CURSO: COMÉRCIO EXTERIOR
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE MARKETING E PROJETO INTEGRADOR I
TEMA DA AULA: Definições e explanação dos conceitos de
Marketing
DATA: Fevereiro e Março/2014 (Total de 04 Partes)
Profª Talita Godoy
PARTE I
INTRODUÇÃO
Antes de
irmos ao ponto, propriamente dito, vamos relembrar um pouco da história da
produtividade humana e sua administração.
Retomando os
ciclos da produção desenvolvidos pela humanidade, ele se divide em três fases
básicas, a saber: a era agrícola, a era da industrialização e a era do
conhecimento, que Toffler (2001) chama de ondas.
Em sua
análise, o conceito adotado por Toffler (2001) releva que o industrialismo
envelheceu, contudo passa a ideia de que o conhecimento também perde seu prazo
de validade, necessitando, portanto, de atualizações constantes. Mas, segundo o
autor, isso não é um privilégio dos tempos atuais. Ao longo da história da
civilização encontram-se modelos de desenvolvimento em que uma época suplanta a
outra, o que bem ilustra o momento atual da humanidade em que a internet a cada
dia apresenta uma novidade, impondo a necessidade de atualização constante,
tanto no convívio social como para as organizações.
O autor
denomina a civilização agrícola como “Primeira Onda” em que a terra, o solo,
era a base para uma economia em que se plantava, colhia, e partir daí se faziam
trocas ou vendas que davam origem a uma continuidade da civilização que se
estabelecia e logo aumentava, tendo a terra por “base da economia, da vida, da
cultura da estrutura, da família e da política” (TOFFLER, 2001, p. 35). Era ao
redor da aldeia que a vida se organizava, e logo os marinheiros passavam a
transportar mercadorias levando e trazendo produtos originais. Novas rotas
comerciais foram se abrindo, por mar e por terra. Esta era a chamada Primeira
Onda, como definido por Toffler (2001), onde a civilização agrícola dominou o
mundo até os anos 1650 – 1750.
Depois disso
vem a “Segunda Onda”, com a revolução industrial:
O
industrialismo foi mais do que chaminés e linhas de montagem. Foi um sistema
social rico, multiforme, que tocou todos os aspectos da vida humana e atacou
todas as feições do passado da Primeira Onda. Produziu a grande fábrica de
Willow Run, fora de Detroit, mas também colocou o trator na fazenda, a máquina
de escrever no escritório, a geladeira na cozinha. Produziu o jornal e o
cinema, o trem suburbano e o DC-3. Deu-nos o cubismo e a música de 12 tons.
Deu-nos edifícios Bauhaus e cadeiras de Barcelona, as greves brancas, as
pílulas de vitaminas e o prolongamento de duração da vida. Universalizou o
relógio de pulso e a urna eleitoral. Mais importante, interligou todas essas
coisas – montou-as como uma máquina – e formou o sistema social mais poderoso,
coeso e expansivo que o mundo já conheceu: a civilização da Segunda Onda
(TOFFLER, 2001, p. 36).
Com a
civilização industrial pretendendo tomar todos os espaços, os resistentes da
Primeira Onda se posicionaram em defender a terra, a agricultura, as suas
raízes, mas com o seu crescimento acabou também cometendo erros avassaladores
como a expulsão de índios no oeste dos Estados Unidos, pelos agricultores
europeus, que invadiam o território americano, em direção ao Pacífico.
Em meio a este desentendimento dentro da
Primeira Onda, já se configurava o cenário de outras guerras entre os
industrializadores da Segunda Onda.
A Inglaterra
desenvolvia-se com a criação de fábricas e cidades, produzindo entre outros:
armas, relógios, tecidos, máquinas de costura, equipamentos e implementos
utilizados na agricultura, e assim prosseguia rapidamente, até que o choque
entre as civilizações agrícolas e industriais travasse uma guerra civil, em
meados do século XIX, mais precisamente em 1861, quando irrompe a violência
armada:
A guerra
civil não foi feita exclusivamente, como pareceu a muitos, pela questão moral
da escravidão, ou por tão acanhadas questões econômicas como as tarifas. Foi
feita por uma questão muito maior: o rico e o novo continente seria governado
por fazendeiros ou industrializadores, pelas forças da Primeira Onda ou as da
Segunda? A futura sociedade americana
seria basicamente agrícola ou industrial? Com a vitória dos exércitos
nortistas, a sorte estava lançada. Estava garantida a industrialização dos
Estados Unidos. Desse momento em diante, na economia, na política e na vida
social e cultural, a agricultura estava em retrocesso e a indústria em
ascensão. A Primeira Onda refluía, enquanto a Segunda avançava estrondosamente
(TOFFLER, 2001, p. 37).
Deste período
em diante, o homem deu às máquinas sentidos, capacidades para ver, ouvir e
tocar com mais precisão do que ele mesmo. Máquinas fabricantes de máquinas em
verdadeiros centros industriais que partiram do carvão, passando pela pedra,
ferro, aço e todo tipo de material que, do mais simples ao mais complexo,
compõe as cidades existentes dentro das fábricas, produção em massa que exigia
aperfeiçoamento em sua distribuição, assim como em suas comunicações para
ampliar o mercado.
