SOCIOLOGIA – AULA II
Data: 21/10/2016
Turma: Processo
Seletivo Seriado
Tema da aula:
Revolução Industrial; Revolução Francesa; Surgimento da Sociologia
Profª Talita Godoy
Obs: material extraído de fontes citadas
PARTE I - REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Europa, Renascentismo -
século XVIII. Época
de desenvolvimentos tecnológicos, como a roda de fiar, o termômetro, o tear
mecânico, o relógio de pêndulo e outros.
Por meio de tais evoluções, há um aumento considerável no
comércio, o consumidor passou a esperar por novos produtos. A economia é aquecida,
assim como as relações de trabalho e produção. Implantou-se o sistema
capitalista.
A expansão do comércio fez circular mais dinheiro e acúmulo
de capital nas mãos da burguesia. Era o fim das restrições do mercantilismo e
das práticas absolutistas do governo.
Com o surgimento das indústrias, agricultores deixavam a vida
no campo para tornarem-se operários migrando para as granes cidades.
Até então, os produtos eram feitos manualmente, ou seja, da
matéria-prima o artesão trabalha na produção do seu produto final, no sistema
conhecido como artesanato.
Com o aumento da produção, surge a necessidade de se
organizar o trabalho em escala por divisão de tarefas. Cada um executa uma
parte das tarefas, utilizando ferramenta própria. A este modo de trabalho
denomina-se manufatura.
A terceira etapa mecanizou a produção, sendo a forma mais
complexa de produção industrial. /as máquinas passam a substituir as
ferramentas e, em diversos casos, ao homem. A chamada mecanização deu-se por volta dos anos 1750, originando a Revolução
Industrial.
FASES DA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Primeira Revolução Industrial: Inglaterra, século XVIII.
Caracteriza-se pelo uso do carvão, do ferro, da máquina a vapor e da produção
têxtil.
Segunda Revolução
Industrial: século
XIX. O uso do petróleo, da eletricidade
e do aço causa um grande avanço na capacidade produtiva. Estendeu-se por
Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica e Japão, entre outros.
O estreitamento entre ciência e tecnologia causa um grande
aumento na produção. A construção de ferrovias facilitou o transporte de
mercadorias, incentivando o crescimento das indústrias. A energia mecânica proporcionou o uso de maquinário em lugar da força
humana ou animal. A fábrica foi o grande símbolo da Revolução Industrial, substituiu
as oficinas, onde era feito o trabalho manual.
As maiores fábricas eram a do setor metalúrgico (produção de
metais) e a indústria têxtil (produção de tecidos, embora em menor tamanho).
A partir do surgimento das fábricas e do trabalho em escala,
surge o capitalismo e as doutrinas sociais, em seu protesto.
PRINCIPAIS
CONSEQUÊNCIAS
Os setores que mais sofreram influências da Revolução
Industrial foram o econômico, a sociedade e as relações de trabalho.
O aumento na produção causou um maior uso das máquinas e com
isso maior divisão do trabalho. Em paralelo houve crescimento nos meios de
transporte e de comunicação.
Com a concentração dos empregos nas cidades, deu-se a
urbanização com o deslocamento do campo para a cidade causando o chamado êxodo rural. Houve um considerável
aumento do poderio político e econômico por parte da burguesia.
NOVAS CLASSES
Burguesia industrial: donos das novas indústrias (pequena,
média e alta burguesia).
·
Pequena
e média: formada por comerciantes, médicos, advogados, entre outros.
·
Alta
burguesia: grandes capitalistas e banqueiros.
Proletariado: trabalhadores das indústrias. Classe
mais numerosa e mais pobre. Cada vez mais havia trabalhadores disponíveis.
·
Os
salários foram se tornando cada vez mais baixos. Homens
e adultos foram perdendo seu trabalho para mulheres e crianças, com remuneração
inferior.
·
As
condições de trabalho foram se deteriorando e o número de horas tornou-se
excessivo para acompanhar o ritmo de produção. Houve expansão do colonialismo com o objetivo de se garantir
matéria-prima e ampliação do mercado consumidor pelo mundo. Juntamente deu-se a
expansão do capitalismo pela Europa e demais continentes.
