais complexo, buscando uma proximidade crescente em relação ao homem.
Esta ordem corresponde à ordem histórica da aparição das ciências positivas. As matemáticas – que com os pitagóricos eram ainda, em parte, uma metafísica e uma mística do número – constituem-se, entretanto, desde a antiguidade, numa disciplina positiva – elas são, aliás, para Comte, antes um instrumento de todas as ciências do que uma ciência particular. A astronomia descobre bem cedo suas primeiras leis positivas, a física espera o século XVII para, com Galileu e Newton, tornar-se positiva. A oportunidade da química vem no século XVIII (Lavoisier). A biologia se torna uma disciplina positiva no século XIX. O próprio Comte acredita coroar o edifício científico criando a sociologia.
Para Comte, as ciências mais complexas e mais concretas dependem das mais abstratas – é preciso ser matemático para saber física. Um biólogo deve conhecer matemática, física e química . entretanto, se as ciências mais complexas dependem das mais simples, não podemos deduzi-las de, nem reduzi-las a estas últimas.

A REFORMA DA SOCIEDADE
A reforma da sociedade proposta por Comte deveria obedecer aos seguintes passos: reorganização intelectual, depois moral e, por fim, política. Segundo ele, a Revolução Francesa destruiu uma série de valores importantes da sociedade tradicional européia, não sendo capaz, entretanto, de impor novos e permanentes valores para a emergente sociedade burguesa. E nisso residia a grande tarefa a ser desempenhada pela filosofia positiva: restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial.
Em relação aos conflitos entre proletários e capitalistas, Comte assumiu uma posição considerada reacionária e conservadora. Defendendo a legitimidade da exploração industrial, concordava com a divisão das classes sociais e considerava indispensável a existência dos empreendedores capitalistas e dos operadores diretos, o proletariado. Para os trabalhadores, defendia um tipo de doutrinação positivista destinada a confirmar a necessidade dos trabalhos práticos e mecânicos, inspirando o gosto por eles, quer enobrecendo seu caráter habitual, quer adoçando suas conseqüências penosas. Conduzindo, de resto, a uma sadia apreciação das diversas posições sociais e das necessidades correspondentes, predispõem a perceber que a felicidade real é compatível com todas e quaisquer condições, desde que sejam desempenhadas com honra e aceitas convenientemente.

A RELIGIÃO DE COMTE

Nos últimos quinze anos de sua vida, Comte decidiu criar uma nova seita religiosa, denominada Religião da Humanidade. A deusa dessa religião tinha os traços de sua amada Clotilde de Vaux e os “santos” eram pensadores como Dante, Shakespeare, Galileu, Adam Smith etc.
Elaborou também o Catecismo Positivista, destinado a difundir os princípios religiosos da nova seita. Nessa obra, deixou explícitas suas verdadeiras intenções, formulando o que estava oculto em outros trabalhos anteriores, isto é, suas concepções dogmáticas, autoritárias e conservadoras.
A Religião da Humanidade, fundada por Comte, sobre a Angélica inspiração de Clotilde, pode ser caracterizada como a Religião do Amor, a Religião da Ordem ou a Religião do Progresso. O amor procura a Ordem e leva ao Progresso; a Ordem consolida o Amor e dirige o Progresso; o Progresso desenvolve a Ordem e conduz ao Amor, daí, a característica do positivismo – Amor por princípio, a Ordem por base e o Progresso por fim.

A INFLUÊNCIA POSITIVISTA NO BRASIL

O Brasil foi o país do mundo onde a influência de Augusto Comte se fez mais sentir. Os apóstolos brasileiros que mais trabalharam no sentido de propagar o positivismo foram: Miguel Lemos, Raymundo Teixeira Mendes e Benjamin Constant.
Uma grande influência do positivismo de Comte em nosso país está em um dos nossos símbolos nacionais – é de Comte a ideia de “Ordem e Progresso”, que viria a fazer parte da bandeira do Brasil republicano.