Toffler
(2001) conta que George Huntington Hartford fez pela distribuição o que Henry
Ford fez pela fabricação: “a distribuição por encomenda deu lugar à
distribuição em massa, que se tornou um componente de todas as sociedades
industriais, tão familiar e central como a própria máquina” (TOFFLER, 2001, p.
41). O primeiro grande sistema de lojas em cadeia foi The Great Atlantic and Pacifc Tea Company, em New York, 1871. Criar novos sistemas para a distribuição
veio a significar uma mudança de estágio no desenvolvimento social.
A passagem da
Primeira Onda para a Segunda exigiu uma lenta e até dolorosa adaptação dos
trabalhadores que antes viviam no campo ou mesmo em pequenas produções em casa,
para o trabalho nas fábricas. Havia um deslocamento físico que dependia de uma
disciplina diária. Convertê-los em producentes dentro das fábricas era uma
tarefa quase impossível. “Se pessoas jovens pudessem ser preparadas com
antecedência para o sistema industrial, os problemas da disciplina industrial
seriam enormemente fáceis mais tarde” (TOFFLER, 2001, p. 42). Nascia assim a
necessidade da “educação em massa”.
Essa educação
em massa era oferecida por escolas públicas, ensinando o básico da aritmética,
leitura e escrita, além de cativar nos futuros operários modelos de
comportamento como pontualidade, submissão às ordens dos seus superiores,
repetição nos trabalho maquinal entre outras orientações específicas.
Da mesma
forma como o sistema de distribuição abriu novas oportunidades comerciais, foi
dito antes que as comunicações também necessitavam de novos procedimentos para
ampliar tais oportunidades de comércio. Os canais antigos já não suportavam
mais o manuseio das informações. Eram tão primitivos como a Primeira Onda
sugere, enquanto na Segunda Onda exigia coordenação compactada, acontecendo em
muitos lugares, ao mesmo tempo. Surge o serviço postal em diversos países.
O correio
proporcionou o primeiro largo canal aberto
para as comunicações da era industrial. Pelo ano de 1837, o correio
inglês estava transportando não apenas mensagens para uma elite, mas
transportava 88 milhões de unidades de correspondência por ano – uma avalanche
de comunicações pelos padrões da época. Pelo ano de 1960, mais ou menos no
tempo em que a era industrial atingia o seu auge e a Terceira Onda começava a
surgir, esse número já tinha subido a 10 bilhões. Nesse mesmo ano, o correio dos
Estados Unidos distribuía 355 peças de correspondência doméstica por homem
mulher e criança na nação (TOFFLER, 2001, p. 47).
Estes números indicam que as correspondências
acompanharam o desenvolvimento industrial e seu aumento sugere o volume desse
crescimento via correios oficiais. Internamente nas empresas, havia um número
incrível de correspondências aos funcionários chegando a “64 mil documentos e
memorandos no arquivo para cada empregado na folha de pagamento!” (TOFFLER,
2001, p. 47).
Ainda no Século
XIX surgem os telégrafos e o telefone, impulsionando as comunicações nos
Estados Unidos em 93 bilhões de chamadas por ano, sendo em 1960, 256 milhões de
chamadas telefônicas ao dia.
A sociedade industrial que produzia em massa também
precisava de uma transmissão de informações para distribuição dos seus produtos
em massa.
Nos veículos
de comunicação em massa, de jornais e rádio a cinema e televisão, encontramos
mais uma vez a encarnação do princípio básico de fábrica. Todos eles estampam
mensagens idênticas em milhões de cérebros, assim como a fábrica estampa
produtos idênticos para uso em milhões de casas. “Fatos” padronizados,
manufaturados para a massa, duplicatas de produtos padronizados, manufaturados
para a massa, fluem de umas poucas fábricas de imagens concentradas para
milhões de consumidores. Sem este vasto e poderoso sistema para canalizar a
informação, a civilização industrial não poderia tomar forma ou funcionar com
segurança (TOFFLER, 2001, p. 48).
Concluindo a
linha de Toffler (2001), surgem as evidências da Terceira Onda, em meados da
década de 1950, baseada em novas tecnologias. Há uma espécie de retomada às
características da Primeira Onda em que havia menor consumo de energia para a
produção e o trabalho era concentrado no campo. A Segunda Onda trouxe o homem
do campo para os centros industriais, aumentou largamente o uso de energia para
a produção, criou uma separação entre produtor e consumidor. Na Terceira Onda
surge uma inclinação das indústrias em produzir partículas mínimas, como a
microeletrônica, facilitando a produção e o transporte. A nova produção para
computadores cria a necessidade do uso de comunicações eletrônicas.
As novas
máquinas, tanto de uso industrial como caseiro, começam a mudar hábitos:
O computador
também está começando a remodelar nossas programações e mesmo a nossa concepção
de tempo. Com efeito, é o computador que tem tornado o tempo flexível viável em
grandes organizações. Em seus aspectos mais simples, facilita o entrelaçamento
de milhares de horários flexíveis personalizados. Mas também altera os nossos
padrões de comunicações no tempo, permitindo-nos acesso a dados e trocá-los
“sincronicamente” (isto é, simultaneamente) como “assincronicamente” (TOFFLER,
2001, p. 253).