Com a burguesia industrial explorando cada vez mais o
proletariado, surgem os movimentos operários e os sindicatos. As desigualdades sociais entre capitalistas e
operários se acentuam. Alguns
pensadores passaram a se opor ao liberalismo econômico, surgem novas doutrinas
sociais, como o ludismo, o cartismo, o anarquismo e o socialismo.
DOUTRINAS SOCIAIS
Ludismo: Inglaterra, 1811 e 1812, tendo Ned
Ludd como um dos seus líderes. Protestavam contra a substituição dos
trabalhadores por máquinas.
Cartismo: carta do povo apresentada em 1830
pelos radicais Willian Lovett e Feargus O´Connor, enviada ao parlamento inglês.
Exigiam uma série de direitos para os trabalhadores, como o voto secreto e
universal.
Anarquismo: Defende o fim de qualquer forma de
autoridade e dominação, assim como o fim do sistema capitalista, da propriedade
privada e do Estado.
Socialismo Utópico: tentativas de se criar fábricas ou
instituições que pudessem abrigar trabalhadores sem os mesmos critérios de
exploração que os burgueses industriais impunham. O termo utópico surgiu em
referência ao fato de acreditarem que isso tudo seria possível sem conflitos
entre burgueses e operários. No geral, as tentativas acabaram por fracassar.
Socialismo Científico: Surgiu na Alemanha, na primeira
metade do século XIX. Karl Marx e Friederich Engels foram seus principais
teóricos. Ao contrário do socialismo utópico, estes teóricos não se preocuparam
em imaginar como seria a sociedade ideal. Estudaram a dinâmica do capitalismo,
o que resultou em obras clássicas, como “O Capital” e “O Manifesto do Partido Comunista”.
Foram responsáveis pela criação de teorias, como a Mais-Valia, O Materialismo
Histórico e a Luta de Classes.
Na teoria do Socialismo Científico acreditava-se que o
capitalismo seria substituído pelo socialismo, a partir do momento em que os
trabalhadores adquirissem consciência de que estavam sendo explorados. O
socialismo seria uma etapa no caminho para se chegar a uma sociedade comunista,
ou seja, em completa igualdade entre os seres humanos.
PARTE II - REVOLUÇÃO FRANCESA
A França era dominada pelo chamado Antigo Regime, caracterizado pelo absolutismo monárquico,
mercantilismo e sociedade estamental.
A Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos
ocorridos entre 1789 e 1799 alterando o quadro político, econômico e social da
/frança. Rompeu com o Antigo Regime, que dominava a /Europa desde o século XV. Tornou-se,
assim, um importante marco histórico, dando início a Idade Contemporânea.
Inspirou reforma em outros países, influenciou na
independência de todas as colônias espanholas e na proclamação da independência
do Brasil.
CAUSAS
Custos da monarquia. O rei Luiz XVI gastava demais para
sustentar seus luxos e privilégios.
Ideias Iluministas. Ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade tornaram-se presentes na bandeira e no hino da França
Gastos com guerras. A França entrou em duas guerras:
Independência dos Estados Unidos e Guerra dos Sete Anos contra a Inglaterra.
Quadro econômico gerava a miséria. A seca prejudicava a agricultura,
houve escassez de alimentos, aumentando a revolta da população.
Divisão da sociedade francesa. Não havia mobilidade e a posição
social dependia do nascimento.
SOCIEDADE FRANCESA
A sociedade francesa era estamental,
ou seja, dividida em três estados ou ordens:
·
Primeiro estado: formado pelo clero, somando 0,5% da
população.
· Segundo estado: formado pela nobreza, somando 1,5% da
população.
· Terceiro estado: formado pelo povo, incluindo a
burguesia, somando 98% da população.
O clero compartilhava de diversos privilégios da nobreza. Os
nobres possuíam quase todas as terras da França. Não pagavam impostos,
arrendavam suas terras, por isso passavam a maior parte do tempo distantes
delas. Quem sustentava o clero e a nobreza era o povo, que pagava altos
impostos. Os camponeses e os operários eram os que mais sofriam com as
condições degradantes de trabalho. Enquanto isso, os burgueses reclamavam de
maior liberdade econômica e política.