FONTE:


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sociologia - Aula 2 (PSS) - Revolução Industrial / Revolução Francesa / Sugimento da Sociologia



SOCIOLOGIA – AULA II



Data: 21/10/2016
Turma: Processo Seletivo Seriado
Tema da aula: Revolução Industrial; Revolução Francesa; Surgimento da Sociologia
Profª Talita Godoy
Obs: material extraído de fontes citadas 



PARTE I - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL




Europa, Renascentismo - século XVIII. Época de desenvolvimentos tecnológicos, como a roda de fiar, o termômetro, o tear mecânico, o relógio de pêndulo e outros.

Por meio de tais evoluções, há um aumento considerável no comércio, o consumidor passou a esperar por novos produtos. A economia é aquecida, assim como as relações de trabalho e produção. Implantou-se o sistema capitalista.

A expansão do comércio fez circular mais dinheiro e acúmulo de capital nas mãos da burguesia. Era o fim das restrições do mercantilismo e das práticas absolutistas do governo.

Com o surgimento das indústrias, agricultores deixavam a vida no campo para tornarem-se operários migrando para as granes cidades.

Até então, os produtos eram feitos manualmente, ou seja, da matéria-prima o artesão trabalha na produção do seu produto final, no sistema conhecido como artesanato.
Com o aumento da produção, surge a necessidade de se organizar o trabalho em escala por divisão de tarefas. Cada um executa uma parte das tarefas, utilizando ferramenta própria. A este modo de trabalho denomina-se manufatura.

A terceira etapa mecanizou a produção, sendo a forma mais complexa de produção industrial. /as máquinas passam a substituir as ferramentas e, em diversos casos, ao homem. A chamada mecanização deu-se por volta dos anos 1750, originando a Revolução Industrial.    








FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Primeira Revolução Industrial: Inglaterra, século XVIII. Caracteriza-se pelo uso do carvão, do ferro, da máquina a vapor e da produção têxtil.

Segunda Revolução Industrial: século XIX.  O uso do petróleo, da eletricidade e do aço causa um grande avanço na capacidade produtiva. Estendeu-se por Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica e Japão, entre outros.

O estreitamento entre ciência e tecnologia causa um grande aumento na produção. A construção de ferrovias facilitou o transporte de mercadorias, incentivando o crescimento das indústrias. A energia mecânica proporcionou o uso de maquinário em lugar da força humana ou animal.  A fábrica foi o grande símbolo da Revolução Industrial, substituiu as oficinas, onde era feito o trabalho manual.

As maiores fábricas eram a do setor metalúrgico (produção de metais) e a indústria têxtil (produção de tecidos, embora em menor tamanho).
A partir do surgimento das fábricas e do trabalho em escala, surge o capitalismo e as doutrinas sociais, em seu protesto.

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS

Os setores que mais sofreram influências da Revolução Industrial foram o econômico, a sociedade e as relações de trabalho.
O aumento na produção causou um maior uso das máquinas e com isso maior divisão do trabalho. Em paralelo houve crescimento nos meios de transporte e de comunicação.
Com a concentração dos empregos nas cidades, deu-se a urbanização com o deslocamento do campo para a cidade causando o chamado êxodo rural. Houve um considerável aumento do poderio político e econômico por parte da burguesia.







NOVAS CLASSES

Burguesia industrial: donos das novas indústrias (pequena, média e alta burguesia).
·         Pequena e média: formada por comerciantes, médicos, advogados, entre outros.
·         Alta burguesia: grandes capitalistas e banqueiros.

