quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sociologia - Aula 05 (PSS) - Max Weber

Sociologia – Aula 05 – Max Weber

Data: 11/11/2016
Turma: Processo Seletivo Seriado – PPS / PAS
Tema: Max Weber
Profª Talita Godoy
Extraído de sites citados


Introdução

Max Weber (1864-1920) foi um importante sociólogo e destacado economista alemão. Suas grandes obras são, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” e "Economia e Sociedade". Dedicou sua vida ao trabalho acadêmico, escrevendo sobres assuntos variados como o espírito do capitalismo e as religiões chinesas.

Max Weber (1864-1920) nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Formou-se em Direito e doutorou-se em Economia. Foi nomeado professor de economia da Universidade de Heidelberg. Entre 1900 e 1918, ficou afastado do magistério em consequência de um colapso nervoso. No período que ficou afastado, colaborou em diversos jornais alemães e realizou diversas pesquisas.

Desenvolveu importantes trabalhos na Sociologia, foi considerado um dos fundadores da Sociologia Moderna, ao lado de Conte, Marx e Durkheim. Sua grade obra chama-se "Economia e Sociedade”. Nela, Weber traça um quadro do poder e da política, ou seja, das relações de dominação. Defendia a tese de que a forma de legitimação de um poder é decisiva para se compreender que tipo de poder é aquele.

Em “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, o sociólogo realizou importante estudo sobre como a religião, especialmente o protestantismo nos EUA, foi um fator importante para a consolidação do capitalismo.

Em contrapartida, Weber achava que o catolicismo tradicional poderia ser um fator impeditivo para o desenvolvimento e prosperidade econômica de países que praticavam aquela religião. Isso se devia ao fato do ideário católico pregar a condenação do lucro. Já a religião protestante possuía maior identificação com a produção de riquezas, justamente, por valorizar o mérito pessoal e o trabalho como meios de valorização espiritual.

A influência de Weber nas ciências sociais é imensa, só comparável a do francês Emile Durkheim e Karl Marx. No Brasil, uma boa parte dos sociólogos, cientistas, políticos e historiadores se inspiraram em Weber para entender o país.

Max Weber morreu em Munique, Alemanha, vítima de pneumonia, no dia 14 de junho de 1920.


Teoria da Burocracia

Inicialmente vale apontar que a burocracia caracteriza-se por ser a forma de organização humana fortemente arraigada na racionalidade. Através dela, visa-se adequar os meios aos objetivos pretendidos de modo a otimizar processos e trabalhos, priorizando a eficiência e a obtenção plena destes objetivos, e essa espécie de organização data da Antiguidade.

Essa teoria desenvolveu-se especialmente em função dos seguintes aspectos: Primeiramente frente à fragilidade apresentada pela Teoria Clássica e a Teoria das Relações humanas (contraditórias entre si), que impossibilitavam uma abordagem mais abrangente de problemas organizacionais. Além disso, mostrava-se cada vez mais necessário a existência de um modelo de organização capaz de abranger todas as variáveis envolvidas, e que fosse aplicável a toda espécie de organização humana, especialmente as empresas.

Ao passo que as empresas cresciam em tamanho e em complexidade, pedia-se por um modelo organizacional cada vez mais definido. A organização de pessoal e de tarefas de grandes empresas exigiria um nível de controle que a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas não eram capazes de oferecer.

A descoberta dos escritos de Sociologia da Burocracia de Weber foi essencial para a reviravolta nesse momento. Basicamente, segundo essa teoria, um homem pode e é pago para comportar-se de dada maneira e reagir com a exatidão que lhe fora explicada, sem que se permita que suas emoções possam vir a interferir neste seu desempenho. Assim, a Sociologia da Burocracia propunha um modelo de organização que não tardou a ser aplicado amplamente por administradores em suas empresas.

Weber já identificava fatores que favoreciam o desenvolvimento da burocracia moderna, entre eles: inicialmente, o desenvolvimento e fortalecimento de uma economia monetária, onde a moeda substitui a remuneração em espécie, centralização a autoridade da administração burocrática; além disso, o sociólogo enxergava o crescimento – tanto quantitativo como qualitativo – de tarefas administrativas do Estado Moderno como mais um fator que propiciava o desenvolvimento da burocracia; por fim, ele acreditava e defendia a superioridade técnica do tipo burocrático de administração.