Neste sentido
Toffler (2001) sugere uma retomada característica da Terceira Onda com a
Primeira, em que as pessoas agora podem passar mais tempo dentro de casa,
inclusive trabalhar e produzir como antigamente, por assim dizer, já que os
computadores fornecem a matéria prima necessária para o desenvolvimento de suas
atividades profissionais. Outros hábitos
foram se adaptando: “a pontualidade como a moralidade, torna-se situacional”
(TOFFLER, 2001, p. 255). Uma das principais características da Terceira Onda é
que ela muda a relação da civilização com o tempo. Também quebra a necessidade
constante da padronização, valorizando a personalização.
**********************************
PARTE II
DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE
MARKETING
Com o surgimento das organizações e implantação dos
sistemas administrativos, logo a concorrência foi aumentando e criando novas
necessidades, como a disputa, entre a indústria e o comércio, pela atenção do
cliente, que logo tinha diversas opções para o consumo.
O
conceito de Marketing é uma filosofia empresarial que começou a se estruturar a
partir dos anos 1950. Afirma que a chave para atingir os objetivos da
organização consiste em determinar as necessidades e os desejos dos
mercados-alvo e satisfazê-los mais eficaz e eficientemente do que os
concorrentes (Kotler, 1991, p. 46).
“Processo
social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e
desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”
(Kotler, 1998).
O
profissional de marketing não cria a necessidade, ela já existe antes dele,
normalmente imposta pelos grupos sociais aos quais o indivíduo pertence. O
profissional de marketing, junto com outras forças sociais, apenas despertam e
influenciam os desejos. Os especialistas em marketing podem promover a ideia de
que um Mercedes poderia satisfazer a necessidade de alguém por status social.
Entretanto, não criam a necessidade por status social.
Na
prática este conceito pode ter um significado percebido de outra forma. Theodore
Levitt estabeleceu um claro contraste entre os conceitos de vendas e marketing.
Observe a ênfase para cada conceito no quadro abaixo:
Vendas
|
Marketing
|
Necessidades do
vendedor
|
Necessidades do
comprador
|
Reverter seu
produto em dinheiro
|
Satisfazer com o
produto
|
Perspectiva de
dentro para fora
|
Perspectiva de
fora para dentro
|
O conceito de vendas tem perspectiva de
dentro para fora. Começa com a fábrica, parte dos produtos existentes na
empresa e recomenda ênfase em vendas e promoção para obtenção de vendas lucrativas.
Já o conceito de marketing tem uma perspectiva de fora para dentro. Começa com
um mercado bem definido, enfatiza as necessidades do cliente, coordena todas as
atividades que afetarão os clientes e obtém lucro através da satisfação do
consumidor. Em síntese, o conceito de marketing é voltado para o mercado,
orientado para o cliente, é esforço integrado de marketing com o objetivo de
criar a satisfação do cliente como a chave para satisfazer aos objetivos da
organização.
Enquanto o pessoal de vendas geralmente
se preocupa em atingir certo volume de vendas, marketing se preocupa em
identificar oportunidades de obter lucro. Ter um departamento de marketing não
quer dizer que a empresa é orientada para o mercado. A empresa tem operações de
marketing, mas mesmo assim pode não ver o quadro todo e acaba não se adaptando
às novas necessidades do cliente e da concorrência. A maioria das empresas não
entende ou não segue o conceito de marketing até serem levadas pelas
circunstâncias.
Na atualidade, todo o processo de Marketing se
baseia nos interesses do consumidor para que, por meio de pesquisas de mercado
se saiba exatamente aquilo que o consumidor precisa e deseja para satisfazer
suas necessidades. A visão é de fora para dentro.
Assim como a produtividade humana, o Marketing
passou por fases que Kotler (2010) definiu como 1.0, 2.0 e a fase atual, 3.0.
Voltando às
origens, para um bom entendimento da definição de marketing 1.0, é preciso
relembrar que no período industrial as máquinas eram o que havia de mais
importante na produção em série que despejava no mercado inúmeras mercadorias,
contudo, todas elas seguindo o mesmo padrão de produção, funcionalidade,
aparência e preço. Quase não havia competitividade, a demanda era equilibrada,
com a intenção de aumentar a venda do produto.
O exemplo
clássico da era industrial é o Modelo T, da Ford, que seu criador, Henry Ford
adotou como estratégia para vender com a seguinte frase: “O carro pode ser de
qualquer cor, desde que seja preto” (FORD apud
KOTLER, 2010, p. 04). O marketing era claramente voltado ao produto.
Algum tempo
depois a história dessa evolução chega à era da informação, onde a tecnologia
promove um significativo avanço nas produções e no comportamento do consumidor.
Na era da
informação o valor do produto é definido pelo cliente, que pode fazer diversas
comparações do mesmo produto, não apenas na questão preço, mas na qualidade que
as diferentes marcas oferecem, pois valor vai além de preço e a qualidade
engloba itens que para o consumidor fazem grande diferença.
Para cada
faixa do mercado, os consumidores apresentam diferentes interesses e formas de
ver e valorizar determinado produto. Aí está a importância de ter profundo
conhecimento do que cada nicho prefere.
Segundo
Kotler (et al, 2010, pág. 04), é
necessário desenvolver segmentação de mercado para melhor compreender a demanda
e definir o seu público-alvo. Ele agora, na era da informação, passa a ter suas
necessidades e desejos mais bem definidos para que sejam atendidos.
O foco no
consumidor define o marketing 2.0, era em que “os profissionais de marketing de
hoje tentam chegar ao coração e à mente do consumidor”, mas o autor alerta que
“infelizmente, a abordagem centrada no consumidor pressupõe implicitamente que
os clientes sejam alvo passivo das campanhas de marketing” (KOTLER et al, 2010, p. 04).
