sábado, 22 de fevereiro de 2014

Administração Estratégica - Breve histórico e seus principais autores

Turma: 4º Secretariado - NOTURNO
Disciplina: Administração Estratégica
Tema da aula: Um breve histórico sobre o princípio da Administração e seus autores
Data: Fev/2014 (aulas 01 e 02)
Profª Talita Godoy

Introdução

Temos por objetivo nesta disciplina verificar alguns dos principais conceitos de gestão estratégica mais comuns no meio administrativo. Partiremos nesta aula 01 do princípio teórico de administração, gestão, estratégia, um breve histórico dos principais nomes de profissionais que fizeram as mudanças e os avanços tecnológicos surgirem e nos influenciarem, e posteriormente vamos tomar conhecimento de alguns exemplos de sua aplicação. Assim, passo a passo, esperamos que ao final da disciplina seja possível analisar criticamente as práticas aplicadas em sua empresa ou organização e propor métodos que apontem novos caminhos para a melhoria nos resultados.


Organização

A Fundação Nacional da Qualidade define Organização como: companhia, corporação, firma, órgão, instituição, empresa ou uma unidade dessas; sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estruturas administrativas próprias e autônomas, no setor público ou privado, com ou sem finalidade de lucro, de portes pequeno, médio ou grande.

Outras definições:

Administração é o processo de alcançar objetivos pelo trabalho com e por intermédio de pessoas e outros recursos organizacionais.
Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização e utilizar todos os recursos organizacionais disponíveis para alcançar objetivos organizacionais definidos.
Administração é o ato de planejar, organizar, liderar e controlar o uso de recursos para alcançar objetivos de desempenho.
Administração é o alcance de objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente graças ao planejamento, à organização, à liderança e ao controle dos recursos organizacionais.
Administração é o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como dos seus membros (CHIAVENATO, 2007, pág. 04).

As definições acima concordam que para administrar é preciso exercer quatro funções básicas (COSTA NETO, 2010), conhecidas pelas siglas PDCA:

PLANEJAMENTO: envolve o que fazer; por que fazer e como fazer.
ORGANIZAÇÃO: responde quem faz o que; onde faz e quando faz.
DIREÇÃO: relaciona-se a efetividade, eficiência e eficácia; liderança e motivação; comando.
CONTROLE: comparação com os padrões; correção de rumos; subsídios ao aperfeiçoamento.
A última definição apresentada anteriormente traz duas palavras-chave para a administração apontando que o eficaz e o eficiente.

ATIVIDADE PROPOSTA:

Pense por alguns instantes e responda se você é um profissional mais eficaz ou mais eficiente.

Qual a diferença entre ambos?

Eficiência: o termo está ligado à boa utilização (ou uso adequado) dos recursos disponíveis, ideia de produtividade.
Eficácia: o termo está ligado ao bom resultado global da organização, identificar a coisa certa a ser feita e fazer (pensando na qualidade dos resultados das ações praticadas).

Tanto o eficaz como o eficiente são importantes na administração organizacional.

Quem são os pioneiros do desenvolvimento da administração como ciência?