Proletariado: trabalhadores das indústrias. Classe mais numerosa e mais pobre. Cada vez mais havia trabalhadores disponíveis. 
·         
     Os salários foram se tornando cada vez mais baixos. Homens e adultos foram perdendo seu trabalho para mulheres e crianças, com remuneração inferior.
·         
     As condições de trabalho foram se deteriorando e o número de horas tornou-se excessivo para acompanhar o ritmo de produção. Houve expansão do colonialismo com o objetivo de se garantir matéria-prima e ampliação do mercado consumidor pelo mundo. Juntamente deu-se a expansão do capitalismo pela Europa e demais continentes. 

Com a burguesia industrial explorando cada vez mais o proletariado, surgem os movimentos operários e os sindicatos. As desigualdades sociais entre capitalistas e operários se acentuam. Alguns pensadores passaram a se opor ao liberalismo econômico, surgem novas doutrinas sociais, como o ludismo, o cartismo, o anarquismo e o socialismo.


DOUTRINAS SOCIAIS

Ludismo: Inglaterra, 1811 e 1812, tendo Ned Ludd como um dos seus líderes. Protestavam contra a substituição dos trabalhadores por máquinas.

Cartismo: carta do povo apresentada em 1830 pelos radicais Willian Lovett e Feargus O´Connor, enviada ao parlamento inglês. Exigiam uma série de direitos para os trabalhadores, como o voto secreto e universal. 

Anarquismo: Defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação, assim como o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.

Socialismo Utópico: tentativas de se criar fábricas ou instituições que pudessem abrigar trabalhadores sem os mesmos critérios de exploração que os burgueses industriais impunham. O termo utópico surgiu em referência ao fato de acreditarem que isso tudo seria possível sem conflitos entre burgueses e operários. No geral, as tentativas acabaram por fracassar.

Socialismo Científico: Surgiu na Alemanha, na primeira metade do século XIX. Karl Marx e Friederich Engels foram seus principais teóricos. Ao contrário do socialismo utópico, estes teóricos não se preocuparam em imaginar como seria a sociedade ideal. Estudaram a dinâmica do capitalismo, o que resultou em obras clássicas, como “O Capital” e “O Manifesto do Partido Comunista”. Foram responsáveis pela criação de teorias, como a Mais-Valia, O Materialismo Histórico e a Luta de Classes.

Na teoria do Socialismo Científico acreditava-se que o capitalismo seria substituído pelo socialismo, a partir do momento em que os trabalhadores adquirissem consciência de que estavam sendo explorados. O socialismo seria uma etapa no caminho para se chegar a uma sociedade comunista, ou seja, em completa igualdade entre os seres humanos.





PARTE II - REVOLUÇÃO FRANCESA







A França era dominada pelo chamado Antigo Regime, caracterizado pelo absolutismo monárquico, mercantilismo e sociedade estamental.

A Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos ocorridos entre 1789 e 1799 alterando o quadro político, econômico e social da /frança. Rompeu com o Antigo Regime, que dominava a /Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico, dando início a Idade Contemporânea.

Inspirou reforma em outros países, influenciou na independência de todas as colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil.











CAUSAS

Custos da monarquia. O rei Luiz XVI gastava demais para sustentar seus luxos e privilégios.
Ideias Iluministas. Ideais de liberdade, igualdade e fraternidade tornaram-se presentes na bandeira e no hino da França
Gastos com guerras. A França entrou em duas guerras: Independência dos Estados Unidos e Guerra dos Sete Anos contra a Inglaterra.
Quadro econômico gerava a miséria. A seca prejudicava a agricultura, houve escassez de alimentos, aumentando a revolta da população.
Divisão da sociedade francesa. Não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento.

SOCIEDADE FRANCESA
A sociedade francesa era estamental, ou seja, dividida em três estados ou ordens:
·         
     Primeiro estado: formado pelo clero, somando 0,5% da população.
·   Segundo estado: formado pela nobreza, somando 1,5% da população.
·   Terceiro estado: formado pelo povo, incluindo a burguesia, somando 98% da população.