O marketing
3.0 ainda é voltado ao consumidor, contudo vai além das suas necessidades de
consumo, voltando-se para uma era focada nos seus valores, sejam eles sociais,
econômicos, ambientais e de natureza a promover um convívio melhor a todos os
seres humanos, considerando-os plenos em corpo, alma e espírito, elevando seus
sentimentos e emoções, que jamais devem ser negligenciados.
Conforme
visto na tabela a seguir, a onda tecnológica é o maior propulsor deste novo
conceito de marketing, denominado marketing 3.0, onde a conectividade e a
interatividade entre indivíduos e grupos aparentemente não apresenta limites,
também chamada de era ou sociedade colaborativa.
Nem mesmo o
noticiário jornalístico se faz atualmente sem a colaboração dos
telespectadores, ouvintes e leitores. A participação nas informações é
fundamental para as produtoras de notícias saberem dos fatos e rapidamente
seguirem as pistas que os participantes lhes fornecem.
Seguem as
comparações entre marketing 1.0, 2.0 e 3.0:
MARKETING
1.0 CENTRADO NO PRODUTO
|
MARKETING
2.0 CENTRADO NO CLIENTE
|
MARKETING
3.0 CENTRADO NOS VALORES
|
|
OBJETIVO
|
Vender
produtos
|
Satisfazer
consumidores
|
Fazer do
mundo um lugar melhor
|
FORÇAS
PROPULSORAS
|
Revolução
Industrial
|
Tecnologia
da Informação
|
Nova onda
de tecnologia
|
COMO AS
EMPRESAS VEEM O MERCADO
|
Compradores
de massa, com necessidades físicas
|
Consumidor
inteligente, dotado de coração e mente
|
Ser humano
pleno, com coração, mente e espírito
|
CONCEITO
DE MARKETING
|
Desenvolvimento
de produto
|
Diferenciação
|
Valores
|
DIRETRIZES
DE MARKETING PARA A EMPRESA
|
Especificação
do produto
|
Posicionamento
do produto e da empresa
|
Missão,
visão e valores da empresa
|
PROPOSIÇÃO
DE VALOR
|
Funcional
|
Funcional
e emocional
|
Funcional,
emocional e espiritual
|
INTERAÇÃO
COM CONSUMIDORES
|
Transação
do tipo um para um
|
Relacionamento
um para um
|
Colaboração
um para muitos
|
Fonte: Quadro adaptado de
KOTLER, pág. 06, 2010.
Aspectos que evidenciam
as mudanças no ambiente atual (era do conhecimento, ou era da transição):
Aceleração: vivemos num mundo fast-food. Tudo é imediato, veloz,
acelerado, assim como suas mudanças. E tudo muda, inclusive nossos hábitos,
necessidades e atitudes. As novas tecnologias contribuem para acelerar o
processo de mudança. As novidades logo chegam e se duplicam a cada três anos,
assim como o conhecimento científico e tecnológico. A humanidade precisa se
atualizar em relação so novos conhecimentos gerados, ou ficará distanciada
deles, com a sensação de que perdeu o conhecimento que tinha mas na verdade
apenas deixou de adquirir novos.
Mudanças globais: quando uma mudança significativa
ocorre em qualquer parte do mundo, todos são afetados. Afetam a todos, onde
quer que estejam. Isso é globalização. Antigamente haviam diversos obstáculos
para que mudanças acontecessem, atualmente esses obstáculos foram minimizados,
ou até mesmo removidos. A distância, por exemplo, ficou de certa forma
encurtada pela facilidade que a Internet proporciona em termos de comunicação.
As mudanças ocorriam, mas ficavam restritas ao seu território, a globalização
permite que uma mudança que ocorra em determinado local se estenda para o
mundo. O exemplo citado interfere diretamente nas relações organizacionais.
Mudanças descontínuas: no passado uma empresa começava do
zero e ia crescendo aos poucos; hoje ela já pode nascer grande ou se tornar
competitiva em pouco tempo, sendo até mesmo uma ameaça para setores de
tradição. Veja o exemplo de um atleta que está numa longa corrida, de repente
surge um outro competidor que entra na metade da prova na sua frente. O
primeiro já está cansado, desgastado, lutando para chegar ao seu destino, já o
outro acabou de começar e passa a competir em condições iguais. Não parece
justo, mas ilustra exatamente o que ocorre com as organizações e caracteriza a
descontinuidade. Uma empresa pode ser hoje líder de mercado, tradicional no seu
setor e logo surge uma outra empresa com recursos tecnológicos de última
geração, apresentando produtos e conceitos inovadores, criativos e
profissionais visionários que irão influenciar o mercado. O que a empresa que
já estava na competição deve fazer?
Por outro lado pense que as mudanças podem oferecer grandes
oportunidades, portanto nem sempre são apenas ameaças. “O caminho eu nos trouxe
até aqui com sucesso não é o mesmo que nos levará com sucesso para o futuro; o
caminho para o futuro precisa ser construído a cada dia”. Uma posição de
liderança hoje não garante a liderança de amanhã. É preciso estar alerta,
observar, criar, desenvolver, inovar sempre.
