quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sociologia - Aula 2 (PSS) - Revolução Industrial / Revolução Francesa / Sugimento da Sociologia



SOCIOLOGIA – AULA II



Data: 21/10/2016
Turma: Processo Seletivo Seriado
Tema da aula: Revolução Industrial; Revolução Francesa; Surgimento da Sociologia
Profª Talita Godoy
Obs: material extraído de fontes citadas 



PARTE I - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL




Europa, Renascentismo - século XVIII. Época de desenvolvimentos tecnológicos, como a roda de fiar, o termômetro, o tear mecânico, o relógio de pêndulo e outros.

Por meio de tais evoluções, há um aumento considerável no comércio, o consumidor passou a esperar por novos produtos. A economia é aquecida, assim como as relações de trabalho e produção. Implantou-se o sistema capitalista.

A expansão do comércio fez circular mais dinheiro e acúmulo de capital nas mãos da burguesia. Era o fim das restrições do mercantilismo e das práticas absolutistas do governo.

Com o surgimento das indústrias, agricultores deixavam a vida no campo para tornarem-se operários migrando para as granes cidades.

Até então, os produtos eram feitos manualmente, ou seja, da matéria-prima o artesão trabalha na produção do seu produto final, no sistema conhecido como artesanato.
Com o aumento da produção, surge a necessidade de se organizar o trabalho em escala por divisão de tarefas. Cada um executa uma parte das tarefas, utilizando ferramenta própria. A este modo de trabalho denomina-se manufatura.

A terceira etapa mecanizou a produção, sendo a forma mais complexa de produção industrial. /as máquinas passam a substituir as ferramentas e, em diversos casos, ao homem. A chamada mecanização deu-se por volta dos anos 1750, originando a Revolução Industrial.    








FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Primeira Revolução Industrial: Inglaterra, século XVIII. Caracteriza-se pelo uso do carvão, do ferro, da máquina a vapor e da produção têxtil.

Segunda Revolução Industrial: século XIX.  O uso do petróleo, da eletricidade e do aço causa um grande avanço na capacidade produtiva. Estendeu-se por Estados Unidos, França, Alemanha, Bélgica e Japão, entre outros.

O estreitamento entre ciência e tecnologia causa um grande aumento na produção. A construção de ferrovias facilitou o transporte de mercadorias, incentivando o crescimento das indústrias. A energia mecânica proporcionou o uso de maquinário em lugar da força humana ou animal.  A fábrica foi o grande símbolo da Revolução Industrial, substituiu as oficinas, onde era feito o trabalho manual.

As maiores fábricas eram a do setor metalúrgico (produção de metais) e a indústria têxtil (produção de tecidos, embora em menor tamanho).
A partir do surgimento das fábricas e do trabalho em escala, surge o capitalismo e as doutrinas sociais, em seu protesto.

PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS

Os setores que mais sofreram influências da Revolução Industrial foram o econômico, a sociedade e as relações de trabalho.
O aumento na produção causou um maior uso das máquinas e com isso maior divisão do trabalho. Em paralelo houve crescimento nos meios de transporte e de comunicação.
Com a concentração dos empregos nas cidades, deu-se a urbanização com o deslocamento do campo para a cidade causando o chamado êxodo rural. Houve um considerável aumento do poderio político e econômico por parte da burguesia.







NOVAS CLASSES

Burguesia industrial: donos das novas indústrias (pequena, média e alta burguesia).
·         Pequena e média: formada por comerciantes, médicos, advogados, entre outros.
·         Alta burguesia: grandes capitalistas e banqueiros.