O clero compartilhava de diversos privilégios da nobreza. Os nobres possuíam quase todas as terras da França. Não pagavam impostos, arrendavam suas terras, por isso passavam a maior parte do tempo distantes delas. Quem sustentava o clero e a nobreza era o povo, que pagava altos impostos. Os camponeses e os operários eram os que mais sofriam com as condições degradantes de trabalho. Enquanto isso, os burgueses reclamavam de maior liberdade econômica e política.

Em maio de 1789, na tentativa de fazer com que os nobres e o clero também passassem a pagar impostos, o rei Luiz XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, uma reunião com membros dos três estados com a finalidade de votação. Poderia ser por estado ou por cabeça. O voto por estado favorecia a nobreza, pois com o apoio do clero seriam dois votos contra um. Já o voto por cabeça agradaria a burguesia, pois sendo maioria defenderia pelo voto os seus interesses.




A TOMADA (ou Queda) DA BASTILHA

A Assembleia dos Estados Gerais não chegou a nenhum acordo. O rei Luiz XVI mandou fechar a Assembleia. Descontentes, o terceiro estado, representado pela burguesia, exigiu a criação de uma constituição para a França. O povo saiu às ruas.
A Bastilha era uma prisão política da monarquia francesa. A manifestação do povo chegou até ela. Considera-se que invadiram o lugar com o objetivo de se apoderar da pólvora existente. A invasão, em julho de 1789, ocasionou a chamada Queda da Bastilha, tornando-se um símbolo do início da Revolução Francesa. 
A partir de então, a Revolução Francesa se divide em fases, sendo as principais: Assembleia Nacional Constituinte e o Diretório.


ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE

A Assembleia Nacional Constituinte foi aberta em julho de 1789 com o objetivo de criar uma constituição na França, fase que perdurou até 1791.

Foi criada também a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia o direito à liberdade e à igualdade jurídica. Ocorreram também outras mudanças, como a abolição do regime feudal, da sociedade estamental e a separação entre Igreja e Estado. 

Enquanto a alta burguesa defendia os seus interesses, a pequena e média burguesia continuava em condições precárias, o que gerou movimentos de protestos e revoltas populares.


GRUPOS POLÍTICOS

A burguesia encontrava-se em diferentes interesses. Dois principais grupos políticos passaram a enfrentar: os girondinos e os jacobinos.

Girondinos: representantes da alta burguesia, grupo de postura moderada. Estavam interessados em deter a revolução, a fim de evitar a desorganização econômica da França.
Jacobinos: representantes da pequena e média burguesia, grupo de postura radical. Estavam dispostos a levar adiante a revolução e suas consequências. 
Planice: não tinham posição definida. Sentavam-se no centro das assembleias, enquanto os girondinos sentavam-se à direita e os jacobinos a esquerda. Este fato deu origem aos termos “partidos de direita, esquerda e centro”.  Durante boa parte da Convenção Nacional os jacobinos tiveram controle da França.


CONVENÇÃO NACIONAL

A Convenção Nacional foi aberta em agosto de 1772, eleita para decretar o fim da monarquia na França e proclamar uma República. Esta fase durou até 1774, passando a promover uma série de mudanças radicais. Instituiu-se um governo centralizado e foi criado o Comitê de Salvação Pública, encarregado da defesa interna e externa da revolução. 

Destacou-se nesse período a atuação de Robespierre, importante líder jacobino.
Em janeiro de 1793, Luiz XVI foi mandado para a guilhotina, o mesmo aconteceu com sua esposa Maria Antonieta, alguns meses mais tarde.

Algumas medidas adotadas na Convenção foram: abolição da escravidão nas colônias francesas, fim dos privilégios, divisão dos latifúndios, ensino primário gratuito e obrigatório entre outras.