Teoria da Ação Social

Outro de seus conhecidos conceitos é aquilo que ele denomina Ação Social.
Para Weber, a função do sociólogo é justamente compreender o sentido das ações sociais, encontrando os nexos que as determinem, compreendendo-se a priori que ações imitativas, aquelas que não possuem um sentido no agir, não são chamadas ações sociais. Dentre as ações sociais, Weber as resume em quatro fundamentalmente: ação social racional com relação a fins, ação social racional com relação a valores, ação social afetiva e ação social tradicional.


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Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada infinidade pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:
1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético;
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., e
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (Observe que as duas últimas são irracionais).

Para Weber, a ação social é aquela que é orientada ao outro. No entanto, há algumas atitudes coletivas que não podem ser consideradas sociais. No que se refere ao método sociológico, Weber difere de Durkheim (que tem como método a observação e a experimentação, sendo que esta se dá a partir da análise comparativa, isto é, faz-se a análise das diversas sociedades as quais devem ser comparadas entre si posteriormente). 

Ao tratar os fatos sociais como coisas, Durkheim queria mostrar que o cientista precisa romper com qualquer pré-noção, ou seja, é necessário, desde o começo da pesquisa sobre a sociedade, o abandono dos juízos de valores que são próprios ao sociólogo (neutralidade), uma total separação entre o sujeito que estuda e o objeto estudado, que também pretendem as ciências naturais. No entanto, para Weber, na medida em que a realidade é infinita, e quem a estuda faz nela apenas um recorte a fim de explicá-la, o recorte feito é prova de uma escolha de alguém por estudar isto ou aquilo neste ou naquele momento. Nesse sentido, não há, como queria Durkheim, uma completa objetividade. Os juízos de valor aparecem no momento da definição do tema de estudo.

Assim foi o seu conviver com a doutrina protestante que influenciou Weber na escrita de “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Para esse teórico, é apenas após a definição do tema, quando se vai partir rumo à pesquisa em si, que se faz possível ser objetivo e imparcial.


Compare-se Durkheim e Weber, agora do ponto de vista do objeto de estudo sociológico. O primeiro dirá que a Sociologia deve estudar os fatos sociais, que precisam ser: gerais, exteriores e coercitivos, além de objetivos, para esta ser chamada corretamente de “ciência”. Enquanto o segundo optará pelo estudo da ação social que, como descrita acima, é dividida em tipologias. Ademais, diferentemente de Durkheim, Weber não se apoia nas ciências naturais a fim de construir seus métodos de análises e nem mesmo acredita ser possível encontrar leis gerais que expliquem a totalidade do mundo social. O seu interesse não é, portanto, descobrir regras universais para fenômenos sociais. Mas quando rejeita as pesquisas que se resumem a uma mera descrição dos fatos, ele, por seu turno, caminha em busca de leis causais, as quais são suscetíveis de entendimento a partir da racionalidade científica.

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Percebe-se então que o que ele define como ação social, é toda aquela ação orientada ao outro, tendo sua fonte motivadora pautada em costumes, sistemas de valores e etc. Assim, pode-se compreender que esse conceito é extremamente presente em sua obra denominada “A ética protestante e o espírito do capitalismo” onde sua inserção no sistema de valores e pensamentos dos protestantes o levou a questionar e problematizar as relações entre esses comportamentos e ações e o avanço do capitalismo nessa sociedade.

É perceptível o fato de que suas obras derivam de pesquisas densas, onde ele mesmo defende a busca da guarda de certo distanciamento e imparcialidade. É extremamente válido o conhecimento de seus escritos ao passo que são riquíssimos para a compreensão de metodologias de suas pesquisas além de permitir o conhecimento de inúmeros conceitos e teorias ainda muito caros às ciências sociais e aos campos adjacentes como política, direito, economia e até mesmo história.


Fonte:
http://www.sociologia.com.br/max-weber-teoria-da-burocracia-e-teoria-da-acao-social/
http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-definicao-acao-social-max-weber.htm


TEXTO 2

Conceito comum de burocracia e o de Weber

No senso comum, a burocracia é vista geralmente sob uma ótica pejorativa. Quando se fala em burocracia, normalmente associa-se a ideia de grande acumulo de papeis documentais e de procedimentos vistos quase sempre como desnecessários. Na verdade, essa é a disfunção da burocracia, ou seja, um defeito no sistema burocrático, mas não é o sistema em si.