Em maio de 1789, na
tentativa de fazer com que os nobres e o clero também passassem a pagar
impostos, o rei Luiz XVI convocou a Assembleia
dos Estados Gerais, uma reunião com membros dos três estados com a
finalidade de votação. Poderia ser por estado ou por cabeça. O voto por estado
favorecia a nobreza, pois com o apoio do clero seriam dois votos contra um. Já
o voto por cabeça agradaria a burguesia, pois sendo maioria defenderia pelo
voto os seus interesses.
A TOMADA (ou Queda) DA
BASTILHA
A Assembleia dos Estados Gerais não chegou a nenhum acordo. O
rei Luiz XVI mandou fechar a Assembleia. Descontentes, o terceiro estado,
representado pela burguesia, exigiu a criação de uma constituição para a
França. O povo saiu às ruas.
A Bastilha era uma prisão política da monarquia francesa. A
manifestação do povo chegou até ela. Considera-se que invadiram o lugar com o
objetivo de se apoderar da pólvora existente. A invasão, em julho de 1789,
ocasionou a chamada Queda da Bastilha, tornando-se um símbolo do início da Revolução
Francesa.
A partir de então, a Revolução Francesa se divide em fases,
sendo as principais: Assembleia Nacional
Constituinte e o Diretório.
ASSEMBLEIA NACIONAL
CONSTITUINTE
A Assembleia Nacional
Constituinte foi aberta em julho de 1789 com o objetivo de criar uma
constituição na França, fase que perdurou até 1791.
Foi criada também a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia o direito à liberdade e à
igualdade jurídica. Ocorreram também outras mudanças, como a abolição do regime feudal, da sociedade
estamental e a separação entre
Igreja e Estado.
Enquanto a alta burguesa defendia os seus interesses, a
pequena e média burguesia continuava em condições precárias, o que gerou
movimentos de protestos e revoltas populares.
GRUPOS POLÍTICOS
A burguesia encontrava-se em diferentes interesses. Dois
principais grupos políticos passaram a enfrentar: os girondinos e os jacobinos.
Girondinos: representantes da alta burguesia,
grupo de postura moderada. Estavam interessados em deter a revolução, a fim de
evitar a desorganização econômica da França.
Jacobinos: representantes da pequena e média
burguesia, grupo de postura radical. Estavam dispostos a levar adiante a
revolução e suas consequências.
Planice: não tinham posição definida.
Sentavam-se no centro das assembleias, enquanto os girondinos sentavam-se à
direita e os jacobinos a esquerda. Este fato deu origem aos termos “partidos de
direita, esquerda e centro”. Durante boa
parte da Convenção Nacional os jacobinos tiveram controle da França.
CONVENÇÃO NACIONAL
A Convenção Nacional foi aberta em agosto de 1772, eleita
para decretar o fim da monarquia na França e proclamar uma República. Esta fase
durou até 1774, passando a promover uma série de mudanças radicais.
Instituiu-se um governo centralizado e foi criado o Comitê de Salvação Pública, encarregado da defesa interna e externa
da revolução.
Destacou-se nesse período a atuação de Robespierre, importante líder jacobino.
Em janeiro de 1793, Luiz XVI foi mandado para a guilhotina, o
mesmo aconteceu com sua esposa Maria Antonieta, alguns meses mais tarde.
Algumas medidas adotadas na Convenção foram: abolição da
escravidão nas colônias francesas, fim dos privilégios, divisão dos
latifúndios, ensino primário gratuito e obrigatório entre outras.
A alta burguesia teve uma forte reação. Uma onda de crimes,
assassinatos e conspirações foi desencadeada pelos girondinos. Em julho de 1773
Marat, um dos líderes revolucionários, foi assassinado. Os jacobinos revidaram
com uma onda de violência que ficou conhecida como Terror. Estima-se que aproximadamente 45 mil pessoas tenham sido
mortas. No entanto, a alta burguesia conseguiu retomar o controle sobre a revolução.
Em julho de 1774 Robespierre foi morto na guilhotina.
DIRETÓRIO
Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder
disposta a consolidar suas conquistas. Em agosto de 1795 foi criado o Diretório, no qual cinco membros eram
os diretores. Exerciam o poder Executivo. Esta fase se encerrou em 1799.