A alta burguesia teve uma forte reação. Uma onda de crimes, assassinatos e conspirações foi desencadeada pelos girondinos. Em julho de 1773 Marat, um dos líderes revolucionários, foi assassinado. Os jacobinos revidaram com uma onda de violência que ficou conhecida como Terror. Estima-se que aproximadamente 45 mil pessoas tenham sido mortas. No entanto, a alta burguesia conseguiu retomar o controle sobre a revolução. Em julho de 1774 Robespierre foi morto na guilhotina.





DIRETÓRIO

Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder disposta a consolidar suas conquistas. Em agosto de 1795 foi criado o Diretório, no qual cinco membros eram os diretores. Exerciam o poder Executivo. Esta fase se encerrou em 1799.

A crise econômica se agravava a cada dia, a corrupção aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório foi ficando cada vez mais enfraquecido. 

Com a França imersa no caos, sob ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso, o jovem general Napoleão Bonaparte, que a partir de 1799 começou a governar a França.


FONTE - EXTRAÍDO DE: 

  





PARTE III – O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA





A Sociologia surgiu através da tentativa de Augusto Comte (1798 – 1857) em unificar vários estudos relativos às ciências humanas em apenas um só. A linha de pensamento de Comte é denominada positivismo. O positivismo se baseou no afastamento radical da teologia ou metafísica da existência humana, afirmando que toda a vida humana tinha passado pelas mesmas fases históricas distintas e que, se o indivíduo pudesse compreender este progresso, poderia resolver os problemas sociais. 






Embora a sociologia tenha surgido a partir da tentativa intelectual de Comte, foi só no século XIX com o aparecimento dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, que a sociologia tomou proporção, surgindo como a ciência responsável para solucionar esses problemas. 


Émile Durkheim (1858 – 1917) se baseou nas ideias de Comte para formular sua teoria. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. Esses fatos sociais são as formas e padrões pré-estabelecidos de um grupo social. Durkheim achava que os fatos sociais, por ter características próprias, deveriam ser estudados de maneira singular. O ideal de Durkheim foi tão importante para a Sociologia, pois é a partir daí que ela passa a ser considerada uma ciência. 


   
                                                         




Outro importantíssimo estudioso responsável pela formação da Sociologia foi Karl Marx (1818 – 1883). Marx não tinha como objetivo estabelecer ideias para a sociologia, apenas pretendia analisar e propor explicações para os problemas decorrentes daquela época: desemprego, miséria, desigualdades sociais, etc. 
                                                        



Os conceitos de Marx deram ênfase na crítica de uma dominação com base econômica, sofrendo diversas inflexões e desdobramentos. Marx estabeleceu importantes conceitos para compreender o funcionamento do capitalismo, como o “mais-valia” e as formas de exploração das classes trabalhadoras. 


                                                         


Max Weber (1864 – 1920) teve uma linha de pensamento mais aproximada de Durkheim, onde os dois estudiosos defendiam a objetividade em relação ao método científico. No entanto, enquanto Durkheim se preocupava com a análise objetiva da sociologia, Weber pretendia tomar a compreensão da ciência, diferenciando também da análise crítica de Marx. Weber foi importante no sentido de direcionar as ciências sociais para a imparcialidade, passo fundamental para o surgimento do sociólogo como profissão. 



FONTE – EXTRAÍDO DE: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/a-formacao-sociologia.htm



DESAFIO:



1    1. Aponte prós e contras que você pode perceber quanto ao capitalismo como sistema de produção.

2   2. Fale sobre os tipos de modelos produtivos vigentes nas fábricas, a partir do início do século XX e as etapas de produção, da manufatura à produção em larga escala.

3    3. Cite alguns dos efeitos que a produção em larga escala teve na sociedade.

4   4. Quais foram os símbolos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa? Explique a razão de tal simbolismo.

5  5. Fale sobre os dois principais grupos políticos da França no período da Assembleia Nacional Constituinte. 


6   6. O que se pretendia com o começo dos estudos sobre a sociedade e seus fenômenos? Quem foram os primeiros estudiosos nessa área e qual o seu foco?