Na Teoria da burocracia de Max Weber o conceito é completamente diverso. A burocracia prima pela total eficiência da organização e, para que se alcance a eficiência, todos os detalhes formais devem ser vistos com antecedência, a fim de que não existam interferências pessoais que acabem por atrapalhar o processo.

Formalidade nas comunicações

Nas organizações burocráticas as comunicações devem ser essencialmente escritas. Todas as regras e decisões devem constar em algum documento para que possam ter validade formal. Em razão disso, quando deparamo-nos com procedimentos tidos como burocráticos são cobrados vários tipos de documentos e várias vias de papéis assinados. Se não estiver documentado, não há validade!

Burocracia e divisão do trabalho

Uma organização burocrática é essencialmente autoritária e hierarquizada. Há divisão sistêmica do trabalho de forma que cada um possui cargos e funções específicas, de competências e responsabilidades distintas. Cada membro do processo deve saber exatamente qual posição ocupa e que trabalho realiza. Dessa maneira, as atribuições administrativas são altamente especializadas e distribuídas de acordo com os fins que se pretende alcançar.

Principais características do sistema burocrático

·         Autoridade
·         Hierarquia e divisão do trabalho
·         Formalidade nos atos e comunicações
·         Especialização dos funcionários
·         Impessoalidade nas relações




#AquiSeAprende

1 (Unisc 2016)  Leia atentamente o texto e responda a questão assinalando uma das alternativas abaixo.

“Max Weber frequentemente utilizou a imagem da máquina na análise da natureza da organização burocrática. Tal como uma máquina, a burocracia era o sistema de utilização de energias para a execução de tarefas específicas. O membro de uma burocracia ‘é apenas uma peça em um mecanismo móvel que lhe prescreve uma marcha essencialmente fixa. A burocracia, em comum com a máquina, poderia ser posta a serviço de muitas questões diferentes. Mais ainda, uma organização burocrática funciona tão eficientemente a ponto de seus membros serem ‘desumanizados’: a burocracia ‘desenvolvida mais perfeitamente... mais completamente tem sucesso em eliminar das atribuições dos funcionários amor, ódio e todos os elementos puramente pessoais, irracionais e emocionais que escapem ao cálculo’. [...] O avanço da burocracia aprisionava as pessoas na Gehäuse der Hörigkeit, a ‘jaula de ferro’ da divisão especializada do trabalho da qual dependia a administração da ordem social e econômica moderna [...]”. 

GIDDENS, Anthony. Política, sociologia e teoria social: encontros com o pensamento social clássico e contemporâneo. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998, p. 58-59.
  Segundo o texto acima, sobre o conceito de burocracia de Max Weber, é correto afirmar que 

a) a burocracia é um sistema eficiente de organização do trabalho somente quando é aplicado em poucas questões específicas.   
b) a burocracia consiste em um sistema de divisão especializada do trabalho que busca a eficiência a partir de atribuições impessoais, racionais e calculadas impostas aos seus funcionários.   
c) os funcionários burocráticos podem se expressar livremente, desde que dentro de regras prescritas de forma impessoal e calculada.   
d) a burocracia é um sistema arcaico que deve ser superado por outros processos de administração do trabalho típicos da modernidade.   
e) nenhuma das alternativas acima pode ser afirmada corretamente sobre o conceito de burocracia.



2 (Unicentro 2012) Do ponto de vista do agente, o motivo é o fundamento da ação; para o sociólogo, cuja tarefa é compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva, ele figura como a causa da ação. Numerosas distinções podem ser estabelecidas e Weber realmente o faz. No entanto, apenas interessa assinalar que, quando se fala de sentido na sua acepção mais importante para a análise, não se está cogitando da gênese da ação, mas sim daquilo para o que ela aponta, para o objetivo visado nela; para o seu fim, em suma. 
COHN, Gabriel (Org.). Max Weber: sociologia. São Paulo: Ática, 1979.

A categoria weberiana que melhor explica o texto em evidência está explicitada em

a) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores sociais.
b) A luta de classes tem sentido porque é o que move a história dos homens.
c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser analisados.
d) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a análise de casos particulares.
e) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orientadas pelas ações de outros.






Fonte: http://www.portaldovestibulando.com/2014/07/max-weber-questoes-de-vestibulares.html

1.b / 2.a


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