PARA REFLETIR
Empresas não são máquinas, a não ser que elas vivam sob o
comando e o domínio da alta gerência. Empresas são comparadas com organismos
vivos, e assim devem funcionar, ou seja, tem sua própria capacidade de ação,
conta com diversas mentes visionárias e criativas, reconhece a força do
conjunto, do trabalho em equipe e do resultado que vem dessa soma. Por mais que
as máquinas façam muito pela produtividade, a verdadeira força de uma
organização está na capacidade humana.
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PARTE III
Administração de
Marketing: “processo
de planejamento e execução da concepção, do preço, da promoção e da
distribuição de ideias, bens e serviços, para criar trocas que satisfaçam
objetivos individuais e organizacionais” (Kotler, 2001, p. 42).
Outras definições para
Administração de Marketing:
·
Processo
pelo qual uma organização se relaciona com um mercado de forma criativa,
produtiva e lucrativa;
·
A
arte de criar e satisfazer clientes com lucro;
·
Conseguir
os bens e serviços certos para as pessoas certas, nos lugares certos, no tempo
certo, ao preço certo, com promoções e comunicações certas.
Administração de Marketing:
“Processo de
planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de ideias,
bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e
organizacionais” (American Marketing Association).
A administração de
Marketing envolve análise, planejamento, implementação e controle; envolve
bens, serviços e ideias; se fundamenta na noção de troca; sua meta é produzir
satisfação para as partes envolvidas.
Profissional de
Marketing:
— Gerente de vendas;
— Vendedores;
— Gerentes de propaganda e promoção;
— Pesquisadores de marketing;
— Gerentes de serviços ao consumidor;
— Gerentes de produtos e marcas;
— Gerentes de mercado e de setores;
— Vice-presidente de marketing;
Conceitos centrais:
— Necessidades;
— Desejos e demandas;
— Produtos (bens, serviços e ideias);
— Valor;
— Custo e satisfação;
— Troca e transações;
— Relacionamentos e redes;
— Mercados;
— Empresas e consumidores em potencial.
— Marketing parte das necessidades e
dos desejos humanos;
— As necessidades básicas são, por
exemplo, água, alimento, ar, vestuário, abrigo;
— As necessidades vão além do básico:
serviços de lazer, recreação, educação;
— Demonstram suas preferências por
marcas específicas de bens e serviços.
Necessidades e desejos:
Defini-se por necessidade, estado de privação de alguma
satisfação básica. As necessidades básicas surgem biologicamente, não sendo
criadas pela sociedade, são inerentes à condição humana. Desejos: carências por
satisfações específicas para atender às necessidades. As necessidades são
poucas, os desejos são muitos.
Demanda:
Desejos por produtos
específicos. Desejos se tornam demandas quando apoiados por poder de compra. As
empresas devem mensurar não apenas quantas pessoas desejam o seu produto, mas
quantas realmente estão dispostas e habilitadas a comprá-lo.
Produto:
Produto é algo que
pode ser oferecido para satisfazer uma necessidade ou desejo. Também pode ser
oferta ou solução (serviço ou ideia). A importância dos bens físicos não está
tanto em possuí-los, mas na obtenção dos serviços que proporcionam. Os produtos
físicos são veículos que nos prestam serviços.
Valor:
Estimativa de cada
produto satisfazer a seu conjunto de necessidades. “Satisfação das exigências
do consumidor ao menor custo possível de aquisição, propriedade e uso”
(DeRose). O valor não é composto apenas por cálculos matemáticos, envolve a
percepção do cliente para o quanto tal produto ou serviço irão atender suas
expectativas.
Marketing de Relacionamento:
— Prática da construção das relações
satisfatórias a longo prazo com partes-chave: consumidores, fornecedores,
distribuidores.
— O objetivo é reter sua preferência e
negócios a longo prazo, por meio da entrega de produtos e serviços com alta
qualidade e preços justos, por exemplo.
— Resulta em fortes vínculos
econômicos, técnicos e sociais entre as partes.
Como resultado final,
têm-se uma rede de marketing, formada por stakeholders (consumidores,
funcionários, fornecedores, distribuidores, varejistas e outros).
Trabalho do Marketing:
— A administração de marketing tem a
tarefa de influenciar o nível, o momento e a composição da demanda de maneira a
ajudar a organização a atingir seus objetivos;
— A administração de marketing é,
essencialmente, a administração da demanda por meio de pesquisa, planejamento,
implementação e controle.
— Definimos administração de marketing
como o esforço consciente para tingir os resultados de mudança desejados em
relação ao público-alvo.
*************************************
PARTE IV
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO EM MARKETING
Segundo Kotler e Bloom (1998):
“Planejamento
estratégico é o processo gerencial de desenvolver e manter uma direção
estratégica que alinhe as metas e os recursos da organização com suas mutantes
oportunidades de mercado”.
Características do Planejamento Estratégico :
·
É
um processo (que pode mudar)
·
Analisa
os dados internos e externos
·
Orientação
diretamente para os concorrentes em vez de aos clientes
·
Ocorre
em vários níveis
·
Processo
multifuncional (estratégico; tático e operacional)
Dimensões:
·
Estratégica:
envolve toda a empresa. Exemplo: o presidente define o que fazer
·
Tática:
corresponde a cada função da empresa. Exemplo: o gerente determina como fazer.
·
Operacional:
corresponde ao plano detalhado de cada divisão. Exemplo: a mão de obra da
empresa executa os planos elaborados
e definidos nas esferas anteriores.