Proletariado: trabalhadores das indústrias. Classe mais numerosa e mais pobre. Cada vez mais havia trabalhadores disponíveis. 
·         
     Os salários foram se tornando cada vez mais baixos. Homens e adultos foram perdendo seu trabalho para mulheres e crianças, com remuneração inferior.
·         
     As condições de trabalho foram se deteriorando e o número de horas tornou-se excessivo para acompanhar o ritmo de produção. Houve expansão do colonialismo com o objetivo de se garantir matéria-prima e ampliação do mercado consumidor pelo mundo. Juntamente deu-se a expansão do capitalismo pela Europa e demais continentes. 

Com a burguesia industrial explorando cada vez mais o proletariado, surgem os movimentos operários e os sindicatos. As desigualdades sociais entre capitalistas e operários se acentuam. Alguns pensadores passaram a se opor ao liberalismo econômico, surgem novas doutrinas sociais, como o ludismo, o cartismo, o anarquismo e o socialismo.


DOUTRINAS SOCIAIS

Ludismo: Inglaterra, 1811 e 1812, tendo Ned Ludd como um dos seus líderes. Protestavam contra a substituição dos trabalhadores por máquinas.

Cartismo: carta do povo apresentada em 1830 pelos radicais Willian Lovett e Feargus O´Connor, enviada ao parlamento inglês. Exigiam uma série de direitos para os trabalhadores, como o voto secreto e universal. 

Anarquismo: Defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação, assim como o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.

Socialismo Utópico: tentativas de se criar fábricas ou instituições que pudessem abrigar trabalhadores sem os mesmos critérios de exploração que os burgueses industriais impunham. O termo utópico surgiu em referência ao fato de acreditarem que isso tudo seria possível sem conflitos entre burgueses e operários. No geral, as tentativas acabaram por fracassar.

Socialismo Científico: Surgiu na Alemanha, na primeira metade do século XIX. Karl Marx e Friederich Engels foram seus principais teóricos. Ao contrário do socialismo utópico, estes teóricos não se preocuparam em imaginar como seria a sociedade ideal. Estudaram a dinâmica do capitalismo, o que resultou em obras clássicas, como “O Capital” e “O Manifesto do Partido Comunista”. Foram responsáveis pela criação de teorias, como a Mais-Valia, O Materialismo Histórico e a Luta de Classes.

Na teoria do Socialismo Científico acreditava-se que o capitalismo seria substituído pelo socialismo, a partir do momento em que os trabalhadores adquirissem consciência de que estavam sendo explorados. O socialismo seria uma etapa no caminho para se chegar a uma sociedade comunista, ou seja, em completa igualdade entre os seres humanos.





PARTE II - REVOLUÇÃO FRANCESA







A França era dominada pelo chamado Antigo Regime, caracterizado pelo absolutismo monárquico, mercantilismo e sociedade estamental.

A Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos ocorridos entre 1789 e 1799 alterando o quadro político, econômico e social da /frança. Rompeu com o Antigo Regime, que dominava a /Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico, dando início a Idade Contemporânea.

Inspirou reforma em outros países, influenciou na independência de todas as colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil.











CAUSAS

Custos da monarquia. O rei Luiz XVI gastava demais para sustentar seus luxos e privilégios.
Ideias Iluministas. Ideais de liberdade, igualdade e fraternidade tornaram-se presentes na bandeira e no hino da França
Gastos com guerras. A França entrou em duas guerras: Independência dos Estados Unidos e Guerra dos Sete Anos contra a Inglaterra.
Quadro econômico gerava a miséria. A seca prejudicava a agricultura, houve escassez de alimentos, aumentando a revolta da população.
Divisão da sociedade francesa. Não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento.

SOCIEDADE FRANCESA
A sociedade francesa era estamental, ou seja, dividida em três estados ou ordens:
·         
     Primeiro estado: formado pelo clero, somando 0,5% da população.
·   Segundo estado: formado pela nobreza, somando 1,5% da população.
·   Terceiro estado: formado pelo povo, incluindo a burguesia, somando 98% da população.

