Sociologia - Aula 06
Carl Marx
Karl Heinrich Marx,
conhecido apenas como Karl
Marx, nasceu em maio do ano de 1818 e morreu em março de 1883. Marx foi um importante revolucionário e
intelectual alemão, fundador da doutrina comunista moderna. Além disso, ele
ainda atuou como filósofo, economista, historiador, jornalista e teórico
político.
Numa de suas frases mais famosas, escrita em
1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-1883) dizia que, até então, os
filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. "Cabe agora
transformá-lo", concluía. Coerentemente com essa ideia, durante sua vida
combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando
um dos sistemas de ideias mais influentes da história.
Luta de classes
Na base do pensamento de Marx está a ideia de
que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são
os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o
conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as
sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe
economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e
aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que
produz é o proletariado.
O marxismo prevê que o proletariado se libertará
dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova
sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo
surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo
medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas
tiveram papel central. "O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor
feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial",
escreveu Marx.
Trabalho e alienação
Em O Capital, Marx realiza uma investigação
profunda sobre o modo de produção capitalista e as condições de superá-lo, rumo
a uma sociedade sem classes e na qual a propriedade privada seja extinta. Para
Marx, as estruturas sociais e a própria organização do Estado estão diretamente
ligadas ao funcionamento do capitalismo. Por isso, para o pensador, a ideia de
revolução deve implicar mudanças radicais e globais, que rompam com todos os
instrumentos de dominação da burguesia.
Marx abordou as relações capitalistas como
fenômeno histórico, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de
ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o
trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho -
característica do industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena
etapa da produção -, o empregado se aliena do processo total.
Além disso, o retorno da produção de cada homem
é uma quantia de dinheiro, que, por sua vez, será trocada por produtos. O comércio
seria uma engrenagem de trocas em que tudo - do trabalho ao dinheiro, das
máquinas ao salário - tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto
alienante.
Por outro lado, esse processo se dá à custa da
concentração da propriedade por aqueles que empregam a mão-de-obra em troca de
salário. As necessidades dos trabalhadores os levarão a buscar produtos fora de
seu alcance. Isso os pressiona a querer romper com a própria alienação.
Um dos objetivos da revolução prevista por Marx
é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e
técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista.
"A superação da alienação e da expropriação intelectual já está sendo
feita, segundo Marx", diz Leandro Konder. "O processo atual se
aceleraria com a revolução proletária para alcançar, afinal, as metas maiores
na sociedade comunista."
TEXTO 2
Analisando o capitalismo, Marx desenvolveu uma teoria para o valor dos produtos: o valor é a
expressão da quantidade de trabalho social utilizado na produção da mercadoria.
No sistema capitalista, o trabalhador vende ao proprietário a sua força de
trabalho, muitas vezes o único bem que ele tem, tratada como mercadoria, e
submetida às leis do mercado, como concorrência, baixos salários. “Ou é isto,
ou nada. Decida-se que a fila é grande”. A diferença entre o valor do produto
final e o valor pago ao trabalhador, Marx
deu o nome de mais-valia, que
expressa, portanto, o grau de exploração do trabalho. Os empregadores tem
uma tendência natural de aumentar a mais-valia, acumulando cada vez mais
riquezas.
Ideias marxistas
Este filósofo alemão foi expulso
da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Seu envolvimento
com radicais franceses e alemães, no agitado período de 1840, fez com que ele
levantasse a bandeira do comunismo e atacasse o sistema capitalista. Segundo
este economista, o capitalismo era o principal responsável pela desorientação
humana. Ele defendia a ideia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o
propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica
abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises
que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças
sociais.
Este grande revolucionário, que
também participou ativamente de organizações clandestinas com operários
exilados, foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867, que tem
como tema principal a economia. Seu livro mostra estudos sobre o acúmulo de
capital, identificando que o excedente originado pelos trabalhadores acaba
sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fica cada vez mais rica, as custas
do empobrecimento do proletariado. Com a colaboração de Engels, Marx escreveu
também o Manifesto Comunista, onde não poupou críticas ao capitalismo.