DECLARAÇÕES DE MISSÃO, VISÃO E VALORES
De forma simplificada:
Missão: define a razão de ser da empresa; seu motivo de existência, aquilo que
ela faz;
Visão: o sonho da empresa, definição do que ela pretende ser a médio ou longo
prazo;
Valores: àquilo para o qual ela dá importância na forma de lidar com ética,
sustentabilidade, clientes internos e externos, transparência e outros pontos
que revelem sua conduta.
A importância de ter
essas definições bem determinadas e declaradas está na orientação dada aos stakeholders e em assumir um compromisso
perante a sociedade.
Definição da Missão Corporativa:
Peter Druker sugere
responder algumas perguntas para se elaborar a missão da empresa:
·
Qual
é o nosso negócio?
·
Quem
é o consumidor?
·
Qual
deve ser o nosso negócio?
Segundo Kotler (1998),
cada missão da empresa é moldada por cinco elementos:
·
História:
seu passado, sua tradição;
·
Preferências
atuais dos proprietários e da administração;
·
Ambiente
de mercado;
·
Recursos;
·
Competências
distintivas.
Uma declaração de
missão determina a razão de ser da empresa. Quando bem preparada, proporciona
aos funcionários da empresa um senso único de propósito, direção e
oportunidade. A declaração de missão da empresa atua como uma “mão invisível”
que orienta funcionários geograficamente dispersos a trabalhar
independentemente e, todavia, coletivamente para realizar as metas da
organização.
Exemplo de declaração
de missão da Motorola:
“O propósito da
Motorola é atender honoravelmente às necessidades da comunidade fornecendo
produtos e serviços de qualidade superior e preço; ao fazer isso, procuramos
obter o lucro adequado e necessário para o crescimento da empresa, dando
oportunidade para que nossos funcionários e acionistas conquistem objetivos
pessoais razoáveis”.
A declaração da missão
responde o que a empresa realiza.
1. Foca um número limitado de metas;
2.
Destacam
as principais políticas e valores que a empresa deseja honrar;
3. Definem os principais escopos de
competências em que a empresa operará (industrial, competências tecnológicas,
escopo geográfico, segmento de mercado e outros).
A declaração da missão
fica ainda melhor quando orientada por uma visão, que pode se definir por um
“sonho impossível” que se pretende alcançar.
Exemplo de visão da
Sony:
Seu ex-presidente,
Akio Morita, desejava que cada indivíduo tivesse o seu próprio acesso ao “som
pessoal portátil”. Sua empresa criou o walkman
e o aparelho de CD portátil.
Da mesma forma a
declaração dos valores da empresa orientam seus funcionários e demais stakeholders quanto o seu modo de
acreditar, pensar e agir de acordo com suas crenças, valores éticos, política
de atuação com seus stakeholders e
mercado, em geral.
MARKETING E ANÁLISE
SWOT
Análise dos ambientes externo e interno:
A empresa deve
estabelecer um sistema de inteligência de marketing para rastrear tendências e
desenvolvimentos importantes. Para cada tendência ou desenvolvimento, a
administração precisa identificar as oportunidades e ameaças associadas.
Por isso a organização
dever ter elaborada a sua declaração de missão para saber exatamente quais
ambientes ela deve monitorar para atingir suas metas. Alguns exemplos: taxa de
crescimento dos seus clientes, sua situação financeira, concorrentes atuais e
novos, novas tecnologias, legislação que possa afetar o negócio, canais de
distribuição para venda e surgimento de novos negócios.
É necessário monitorar
as forças
macroambientais:
·
Demográficas;
·
Econômicas;
·
Tecnológicas;
·
Políticas;
·
Legais;
·
Sociais
e
·
Culturais.
Da mesma forma é
necessário observar os atores microambientais:
·
Consumidores;
·
Concorrentes;
·
Canais
de distribuição;
·
Fornecedores.
Todos eles afetam sua
habilidade de obter lucro. Um importante propósito da análise ambiental é
detectar novas oportunidades de marketing.
Oportunidade
de Marketing:
É uma área de
necessidade do comprador em que a empresa pode atuar rentavelmente.
Kotler aponta as
oportunidades como sendo classificadas em dois grupos: pela atratividade e pela
probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso da empresa não depende
apenas da força do seu negócio, das exigências básicas para ser bem-sucedida em
um mercado-alvo, mas também de suas competências para superar seus
concorrentes. A mera competência não constitui uma vantagem competitiva. A
empresa de melhor desempenho será aquela que pode gerar o maior valor para o
consumidor e sustentá-lo ao longo do tempo.
Ameaças:
Alguns
desenvolvimentos do ambiente externo representam ameaças. Ameaça Ambiental é um desafio decorrente de uma tendência ou
desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de ação defensiva de
marketing, a deterioração das vendas ou do lucro.
Para Kotler, as
ameaças devem ser classificadas conforme seu grau de relevância e probabilidade
de ocorrência. Para lidar com ameaças com alta probabilidade de ocorrência, a
empresa deve preparar planos de contingência para enfrentá-las antes ou durante
suas ocorrências. Algumas, de menor probabilidade podem ser ignoradas, porém
sempre devem ser monitoradas, pois se aumentarem, podem se tornar mais sérias.
Após análise das
ameaças e oportunidades, chega-se a quatro resultados possíveis:
1. Um negócio ideal é alto em termos de
oportunidades e baixo em ameaças.