O clero compartilhava de diversos privilégios da nobreza. Os nobres possuíam quase todas as terras da França. Não pagavam impostos, arrendavam suas terras, por isso passavam a maior parte do tempo distantes delas. Quem sustentava o clero e a nobreza era o povo, que pagava altos impostos. Os camponeses e os operários eram os que mais sofriam com as condições degradantes de trabalho. Enquanto isso, os burgueses reclamavam de maior liberdade econômica e política.

Em maio de 1789, na tentativa de fazer com que os nobres e o clero também passassem a pagar impostos, o rei Luiz XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, uma reunião com membros dos três estados com a finalidade de votação. Poderia ser por estado ou por cabeça. O voto por estado favorecia a nobreza, pois com o apoio do clero seriam dois votos contra um. Já o voto por cabeça agradaria a burguesia, pois sendo maioria defenderia pelo voto os seus interesses.




A TOMADA (ou Queda) DA BASTILHA

A Assembleia dos Estados Gerais não chegou a nenhum acordo. O rei Luiz XVI mandou fechar a Assembleia. Descontentes, o terceiro estado, representado pela burguesia, exigiu a criação de uma constituição para a França. O povo saiu às ruas.
A Bastilha era uma prisão política da monarquia francesa. A manifestação do povo chegou até ela. Considera-se que invadiram o lugar com o objetivo de se apoderar da pólvora existente. A invasão, em julho de 1789, ocasionou a chamada Queda da Bastilha, tornando-se um símbolo do início da Revolução Francesa. 
A partir de então, a Revolução Francesa se divide em fases, sendo as principais: Assembleia Nacional Constituinte e o Diretório.


ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE

A Assembleia Nacional Constituinte foi aberta em julho de 1789 com o objetivo de criar uma constituição na França, fase que perdurou até 1791.

Foi criada também a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que defendia o direito à liberdade e à igualdade jurídica. Ocorreram também outras mudanças, como a abolição do regime feudal, da sociedade estamental e a separação entre Igreja e Estado. 

Enquanto a alta burguesa defendia os seus interesses, a pequena e média burguesia continuava em condições precárias, o que gerou movimentos de protestos e revoltas populares.


GRUPOS POLÍTICOS

A burguesia encontrava-se em diferentes interesses. Dois principais grupos políticos passaram a enfrentar: os girondinos e os jacobinos.

Girondinos: representantes da alta burguesia, grupo de postura moderada. Estavam interessados em deter a revolução, a fim de evitar a desorganização econômica da França.
Jacobinos: representantes da pequena e média burguesia, grupo de postura radical. Estavam dispostos a levar adiante a revolução e suas consequências. 
Planice: não tinham posição definida. Sentavam-se no centro das assembleias, enquanto os girondinos sentavam-se à direita e os jacobinos a esquerda. Este fato deu origem aos termos “partidos de direita, esquerda e centro”.  Durante boa parte da Convenção Nacional os jacobinos tiveram controle da França.


CONVENÇÃO NACIONAL

A Convenção Nacional foi aberta em agosto de 1772, eleita para decretar o fim da monarquia na França e proclamar uma República. Esta fase durou até 1774, passando a promover uma série de mudanças radicais. Instituiu-se um governo centralizado e foi criado o Comitê de Salvação Pública, encarregado da defesa interna e externa da revolução. 

Destacou-se nesse período a atuação de Robespierre, importante líder jacobino.
Em janeiro de 1793, Luiz XVI foi mandado para a guilhotina, o mesmo aconteceu com sua esposa Maria Antonieta, alguns meses mais tarde.

Algumas medidas adotadas na Convenção foram: abolição da escravidão nas colônias francesas, fim dos privilégios, divisão dos latifúndios, ensino primário gratuito e obrigatório entre outras.