TEXTO 3
Suas ideias de maior destaque, entre outras, eram
as seguintes:
- Valor – conceito que se relaciona ao tempo, qualidade e quantidade
de força de trabalho empregada na elaboração de uma tarefa;
- Trabalho – O homem, por excelência, se trata de um ente que é
produtivo, e, por isso, essencialmente ativo. Desse modo, o trabalho é uma
peça-chave para sua dignidade, uma vez que se trata de uma potência
humana. O sistema capitalista, de forma nociva, produz riqueza a partir da
força de trabalho dos indivíduos;
- Mais-valia – trata-se da diferenciação entre o valor gerado pelo
trabalho empregado pelo indivíduo e qual a remuneração que recebe do
empregador capitalista;
- Luta de classes – tensão imposta pela desigualdade de forças dos
grupos sociais, que se dividem entre os proprietários – dos meios de
produção – e o proletariado – os trabalhadores em si;
- Anarquia de produção – a falta de uma organização centralizada, que
promova a sinalização do direcionamento para uma produção dentro da
sociedade, pode acabar gerando muitas crises, de tempos em tempos;
- Crises capitalistas – Segundo Marx, esse sistema seria abalado por
crises, de tempos em tempos, que se caracterizariam tanto por serem
estruturais, quanto por sua periodicidade. Após essas instabilidades viria
a crise final, acumulando as demais crises, detonando o fim do modo de
produção capitalista;
- Final do sistema capitalista – o grupo de proletários seria maior
e, por isso, seus direitos podem prevalecer. Fariam protestos nas ruas,
dando início a uma sociedade justa, equilibrada, acabando com a
propriedade privada de todos os meios produtivos. Tudo isso culminaria em
um desenvolvimento pleno do ser humano.
#AquiSeAprende
1
(Ufu 2003) Considere a citação abaixo e, a seguir, marque a alternativa correta
acerca da concepção materialista da história formulada por Karl Marx.
"...
na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações
determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção
que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas
materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura
econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma
superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de
consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o
desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a
consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que,
inversamente, determina a sua consciência."
MARX,
Karl. Contribuição para a crítica da economia política. Lisboa: Estampa, 1973.
p. 28.
a) Marx expressa, também nessa passagem, sua
concepção determinista e finalista, segundo a qual o conjunto das relações
sociais reduz-se ao âmbito da produção econômica.
b) Marx afirma que a moral, os sistemas políticos, os
princípios jurídicos e as ideologias não têm vida própria diante do modo pelo
qual os homens produzem e reproduzem a existência.
c) Marx nega todo e qualquer papel ativo na
história à consciência, sendo esta, antes, um mero reflexo da esfera da produção
material.
d) Marx sustenta que o ser social que pensa, que
atua politicamente e que representa o seu espaço reproduz simplesmente as
condições históricas vigentes, independente de sua classe social.
2 (Ufu
2002) Partindo de uma perspectiva marxista de análise da relação entre
democracia e meios de comunicação de massa, aponte a alternativa correta.
a) Desde a antiguidade clássica, a imprensa sempre
atuou em favor de grupos minoritários, procurando moldar a opinião pública em
função dos interesses de classe dos proprietários dos meios de produção e dos
meios de comunicação de massa.
b) A concentração da propriedade de emissoras de
rádio, televisão, jornais e editoras nas mãos de grupos empresariais restritos
revela como, numa sociedade democrática, as pessoas dotadas de competência e
competitividade obtêm sucesso econômico.
c) A concentração da propriedade dos meios de
comunicação nas mãos de certos grupos empresariais tende a lhes proporcionar
maior capacidade tecnológica para fazer circular, democraticamente as
informações, funcionando assim, como garantia do exercício da cidadania.
d) Não passa de um mito a afirmação segundo a qual
os meios de comunicação de massa são porta-vozes dos interesses da
coletividade, já que no fundo, eles estão subordinados à lógica do capital que
domina o mundo da mercadoria.
Fonte:
http://acervo.novaescola.org.br/formacao/karl-marx-filosofo-revolucao
1.b / 2.d
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