2.
Um
negócio especulativo é alto tanto em termos de oportunidades como de ameaças.
3.
Um
negócio maduro é baixo em termos de oportunidades e baixo em ameaças.
4. Um negócio ariscado é baixo em termos
de oportunidades e alto em ameaças.
Análise do ambiente interno (forças e fraquezas):
Uma coisa é
identificar as oportunidades atraentes, outra é possuir as competências
necessárias para aproveitar bem as oportunidades. Assim, é necessária a avaliação
periódica das forças e fraquezas de cada negócio. Isso pode ser feito usando-se
formulários de checklist para análise
de desempenho de forças e fraquezas. A administração – ou uma consultoria
externa – avalia as competências de marketing, financeira, de produção e
organizacional do negócio e classifica os fatores em termos de força
(importante, sem importância e neutro) e de fraqueza (importante ou sem
importância).
Kotler ressalta que
não é necessário corrigir todas as fraquezas do negócio nem destacar suas
forças. A grande questão é se o negócio deve ficar limitado a essas
oportunidades em que possui as forças exigidas ou se deve adquirir forças para
explorar outras oportunidades melhores.
Outra importante
observação feita por Kotler é que muitas empresas não vão mal porque faltam a
seus departamentos forças necessárias, mas porque não trabalham em equipe. Por
exemplo: numa empresa de eletrônica industrial os engenheiros veem os
vendedores como “engenheiros frustrados”, e os vendedores veem o pessoal de
serviços como “vendedores frustrados”. É importante avaliar os relacionamentos
interdepartamentais como parte da auditoria ambiental interna.
INTERESSES DA PESQUISA
DE MARKETING
Podemos
citar alguns dos interesses que podem derivar uma pesquisa de marketing, sendo
eles, começando por definir os quatros P s do marketing: Preço / Praça /
Promoção / Produto e tantos outros:
-
Pessoas (definir o seu público-alvo, quem são os seus clientes/consumidores,
qual o exato perfil, faixa etária, educacional, financeira, onde mora,
profissão, hábitos de consumo, necessidades e desejos);
-
Percepção da Marca (positiva ou negativa, lembranças, preferência);
-
Processos de venda (exposição do produto no ponto de venda, treinamento dos
vendedores/consultores, conhecimento do produto, valor atribuído,
custo/benefício, valor agregado);
-
Regionalidade (hábitos da região, clima, cultura, economia, características
geográficas, tendências de mercado);
-
Planejamento (estratégico, tático e operacional).
O
resultado da pesquisa indicará as possibilidades de sucesso para a elaboração
dos planos e de sua execução.
A
pesquisa é, portanto, importante logo no início de um projeto, como durante e
após. Em todas as fases é adequado medir o grau de acerto nas decisões tomadas
para que eventuais correções possam ser efetuadas a tempo de se concluir o
projeto com sucesso.
Mattar
define que “o exercício da administração de marketing compreende a tomada de
decisões que envolve as quatro funções da administração: planejamento, organização,
direção e controle. Mais especificamente, essa funções compreendem (Kwasnicka,
1977):
PLANEJAMENTO:
·
Diagnóstico;
·
Soluções
alternativas;
·
Projeção
de cada solução;
·
Seleção
de alternativas;
ORGANIZAÇÃO:
·
Definir
atividades;
·
Agrupar
atividades;
·
Designar
atividades a grupos responsáveis;
·
Interligar
os grupos, por meio de relações de autoridade e de sistemas de informações;
DIREÇÃO:
·
Delegação
de autoridade e atribuição de responsabilidades e tarefas;
·
Motivação:
proporcionar condições para que haja envolvimento dos participantes para
cumprimento das atribuições e colaboração com a organização;
CONTROLE:
·
Desenvolver
instrumentos que permitam saber onde se está a cada momento;
·
Desenvolver
padrões que permitam saber onde se deseja estar a cada momento;
·
Comparar
as medidas do desempenho atual com os padrões;
·
Definir
ações para efetuar as correções necessárias.
Planejar é decidir no
presente o que fazer no futuro e compreende a determinação do futuro almejado e
das etapas para atingi-lo.
Segundo Drucker (1962):
“Planejamento é o
processo contínuo e sistemático de tomar decisões futuras no presente com o
melhor conhecimento possível do que deverá acontecer, organizando
sistematicamente os esforços necessários para levar adiante estas decisões e
medir os resultados das decisões em relação ao esperado, através de um
organizado sistema de controle”.
Para se planejar é
preciso:
·
Obter
informações;
·
Analisar
os dados das informações obtidas;
·
Previsão
dos acontecimentos;
·
Decidir;
·
Definir
os fins: traçar objetivos e metas;
·
Definir
os meios: seleção das políticas, programas, procedimentos e práticas por meio
dos quais os objetivos e metas serão alcançados;
·
Recursos:
determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários, como deverão ser
gerados ou adquiridos e como deverão ser alocados às atividades;
·
Implantação:
projetos dos procedimentos de tomada de decisão e forma de organizá-los, de tal
modo que o plano possa ser executado;
·
Controle:
projeto dos procedimentos para prevenir ou corrigi-las numa base contínua.
Cada fase depende de
informação para a tomada de decisões. Sem as informações, todo o projeto
estaria comprometido por falta de embasamento na realidade. Da mesma forma, o
planejamento de marketing também começa e termina em fases baseadas em
informação. Não haverá planejamento de marketing se não houver informação de
marketing.