A alta burguesia teve uma forte reação. Uma onda de crimes, assassinatos e conspirações foi desencadeada pelos girondinos. Em julho de 1773 Marat, um dos líderes revolucionários, foi assassinado. Os jacobinos revidaram com uma onda de violência que ficou conhecida como Terror. Estima-se que aproximadamente 45 mil pessoas tenham sido mortas. No entanto, a alta burguesia conseguiu retomar o controle sobre a revolução. Em julho de 1774 Robespierre foi morto na guilhotina.





DIRETÓRIO

Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder disposta a consolidar suas conquistas. Em agosto de 1795 foi criado o Diretório, no qual cinco membros eram os diretores. Exerciam o poder Executivo. Esta fase se encerrou em 1799.

A crise econômica se agravava a cada dia, a corrupção aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório foi ficando cada vez mais enfraquecido. 

Com a França imersa no caos, sob ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso, o jovem general Napoleão Bonaparte, que a partir de 1799 começou a governar a França.


FONTE - EXTRAÍDO DE: 

  





PARTE III – O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA





A Sociologia surgiu através da tentativa de Augusto Comte (1798 – 1857) em unificar vários estudos relativos às ciências humanas em apenas um só. A linha de pensamento de Comte é denominada positivismo. O positivismo se baseou no afastamento radical da teologia ou metafísica da existência humana, afirmando que toda a vida humana tinha passado pelas mesmas fases históricas distintas e que, se o indivíduo pudesse compreender este progresso, poderia resolver os problemas sociais. 






Embora a sociologia tenha surgido a partir da tentativa intelectual de Comte, foi só no século XIX com o aparecimento dos problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial, que a sociologia tomou proporção, surgindo como a ciência responsável para solucionar esses problemas. 


Émile Durkheim (1858 – 1917) se baseou nas ideias de Comte para formular sua teoria. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. Esses fatos sociais são as formas e padrões pré-estabelecidos de um grupo social. Durkheim achava que os fatos sociais, por ter características próprias, deveriam ser estudados de maneira singular. O ideal de Durkheim foi tão importante para a Sociologia, pois é a partir daí que ela passa a ser considerada uma ciência. 


   
                                                         




Outro importantíssimo estudioso responsável pela formação da Sociologia foi Karl Marx (1818 – 1883). Marx não tinha como objetivo estabelecer ideias para a sociologia, apenas pretendia analisar e propor explicações para os problemas decorrentes daquela época: desemprego, miséria, desigualdades sociais, etc. 
                                                        



Os conceitos de Marx deram ênfase na crítica de uma dominação com base econômica, sofrendo diversas inflexões e desdobramentos. Marx estabeleceu importantes conceitos para compreender o funcionamento do capitalismo, como o “mais-valia” e as formas de exploração das classes trabalhadoras. 


                                                         


Max Weber (1864 – 1920) teve uma linha de pensamento mais aproximada de Durkheim, onde os dois estudiosos defendiam a objetividade em relação ao método científico. No entanto, enquanto Durkheim se preocupava com a análise objetiva da sociologia, Weber pretendia tomar a compreensão da ciência, diferenciando também da análise crítica de Marx. Weber foi importante no sentido de direcionar as ciências sociais para a imparcialidade, passo fundamental para o surgimento do sociólogo como profissão. 



FONTE – EXTRAÍDO DE: 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/a-formacao-sociologia.htm



DESAFIO:



1    1. Aponte prós e contras que você pode perceber quanto ao capitalismo como sistema de produção.

2   2. Fale sobre os tipos de modelos produtivos vigentes nas fábricas, a partir do início do século XX e as etapas de produção, da manufatura à produção em larga escala.

3    3. Cite alguns dos efeitos que a produção em larga escala teve na sociedade.

4   4. Quais foram os símbolos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa? Explique a razão de tal simbolismo.

5  5. Fale sobre os dois principais grupos políticos da França no período da Assembleia Nacional Constituinte. 


6   6. O que se pretendia com o começo dos estudos sobre a sociedade e seus fenômenos? Quem foram os primeiros estudiosos nessa área e qual o seu foco?