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): via a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência.
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): estudou a organização do Estado e distingue três formas de administração pública: monarquia, aristocracia e democracia.
Francis Bacon (1561 – 1626): enunciou o princípio do principal sobre o acessório (prioridades).
Thomas Hobbes (1588 – 1679): defendia que o Estado deveria impor a ordem e a organização da vida em sociedade.
Jean-Jaques Rousseau (1712 – 1778): pregou a necessidade do contrato social.
Adam Smith (1723 – 1790): introduziu o liberalismo econômico ao publicar a obra “Riqueza das nações”.
Jeremy Benthan (1748 – 1832): publicou “Uma introdução aos princípios da moral e da ética”.
Willian Gladstone (1809 – 1898): criou a figura da sociedade de responsabilidade limitada.
Karl Heinrich Marx (1818 – 1883): juntamente com Friedrich Engels (1820 – 1895) lançou o “manifesto Comunista”.
Henry Fayol (1841 – 1925): considerado o idealizador da Teoria clássica da Administração, lançou em 1916 o livro “Administração industrial e geral”. Era um engenheiro metalúrgico francês. Em seu livro, enfatiza o papel dos executivos na administração dos bens. Considerava os administradores como coordenadores das atividades industriais, comerciais e religiosas, entre outras.
Vilfredo Pareto (1848 – 1923): executou, em 1897, um estudo sobre a distribuição de renda, mediante o qual se percebeu que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915): foi considerado o pai da Administração Científica, publicou o livro “princípios da Administração científica”. Preocupava-se com a organização e racionalização do trabalho da base produtiva, isto é, com a maximização dos esforços humanos no plano operacional. A aplicação prática das teorias de Taylor e Fayol foram intensas em todas as indústrias, de produção em massa, especialmente nas linhas de montagem de automóveis desenvolvidas nas fábricas de Ford, no início do século passado. Taylor também apresentou o pensamento que divide o trabalho em duas partes: manual e intelectual. “Ao trabalhador não cabia a função de pensar, analisar e estruturar seu trabalho, mas simplesmente de executar ordens sem a necessidade de grande esforço mental. Para Taylor, planejar a atividade e estabelecer os controles necessários cabia a alguém mais bem preparado que um simples trabalhador. Cabia ao administrador (MASIERO, 2009, p.14).
Henry Ford (1863 – 1947): foi um dos principais responsáveis pela produção em massa na indústria automotiva.
Max Weber (1864 – 1920): publicou um estudo sobre a importância e o tipo ideal de burocracia.
Alfred P. Solan Jr. (1875 – 1966): opondo-se a Ford, estabeleceu a divisão da produção em unidades autônomas com marcas e preços diferenciados.
George Elton Mayo (1880 – 1949): descobriu a importância do fator humano na produção. Para Mayo “a formação de grupos informais era uma resposta contra toda a sociedade, que tratava os seres humanos como máquinas, preocupadas, única e exclusivamente, com o interesse econômico. Esse autor procurou mostrar também que um dos fatores mais influentes na produtividade eram as relações sociais desenvolvidas no trabalho, tanto formais como informais, e não simplesmente recompensas econômicas ou diferentes condições ambientais” (MASIERO, 2009, p.14). Surgia a definição do “homem psicológico”.
Walter Andrew Shewhart (1891 – 1967): concebeu os gráficos do Controle Estático de Processos – o CEP, o gráfico do Plan Do Control Action – o PDCA, publicando o livro “Economic control f quality of manufactured product”, em 1931. 
Willian Edward Feming (1900 – 1993): ministrou ensinamentos de qualidade aos japoneses após a Segunda Guerra Mundial e popularizou o ciclo PDCA concebido por Shewart. Em sua homenagem, os japoneses criaram o Premio Deming de Qualidade (1950).
Ludwig Von Bertalanffy (1901 – 1972): enxergou que os processos que existem na natureza, não ocorrem isoladamente, mas se desenvolvem como partes de um meio ambiente maior em que estão inseridos.
Joseph M. Juran (1904 – 2008):  um dos pioneiros da qualidade, criou a trilogia planejamento, controle e melhoria da qualidade.
Peter Ferdinand Drucker (1909 – 2005): considerado o maior guru da Administração, publicou dezenas de livros voltados à área.
Armand V. Feigenbaum (1922): concebeu o conceito de controle da qualidade total e gestão da qualidade total.
Philip Crosby (1927 – 2001): popularizou o princípio de fazer certo da primeira vez como parte do seu programa Zero Defeito.

Os autores acima citados são todos ocidentais, sendo que Carvalho (2005) e Costa Neto (2010) também apresentam uma lista de autores orientais de grande importância:

Kaoru Ishikawa (1915 – 1989): desenvolveu o esquema espinha de peixe para resolução de problemas, dentre outros modelos.
Genichi Taguchi (1924): introduziu a ideia da qualidade como associada á perda monetária imposta à sociedade por falha dos produtos.
Tahiichi Ono (1912 – 1990): foi considerado o criador do Sistema Toyota de Produção e o pai do sistema Kanban.
Toyoda Kiichiro (1894 – 1951): foi considerado o criador do sistema Just-in-Time.

Os próprios autores consultados para elaboração deste material também são incluídos entre a lista de estudiosos que muito contribuem com a Administração em nosso país:

Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto (1939): autor de 14 livros
Vivente Falconi Campos (1940): divulgador das técnicas japonesas para a qualidade e autor de diversos livros sobre o tema qualidade. 

Nas próximas aulas veremos estratégias administrativas e ferramentas de gestão.


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