PLANEJAMENTO
DE MARKETING
As informações
necessárias para o início de um planejamento de marketing incluem dados sobre
desejos e necessidades dos clientes, grau de satisfação dos consumidores,
capacitações e recursos disponíveis na empresa.
Nas ações dos
concorrentes verifica-se a evolução das vendas, lucros e participação no
mercado por produtos e mercados. Do comportamento do consumidor e das inúmeras
variáveis ambientais que afetam o marketing da empresa, levantam-se aspectos
como o social, o tecnológico, cultural, demográfico, político, governamental,
psicológico, legal e tantos outros que caracterizam o macroambiente do
marketing, associadas às contínuas mudanças internas nas empresas por ganhos e
perdas de capacitações; aquisições, fusões, incorporações e vendas; mudanças organizacionais;
alterações nas estratégias e na política interna; disponibilidade ou não de
recursos de variados tipos; dificuldades momentâneas e tantos outros fatores,
que fazem com que a tarefa de administração se torne extremamente complexa e
arriscada, especialmente à administração de marketing que está voltada
prioritariamente para esse complexo e mutante ambiente externo.
O objetivo da pesquisa
de mercado é contribuir na redução dos riscos da administração de marketing. O
risco faz parte da atividade da administração, assim como a pesquisa no sentido
de reduzi-lo ao máximo possível.
Para o planejamento de
marketing, o profissional parte dos seguintes pontos:
·
Obtenção
de informações;
·
Análise
dos dados e informações:
o
Diagnóstico:
§
Interno:
pontos fortes e fracos da empresa;
§
Externo:
ameaças e oportunidades do mercado;
o
Prognóstico:
§
Previsões
das variáveis não controláveis;
·
Decisões:
o
Fins:
Objetivos e Metas;
o
Meios:
§
Estratégias
de mercado;
§
Estratégias
de produto;
§
Estratégias
de preço;
§
Estratégias
de distribuição;
§
Estratégias
de comunicação;
§
Estratégias
de vendas;
§
Estrutura
organizacional de marketing e vendas
·
Elaboração
dos planos de ações: detalhamento do que fazer, quem vai fazer, quanto vai
fazer, como fazer, quando fazer, com que objetivo, a que custo e com que
organização;
·
Execução
e controle.
Como visto, a
dependência que o marketing tem de informações é total, especialmente pelo fato
de que ele tem maior contato com o ambiente externo da organização. E não basta
ser qualquer informação. Algumas empresas se perdem em meio a uma grande
quantidade de informações, nem sempre relevantes ou de qualidade.
A
intuição e a experiência não são suficientes para as decisões de marketing! É preciso ter um bom banco de
informações, com qualidade, precisão e relevantes e usá-lo de forma assertiva,
sabendo interpretá-las de forma pertinente, para o alcance de resultados
positivos. A coleta e o fluxo das informações também fazem parte desde complexo
sistema que direcionará as decisões dos profissionais de marketing.
INFORMAÇÕES
DE MARKETING
À pesquisa de marketing
cabe identificar e analisar as relações causais de modo a aprimorar a tomada de
decisões em áreas funcionais de marketing: produto, preço, praça e promoção. Os
resultados das pesquisas servem de base para o estabelecimento de objetivos e
para a formulação de planos de marketing. Servem também para exercer controle
sobre toda a atividade de marketing e possibilitar modificações ou
redirecionamentos sobre todo o plano. Os resultados de pesquisa de marketing
também podem ajudar na descoberta de novas oportunidades de lucros em produtos,
serviços ou mercados. Outras importantes informações para o planejamento de
marketing poderão vir de dentro da própria empresa, principalmente do
departamento de contabilidade.
A pesquisa de marketing
está direcionada ao ambiente externo à empresa, mais especialmente para o
mercado. Para tanto é necessário um sistema
de informação, definido da seguinte forma por Cox e Good (1967):
“É um complexo
estruturado e interagente de pessoas, máquinas e procedimentos destinados a
gerar um fluxo ordenado e contínuo de dados, coletados de fontes internas e
externas à empresa, para uso como base para a tomada de decisões em áreas de
responsabilidades específicas do marketing”.
DIFICULDADES
EM RELAÇÃO ÀS INFORMAÇÕES DE MARKETING:
Kotler (1976) elencou
as principais reclamações dos executivos de marketing a respeito das
informações recebidas:
·
Há
excesso de informações do tipo errado;
·
Não
há informação do tipo certo;
·
A
informação está tão dispersa que, geralmente, é necessário fazer um grande
esforço para localizar fatos simples;
·
Informações
importantes são, geralmente, suprimidas por subordinados, se julgarem
repercutir desfavoravelmente sobre seu desempenho;
·
Informações
importantes chegam, frequentemente, tarde demais para serem usadas;
·
Informações
chegam, muitas vezes, de tal forma que não dão ideia de sua exatidão e não há
ninguém a quem possa recorrer para obter confirmação.
Cada empresa deve tomar
o cuidado de verificar se o seu sistema de informações é adequado e se trabalha
de forma eficaz, cumprindo seu dever de orientar decisões, sendo que não há um
sistema único, cabendo à organização avaliar o melhor método para si.
Fonte: Kotler
Fonte: Kotler
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Continua.
Por enquanto, Bons Estudos!!!
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