A crise econômica se agravava a cada dia, a corrupção
aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório
foi ficando cada vez mais enfraquecido.
Com a França imersa no caos, sob ameaça
de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém
influente e poderoso, o jovem general Napoleão
Bonaparte, que a partir de 1799 começou a governar a França.
FONTE - EXTRAÍDO DE:
PARTE III – O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
A Sociologia surgiu através da tentativa de Augusto Comte (1798 – 1857) em unificar vários estudos relativos às ciências humanas em apenas um só. A linha de pensamento de Comte é denominada positivismo. O positivismo se baseou no afastamento radical da teologia ou metafísica da existência humana, afirmando que toda a vida humana tinha passado pelas mesmas fases históricas distintas e que, se o indivíduo pudesse compreender este progresso, poderia resolver os problemas sociais.
Embora a sociologia tenha surgido a partir da tentativa intelectual de Comte, foi só no século XIX com o aparecimento dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, que a sociologia tomou proporção, surgindo como a ciência responsável para solucionar esses problemas.
Émile Durkheim (1858 – 1917) se baseou nas ideias de Comte para formular sua teoria. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. Esses fatos sociais são as formas e padrões pré-estabelecidos de um grupo social. Durkheim achava que os fatos sociais, por ter características próprias, deveriam ser estudados de maneira singular. O ideal de Durkheim foi tão importante para a Sociologia, pois é a partir daí que ela passa a ser considerada uma ciência.

Outro importantíssimo estudioso responsável pela
formação da Sociologia foi Karl Marx
(1818 – 1883). Marx não tinha como objetivo estabelecer ideias para a
sociologia, apenas pretendia analisar e propor explicações para os problemas
decorrentes daquela época: desemprego, miséria, desigualdades sociais, etc.

Os conceitos de Marx deram ênfase na crítica de uma dominação com base econômica, sofrendo diversas inflexões e desdobramentos. Marx estabeleceu importantes conceitos para compreender o funcionamento do capitalismo, como o “mais-valia” e as formas de exploração das classes trabalhadoras.

Max Weber (1864 – 1920) teve uma linha de pensamento mais aproximada de Durkheim, onde os dois estudiosos defendiam a objetividade em relação ao método científico. No entanto, enquanto Durkheim se preocupava com a análise objetiva da sociologia, Weber pretendia tomar a compreensão da ciência, diferenciando também da análise crítica de Marx. Weber foi importante no sentido de direcionar as ciências sociais para a imparcialidade, passo fundamental para o surgimento do sociólogo como profissão.

Os conceitos de Marx deram ênfase na crítica de uma dominação com base econômica, sofrendo diversas inflexões e desdobramentos. Marx estabeleceu importantes conceitos para compreender o funcionamento do capitalismo, como o “mais-valia” e as formas de exploração das classes trabalhadoras.

Max Weber (1864 – 1920) teve uma linha de pensamento mais aproximada de Durkheim, onde os dois estudiosos defendiam a objetividade em relação ao método científico. No entanto, enquanto Durkheim se preocupava com a análise objetiva da sociologia, Weber pretendia tomar a compreensão da ciência, diferenciando também da análise crítica de Marx. Weber foi importante no sentido de direcionar as ciências sociais para a imparcialidade, passo fundamental para o surgimento do sociólogo como profissão.
FONTE – EXTRAÍDO DE:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/a-formacao-sociologia.htm
DESAFIO:
DESAFIO:
1 1. Aponte
prós e contras que você pode perceber quanto ao capitalismo como sistema de
produção.
2 2. Fale
sobre os tipos de modelos produtivos vigentes nas fábricas, a partir do início
do século XX e as etapas de produção, da manufatura à produção em larga escala.
3 3. Cite
alguns dos efeitos que a produção em larga escala teve na sociedade.
4 4. Quais
foram os símbolos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa? Explique a
razão de tal simbolismo.
5 5. Fale sobre os dois principais grupos políticos da França no período da Assembleia Nacional Constituinte.
6 6. O
que se pretendia com o começo dos estudos sobre a sociedade e seus fenômenos?
Quem foram os primeiros estudiosos nessa área e qual o seu foco?